A ESET analisa como detectar os sinais de comportamento impróprio e o que fazer para acompanhar menores em suas atividades na Internet
Quando se fala de cibercrimes e crianças, muitas vezes é no contexto de proteger os pequenos dos perigos online. Por exemplo, certificar-se de que seus dispositivos tenham um software de controle adequado para que eles não consigam acessar conteúdo perigoso ou inadequado. Ou verificar se eles têm antimalware instalado e se a privacidade está configurada corretamente. Mas o que acontece quando a criança é quem acaba sendo o "cara mau"? A ESET, empresa líder em detecção proativa de ameaças, a partir de sua iniciativa Digipais, que busca acompanhar pais e professores no cuidado de crianças na Internet, analisa esse fenômeno e fornece conselhos para acompanhar os pequenos nesses casos.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2019, entre as 183,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade no Brasil, 143,5 milhões (78,3%) utilizaram a internet nos últimos três meses. O problema é que os hackers em idade escolar estão se tornando mais numerosos à medida que as ferramentas e técnicas para cometer crimes cibernéticos se tornam mais baratas e acessíveis.
A Agência Nacional de Crimes do Reino Unido (NCA) informou que os dados de sua Unidade Nacional de Crimes Cibernéticos (NCCU) mostraram um aumento de 107% nos relatórios policiais de 2019 a 2020 de estudantes implantando ataques DDoS (Ataque de negação de serviço). A idade média de encaminhamentos para a equipe "Prevent" da NCCU é de 15 anos, e um relatório recente da NCA revelou que crianças de até nove anos foram descobertas lançando ataques DDoS, embora não se limitem a esse tipo de ataque.
“A boa
notícia é que, mesmo que você suspeite que um menor esteja usando suas
habilidades técnicas para fins maliciosos, não é tarde demais para colocá-los
no caminho certo. Existem muitos caminhos legítimos para canalizar seu
conhecimento cibernético e, finalmente, ajudá-lo a iniciar uma carreira em
segurança cibernética”, comenta Camilo Gutiérrez Amaya, chefe do
Laboratório de Pesquisa ESET América Latina.
Quais
são os sinais de alerta?
A
ESET indica que é importante ficar alerta a qualquer mudança de comportamento.
Um estudo realizado pela Michigan State University (MSU) revelou algumas das
principais características associadas ao cibercrime juvenil. Entre eles
destacam-se:
- Baixo autocontrole.
- Interagir com os pares; ou seja, conhecer
outras pessoas que também hackeiam.
- Tempo gasto assistindo TV ou em jogos de
computador.
- Oportunidade; ou seja, ter seu próprio
computador em uma sala privada, com supervisão mínima dos pais.
- Acesso a um celular desde a infância.
- Participação na pirataria digital.
“Há também algumas indicações de que a atividade online de uma criança pode ter saído do controle. Por exemplo, a criança pode fazer menção a assuntos particulares dos quais ela não deveria estar ciente, sugerindo que você tem lido e-mails e mensagens pessoais de terceiros; ou ela pode se esforçar ao máximo para proteger sua própria privacidade, recusando-se a compartilhar seus logins”, adiciona Camilo.
Ter um software de controle para os pais nos dispositivos das crianças ajuda a detectar os primeiros sinais de alerta de hacking de jovens, como tentativas de acessar sites específicos de crimes cibernéticos, fóruns de hackers e outras áreas obscuras da Internet. Mas se um alto nível de conhecimento tecnológico for alcançado, é provável que eles consigam esconder tal atividade.
A ESET recomenda que se um comportamento desse tipo for detectado, é necessário buscar uma alternativa positiva para a utilização dessas habilidades avançadas. Existem programas de segurança cibernética para alunos em idade escolar testarem, aprimorarem e desenvolverem suas habilidades. Há também concursos onde todos os participantes podem testar suas habilidades contra os melhores do mundo, com a chance de mostrar seu talento. Mas o mais importante é manter as linhas de comunicação abertas e interessar-se pelos hobbies dos pequenos. Se você tiver uma preocupação com o comportamento deles, é recomendável lembrá-los dos riscos e incentivá-los a buscar oportunidades mais positivas para seus interesses.
Nesse sentido, Javier Lombardi, Mentor Educacional da Argentina Cibersegura, Associação Civil que busca conscientizar a comunidade para criar um espaço digital mais seguro, comenta: “Como adultos, devemos estar cientes de que nossas reações, palavras e formas moldam as de crianças e adolescentes. A nossa intervenção é necessária, cada vez que vemos, ouvimos ou entramos em contato com uma situação ou uma ação inadequada, ou se está ocorrendo um desequilíbrio na nossa comunicação. Desta forma, estaremos gerindo o sistema de cuidados que veremos posteriormente aprendido pelas crianças e adolescentes, servindo assim como um STOP para qualquer comportamento desajustado e que possa causar danos a outra pessoa, ou a si mesmo”.
Para mais
informações relacionadas, visite o Digipais, uma iniciativa promovida pelo Safer
Kids Online da ESET, que busca acompanhar pais e professores no cuidado com
crianças na Internet.
ESET: https://www.welivesecurity.com/br/2022/04/08/como-a-dark-web-esta-se-voltando-para-as-redes-sociais/
https://open.spotify.com/show/61ScjrHNAs7fAYrDfw813J
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