Mais de 70% das empresas ligadas à educação, beleza e academias funcionam bem com mudanças ocasionadas pela pandemia
Para
superar os desafios impostos pela pandemia do coronavírus, os pequenos negócios
precisaram se reinventar e adquirir novos hábitos e tecnologias para manter
suas portas abertas. E os que mais funcionam com adaptações são justamente os
que mais precisavam da presença física do cliente, segundo a 12ª pesquisa de
Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, realizada
pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Entre
as empresas que estão funcionando com adaptações, em primeiro lugar está a
atividade composta por Academias e Atividades físicas (73%), seguida pelas
empresas de Educação (71%) e Beleza (70%). Essas três atividades que estão bem
acima da média detectada pela pesquisa: 59% das empresas que estão funcionando
com mudanças por causa da crise. Quando analisado apenas o grupo das empresas
que funcionam da mesma forma antes da pandemia, em primeiro lugar está o
segmento de oficinas e auto peças, em segundo, a Indústria e em terceiro a
Saúde.
De
acordo com o analista de Competitividade do Sebrae Alberto Vallim, grande parte
dessas modificações na forma de atuação continuarão mesmo após o fim da
pandemia, principalmente as que giraram em torno da digitalização. “Quando
falamos de automação no atendimento, autoatendimento, delivery e uso de
aplicativos, por exemplo, estamos falando de inovações que agilizaram os
serviços, aumentaram a eficiência e reduziram os custos - e essas, com certeza,
serão incorporadas definitivamente no dia a dia das empresas”, observa o
analista.
Vallim
revela que as empresas que criaram produtos diferenciados e atendimentos
exclusivos para clientes também devem manter as inovações. “Muitas empresas
começaram a atender nichos como vegetarianos, veganos, a vender produtos com
certificação de origem ou insumos de qualidade, a prestar serviços criados para
grupos específicos e, com isso, obtiveram bons resultados”, afirma o analista,
ressaltando que nem todas as inovações serão incorporadas.
Sobre os hábitos de
distanciamento, uso do álcool em gel e medidas de maior higienização, o
analista do Sebrae acredita que grande parte dos restaurantes e supermercados,
por exemplo, continuarão com a adoção dessas medidas, mesmo quando não houver
mais a pandemia, pois muitos consumidores já aprenderam que esse tipo de
higienização é importante. “Em alguns segmentos essa prática permanecerá, mas
nem todos os estabelecimentos terão condições de continuar, uma vez que
representa um custo extra e é importante saber se os seus clientes podem e
querem pagar a mais por isso”, comenta Vallim.
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