Tanto
fumantes como não fumantes, expostos à fumaça do cigarro, estão suscetíveis a
cerca de 4 mil compostos, sendo mais de 200 tóxicos e 40 cancerígenos Shutterstock
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o
tabagismo como responsável por mais de 8
milhões de óbitos por ano no mundo. Considerado a principal causa de morte
evitável no mundo, o cigarro é um fator de risco importante para o aparecimento
de diversas doenças crônicas não-transmissíveis.
Conforme a Dra. Luciana Defendi Navarrete, médica
de Saúde da Família responsável pelo Grupo de Tabagismo da UBS Jardim São
Bento, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”,
o vício, que na maioria das vezes é incentivado por influência de amigos, está
relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 patologias.
“Fumar diminui consideravelmente a expectativa de
vida de uma pessoa, uma vez que o cigarro possui substâncias que reduzem a
quantidade de captação de oxigênio no organismo”, afirma.
A especialista explica que o tabaco ainda aumenta
os riscos de infarto e doenças cardiovasculares, pois propicia a formação de
ateromas -- placas compostas por lipídeos e tecido fibroso nas artérias.
Além disso, o cigarro é uma importante influência
para a maioria dos cânceres e de doenças pulmonares, como doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC) e enfisema pulmonar.
O Dia Mundial sem Tabaco, lembrado em 31 de maio,
foi criado pela OMS para alertar as pessoas sobre os riscos deste vício letal.
Danos sociais do tabagismo
O tabagismo não é um vício que afeta apenas os
fumantes diretos, já que pessoas não-fumantes que convivem com o hábito também
podem sofrer com o problema. São os fumantes passivos.
O cigarro pode aumentar a irritabilidade do nariz,
ampliando as chances de inflamações e piorando os sintomas clínicos de doenças
como asma, alergias respiratórias, rinites e sinusites.
“O fumante passivo está exposto aos componentes
tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça ambiental do tabaco, que contém
praticamente a mesma composição da fumaça tragada pelo fumante. São cerca de 4
mil compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são
cancerígenos”, reitera a médica.
Por fim, tratando-se de um vício com danos sociais,
a halitose -- ou mau hálito, como é popularmente conhecido -- pode ser agravada
pelo hábito de fumar, causando situações desconfortáveis e constrangedoras.
Como deixar de fumar?
Pessoas que têm o desejo de abandonar o cigarro
podem encontrar apoio especializado e gratuito. O Programa Nacional de Cessação
ao Tabaco, instituído pelo Ministério da Saúde em 2013, foi inserido na Atenção
Básica, tornando as UBS responsáveis por assistir os pacientes tabagistas.
“O primeiro e mais importante passo é ter o desejo
e já estar planejando parar. Depois, é importante que o fumante agende uma
consulta com o médico da família de sua região, para realizar os exames prévios
que avaliarão se ele está apto a participar do grupo”, afirma Dra.
Luciana.
Nele, o participante recebe orientações sobre os
malefícios do cigarro e apoio psicológico e comportamental, com vivências e
exercícios físicos, que ajudarão na luta contra a abstinência. “O importante do
grupo é que o ex-fumante não estará lutando sozinho.”
Conforme a especialista, grande parte das doenças
se inicia por uma má vivência e costumes herdados da comunidade e da família.
“Precisamos aprender a ter qualidade de vida,
buscando em primeiro lugar os sete remédios naturais: exercício físico,
alimentação saudável, exposição ao sol, água em quantidade adequada, 8 horas de
sono de qualidade, temperança e espiritualidade”, finaliza a médica.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” - entidade
filantrópica e sem fins lucrativos. a Instituição atua em parceria com
prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no
gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio
de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Osasco, Campinas, Carapicuíba, Franco da
Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos,
Peruíbe e Itapevi.
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