“Orí é um exercício de solitude em meio à distopia. Um vislumbre da cabeça que cria, tecendo redes de afeto, neurais, cognitivas e narrativas. Redes que gingam com elegância por territórios urbanos e rurais. Orí é um horizonte que reside na margem, propondo novos centros, discutindo a urbe na fresta do censo e dissenso”.
Dessa
forma, o artista Roger Ramos, mais conhecido como Ramo,define sua inspiração para
essa nova exposição que reúne, no Sesc São Caetano, 17 obras, entre pinturas,
cerâmicas, esculturas e instalações, a partir de 25 de novembro de 2021 e até
31 de março de 2022.
O artista,
que é natural de Mauá, cidade do ABC paulista, já teve seus trabalhos expostos
em espaços como o Museu de Arte do Rio, Museu da Diversidade Sexual – SP e
Funarte. Com esta mostra ele reencontram a argila como meio para modelar e
remodelar significados ancestrais e contemporâneos, criando uma amostra desse
desdobramento de sua pesquisa identitária tendo como tema central o verbo
“construir” dentro da produção erudita e de arte popular materializada em
plataformas como cerâmica, madeira, desenhos e performances, além de meios
digitais como fotografia e videoarte eintervenções na urbe em si, como murais,
pixo e grafite.
“Meu trabalho lida com
técnicas e materiais comuns à construção civíl. Ao longo da pandemia incorporei
a cerâmica e o entalhe em madeira como novas possibilidades, buscando ao mesmo
tempo uma conexão mais profunda com o legado dos meus mais velhos,
especialistas no ato de criar, gestar o que chamamos de “LAR” e a própria
terra. Nesta exposição, especificamente pensada para o Sesc São Caetano,
meu desafio foi entender como esse trabalho poderia entrar no meio digital e
criar relações de afeto e empatia com o público da unidade. A Covid-19 nos
apresentou esse impasse e cada um, dentro do seu tempo, recursos e dinâmica,
desenvolveu maneiras de se relacionar. Isso me interessa muito, essa identidade
virtual dentro do meu processo investigativo. E se durante a pandemia
interagimos com essas caixas tecnológicas chamadas de celular e computador, eu
apresento essa exposição dentro de uma caixa de madeira, na qual cada visitante
terá acesso individual às obras”, afirma Ramo, que complementa: “Mestre
Gildásio sempre me disse:na capoeira, um passo para trás também é golpe. Uso
esse provérbio como mantra para lidar com as decorrências causadas pela
Covid-19 e todo o contexto político e social que enfrentamos no país”.
O trabalho
será desenvolvido em caráter de Site Specific (obra desenvolvida especialmente
para as necessidades, potenciais e vulnerabilidades do espaço anfitrião),
construindo, assim, um diálogo temporário com o espaço do Sesc São Caetano, seu
território e seu público, e propondo uma nova forma de deslocamento e um novo
trânsito no espaço com múltiplas camadas simbólicas e interação.
Lorraine
Mendes, a curadora da mostra, afirma que os significados de Orí atravessam o tempo e os
cruzamentos culturais que marcam o nosso chão. Para ela, a exposição guarda o
lugar do sentido e da busca de Ramo a partir de sua consciência de ser, também,
herdeiro e parte de um longo caminho que, nesse sentido, é construir e
constituir o indivíduo sem o desassociar das relações com o que o cerca:
perceber e ser fiel a si, entendendo-se como parte do todo. As obras
apresentadas são resultado - em visualidade, corpo e matéria - da cabeça
direcionada a uma herança-presente que orienta desejos, visões e futuros.
Serviço:
ORÍ
Artista: Ramo
Curadoria: Lorraine
Mendes
Quando: 25 de
novembro de 2021 a 31 de março de 2022
Horário da
abertura: das 17h às 18h30
Onde: Sesc São
Caetano
Endereço:R. Piauí,
554 - Santa Paula, São Caetano do Sul
Visitação com artista e caminhada no
território (máximo de 15 pessoas)
Agendamento
a partir do dia 24/11 no site https://centralrelacionamento.sescsp.org.br/ (o limite de visitantes respeita protocolos de segurança
contra a Covid-19)
Datas:
25/11 dás
17:00 às 18:30
30/11 dás
16:00 às 17:30
07/12 dás
16:00 às 17:30
16/12 dás 16:00
às 17:30
Nenhum comentário:
Postar um comentário