Especialista
destaca a importância do acompanhamento psicológico entre os casais que fazem
tratamento de reprodução assistidaShutterStock
A ansiedade está entre os principais fatores que podem afetar a fertilidade de homens e mulheres, especialmente entre os casais que buscam nas técnicas de reprodução assistida a esperança para ter um filho. Mulheres com mais de 35 anos tendem a apresentar mais ansiedade nesses casos, já que a partir dessa idade a fertilidade feminina tende a diminuir, ao passo que o sucesso das técnicas de reprodução assistida variam entre 30% e 50%, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).
Para a psicóloga Vanessa Rocker, integrante da equipe multidisciplinar da Clínica. Ricardo Beck Reprodução Humana, a ansiedade pode ser intensificada nesse cenário, quando as incertezas entre os casais para os casais e o medo de não conseguirem ser pais falam mais alto.
“A resposta ao processo de fertilidade, em linhas gerais, pode variar muito de pessoa para pessoa, porque estamos tratando das respostas diversas do corpo humano a qualquer intervenção médica. E se a ansiedade bate, as respostas do corpo podem mudar. Então, o receio do processo demorar muito, de ter de tentar várias vezes, o medo de não conseguir realizar o sonho de ser pai/mãe, o medo da dor, entre outros motivos, acabam sendo prejudiciais ao tratamento”, explica Vanessa.
O médico especialista em reprodução humana, Ricardo Beck, explica que a
ansiedade durante o processo reprodutivo pode afetar a fertilidade tanto do
homem quanto da mulher. “Nos homens, a ansiedade pode causar impotência sexual
e ejaculação precoce, além de outros aspectos comportamentais como
irritabilidade e isolamento. Já nas mulheres, a ansiedade pode alterar o ciclo
menstrual e a ovulação, e afetar diretamente a autoconfiança e autoestima”, diz
Beck.
A importância do acompanhamento psicológico
O acompanhamento psicológico é essencial para reforçar
que o processo reprodutivo tem etapas a cumprir, um tempo determinado a seguir
e riscos de dar certo e não dar certo. A psicóloga afirma que o segredo é
paciência, resiliência e estar seguro de que se tomou a decisão correta.
“Se o risco de não dar certo assusta, um acompanhamento
psicológico é fundamental para dar suporte durante o processo. Tem uma frase do
teólogo inglês Charles Spurgeon que eu gosto muito. Ele diz que ‘a ansiedade
não esvazia o sofrimento do amanhã, mas apenas esvazia a força do hoje’ e é
exatamente isso que ela representa. Uma mente forte e positiva vai trazer
benefícios para o tratamento como um todo. As chances de sucesso são sempre
significativas e é nelas que o casal tem que se apoiar”, orienta Vanessa.
Algumas atitudes simples também podem contribuir com o
controle da ansiedade. Fazer uma caminhada matinal, ler um bom livro, sair com
os amigos, conversar com pessoas de confiança e até mesmo com quem já passou
por esta etapa podem aliviar a ansiedade.
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