Mês mundial de combate ao câncer de próstata, novembro é também uma oportunidade para chamar atenção para os cuidados com a saúde do homem
O objetivo da campanha
Novembro do Azul é conscientizar a população masculina sobre a importância dos
cuidados preventivos no combate a problemas de saúde que atingem os homens, em
especial o câncer de próstata. De acordo com dados do IBGE, homens brasileiros
vivem, em média, sete anos a menos que mulheres e apresentam maior incidência
de certas doenças. Para o urologista do Hospital Brasília Fransber Rodrigues,
questões culturais e desinformação ainda são grandes barreiras a ser
enfrentadas para que os homens possam adotar uma rotina de cuidados preventivos
com a saúde.
De acordo com o especialista,
o cuidado com a saúde deve começar desde cedo. “Desde a adolescência é preciso
orientar quanto à prevenção de paternidade não planejada e infecções
sexualmente transmissíveis. Além disso, os jovens precisam ser devidamente
aconselhados sobre os riscos do tabagismo, uso de drogas e abuso de álcool.
Inúmeras neoplasias são desencadeadas por esses hábitos, que geralmente iniciam
na juventude”, aconselha.
Em relação aos exames
preventivos de rotina, o urologista indica que o monitoramento deve ser
iniciado partir dos 40 anos. Eventualmente, em casos de histórico familiar de
doenças cardiovasculares, é ideal que se procure um clínico, médico de família
ou mesmo cardiologista para realização de avaliação cardiovascular antes mesmo
dessa idade. Já o monitoramento preventivo em relação ao câncer de próstata
deve ser iniciado a partir dos 50 anos de idade – e aos 45 anos para quem tem
histórico familiar da doença.
Por fim, o urologista
alerta que, além dos cuidados preventivos com a saúde, existe ainda a
necessidade de afastar da rotina hábitos que se tornam fatores de risco para
inúmeras doenças, como tabagismo, alimentação ruim e sedentarismo. “O
preconceito, a vergonha e as barreiras culturais ainda mantêm os homens longe
dos consultórios médicos. Culturalmente homens não costumam buscar assistência
médica a menos que apresentem sintomas. E apenas quando esses sintomas já se
encontram em estado avançado, tornando menores as chances de recuperação
completa. É preciso que a população masculina volte sua atenção para o cuidado
preventivo com a saúde, principalmente depois dos 40 anos”, finaliza o médico.
Palavra de quem superou
o câncer de próstata e dá o exemplo
Aos 73 anos, José Roque,
paciente do urologista Fransber Rodrigues, precisou realizar uma prostatectomia
em junho deste ano. Mesmo antes do procedimento, o aposentado, que desde os 45
anos esteve atento aos cuidados preventivos com a saúde, vinha monitorando uma
hiperplasia prostática benigna pelos últimos 20 anos.
“Eu sempre fiz o
monitoramento desse problema. Faço acompanhamento com o urologista desde os 50
anos. Segui religiosamente todas as recomendações médicas. Entretanto, por
conta da pandemia e por não estar sentindo mal-estar, só fiz os exames de
monitoramento da doença seis meses depois do prazo estabelecido. Foi tempo
suficiente para que o quadro evoluísse tornando necessária a realização da
cirurgia”, relata o aposentado.
Hoje, já plenamente recuperado
do procedimento, o pai de seis filhos e avô de 13 netos conta que já retornou
ao estilo de vida ativo e aconselha familiares e amigos sobre a importância dos
cuidados de rotina com a saúde. “Caminho 5km por dia, cuido da minha
alimentação, evito os excessos e aconselho meus filhos, sobrinhos e todos que
nos cercam sobre a importância do cuidado com a saúde. Não apenas o câncer de
próstata, mas muitas outras doenças se desenvolvem em nós, homens, apenas
porque não achamos necessário cuidar da nossa saúde antes que os problemas se
desenvolvam de forma que seja tarde demais para tratar”, finaliza José.
Dasa
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