De 30% a 40% das mulheres terão alguma queixa de diminuição do desejo sexual
As
alterações hormonais podem diminuir a libido feminina, entre elas as disfunções
tireoidianas, as disfunções das gônadas e doenças que cursam com o aumento dos
hormônios prolactina. A depressão também pode diminuir o
desejo sexual, já que as alterações psíquicas, assim como experiências prévias
negativas relacionadas ao sexo, influenciam significativamente. Estresse,
privação do sono, outras doenças sistêmicas quando descompensadas, interferem
na libido.
“A
libido é multifatorial. Doenças sistêmicas, como diabetes, colesterol e pressão
alta, quando não compensadas e devidamente tratadas, podem atrapalhar a libido
por diversos mecanismos fisiológicos”, explica a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é considerada
como um aspecto central da vida humana, a qual é vivenciada e expressa em
pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos,
práticas, papéis e relações. A saúde sexual é diretamente afetada por diversos
aspectos da saúde global como saúde psíquica, física e emocional.
Alguns
medicamentos, muitos deles usados para tratar as doenças citadas também podem
impactar no desejo sexual, entre eles estão os antidepressivos,
anti-hipertensivos, hipolipemiantes e antialérgicos.
TDSH
- O Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) é uma
disfunção sexual caracterizada pela deficiência ou a ausência persistente ou
recorrente de desejo ou fantasia sexual para a atividade sexual conduzindo a
acentuado sofrimento e dificuldades interpessoais.
“A
prevalência dos transtornos sexuais entre as mulheres é alta e, muito
provavelmente, superior à prevalência das disfunções sexuais masculinas,
atingindo grande parte das mulheres e com prevalência aumentando com a idade.
Em geral, 30% a 40% das mulheres terão em algum momento queixa de diminuição do
desejo sexual, já na pós menopausa essa prevalência pode chegar até 80%, em
alguns estudos.
A
especialista conta que, durante a menopausa, a mulher passa por diversas alterações
hormonais que podem levar à diminuição do desejo sexual. Somado a isso, as
alterações hormonais podem levar a alterações físicas vaginais, diminuindo
lubrificação e levando a maior chance de desconforto durante o ato sexual, o
que acaba sendo mais um fator para diminuição do desejo. Privação de sono, tão
frequente nessa fase da vida devido aos fogachos, além de questões psíquicas
envolvendo as mudanças associadas ao climatério também influenciam na alteração
no padrão de desejo sexual feminino nessa fase da vida.
Diante
dos sintomas da perda de libido, Dra. Lorena aconselha a procura de um médico
de confiança, usualmente ginecologista ou endocrinologista, para conduzir uma
investigação hormonal e demais causas possíveis que podem estar interferindo na
libido.
“Inclusive,
a diminuição da libido pode ser o primeiro sinal para o diagnóstico de outras
doenças. Terapia estará indicada quando percebido que causas psíquicas
também estão envolvidas na diminuição da libido. Lembrando que a diminuição da
libido é, frequentemente, multifatorial. Dar atenção a esse tema e falarmos
sobre isso é de extrema importância posto que a maioria das mulheres que
vivenciam uma experiência sexual não prazerosa e diminuição da libido não se
queixam aos seus médicos e, assim, passam anos sem viver plenamente sua
sexualidade”, finaliza a endocrinologista.
Dra. Lorena
Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade
Brasileira de Pediatria. É doutora pela USP e professora na
Universidade Nove de Julho
Instagram: https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/
Nenhum comentário:
Postar um comentário