Especialista do CEJAM
alerta para importância de uma dieta equilibrada aliada à prática de atividades
físicas
Uma pesquisa do Vigitel,
sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não
transmissíveis, do Ministério da Saúde, informa que, entre 2006 e 2019, a
obesidade cresceu 72% no Brasil. E hoje já é considerada um problema de saúde
pública no País, potencializado durante a pandemia de Covid-19.
A nutricionista Francyne Silva Fernandez, que
atende na Unidades Básica de Saúde Jardim Caiçara, gerenciada pelo CEJAM -
Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", destaca que a doença
pode tanto ter uma predisposição genética como ocorrer em consequências de maus
hábitos de vida e alimentação, gerando o acúmulo de gordura no corpo.
"Esse acúmulo é causado quase sempre pelo
sedentarismo e pelo consumo excessivo de alimentos com alto valor calórico,
superior ao usado pelo organismo para sua manutenção e realização das
atividades diárias."
O diagnóstico da doença é clínico e baseado no
Índice de Massa Corporal, o IMC, que é dado pela relação entre o peso e a
altura, considerando menor que 18,5 abaixo do peso; entre 18,5 e 24,9 peso
normal; entre 25 e 29,9 sobrepeso; e igual ou acima de 30 obesidade.
A nutricionista explica que doença é considerada grave pois o excesso de peso
está associado ao aumento do risco de desenvolvimento de patologias como
diabetes, pressão alta, apneia do sono, aterosclerose, trombose e distúrbios no
ciclo menstrual, além de problemas cardiovasculares diversos.
Uma pesquisa feita pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de
Medicina da USP (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard e com a
Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), também confirmou a
associação da obesidade a diversos tipos de câncer: o de mama na pós-menopausa,
cólon e reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, ovário, próstata, mieloma múltiplo
(células plasmáticas da medula óssea), esôfago, pâncreas, estômago e tireoide.
"Além dos problemas físicos, a obesidade ainda pode afetar a saúde
emocional e psicológica, já que pessoas obesas podem desenvolver a baixa
autoestima, que leva à depressão", alerta a especialista.
Prevenção
Francyne explica que a prevenção da obesidade deve ser feita a partir da
conscientização da importância de uma vida saudável, com um tempo dedicado para
a prática de atividades físicas e uma dieta equilibrada, baseada em alimentos
saudáveis, de preferência in natura ou minimamente processados
"Por outro lado,
o sedentarismo, a ingestão de alimentos com excesso de gorduras e açúcares
refletem no aumento de chances desta e de tantas outras patologias associadas a
ela."
De
acordo com a profissional, legumes, verduras, frutas naturais ou envasadas,
iogurtes sem adição de açúcar, ovos, chá, café, carnes frescas, refrigeradas ou
congeladas, ervas frescas ou secas, leites e sucos de frutas pasteurizados,
feijões, entre outros, são bons amigos do peso.
Já os alimentos processados e ultraprocessados,
como aqueles em conserva, carnes enlatadas, queijos, pães feitos com farinha de
trigo branca, biscoitos recheados, sucos em pó, refrigerantes, macarrão
instantâneo, cereais matinais açucarados, frios embutidos, entre outros, são
grandes inimigos dos que buscam ter uma vida saudável.
Tratamentos
Além da estética, o
tratamento da obesidade tem como finalidade alcançar uma série de objetivos e a
saúde é o principal deles. O processo pode ser feito a curto ou longo prazo,
por meio das intervenções multifatoriais que combinam componentes como a dieta,
exercícios físicos, mudança comportamental e até mesmo utilização de
medicamentos, caso o especialista que estiver acompanhando o caso avalie
necessário.
"O uso desses
remédios, inclusive, não deve ser feito por conta própria ou de maneira
indiscriminada, pois pode acarretar outros problemas de saúde. O mesmo vale
para as dietas. Regimes milagrosos, que prometem a perda de peso da noite para
o dia, não existem. O essencial é sempre buscar um profissional, de preferência
um endocrinologista e um nutricionista" orienta.
De acordo com a
nutricionista, no SUS (Sistema Único de Saúde) existem diversos serviços
dedicados às pessoas que buscam perder peso de forma saudável e com
acompanhamento médico.
Grupo de Combate à
Obesidade
Algumas UBSs, sob gestão do CEJAM, possuem grupos de apoio multidisciplinares, compostos
por nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas, psicólogos e
terapeutas, para quem precisa de ajuda com reeducação alimentar e atividade
física para lidar com a obesidade.
O trabalho tem como
foco a prevenção e o tratamento da obesidade, abordando e estimulando o
tratamento de diabetes, hipertensão e alta do colesterol, além de
acompanhamento nutricional.
As unidades participantes disponibilizam grupos de apoio abertos e fechados,
dependendo da necessidade. Qualquer pessoa pode participar, até mesmo quem não
é paciente da
unidade, basta apresentar o cartão do SUS.
CEJAM - Centro de
Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"
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