Opinião
Se há um gesto que nos dignifica é entregarmos o nosso próprio
sangue para salvar alguém. Esse não é apenas um ditado, mas uma realidade
vivenciada por todos nós, médicos e profissionais da saúde, nas emergências e
centros cirúrgicos.
O período de inverno é marcado por uma menor oferta de
candidatos à doação, agravando um problema crônico e relevante para o sistema
de saúde: o baixo estoque de sangue e hemoderivados. O cenário é preocupante há
bastante tempo, mas ficou ainda pior por conta do receio de boa parte da
população fazer doação na pandemia e, nos últimos meses, são constantes os
apelos dos bancos de sangue dos grandes hospitais e dos hemocentros para que as
pessoas sejam solidárias. Por isso, fazemos esse apelo para ampliar a captação
de sangue nesse período e, ao mesmo tempo, incentivar a população a tornar a
doação uma prática corriqueira.
O Ministério da Saúde, visando a segurança do candidato à doação
e de quem receberá o sangue, recomenda protocolos rígidos a serem seguidos, com
requisitos e contraindicações bem definidos. Após ser cadastrado e ter seus
sinais vitais aferidos, todo doador deve passar por uma entrevista de triagem,
realizada por um profissional de saúde, onde são averiguados seu histórico
médico, hábitos de saúde e condição clínica.
Os quesitos necessários incluem estar em boas condições de
saúde, idade entre 16 e 69 anos, peso mínimo de 50 kg, estar descansado
(dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas) e alimentado (evitar
alimentos gordurosos e aguardar até 2 horas para a doação). Pessoas acima de 60
anos só podem ser candidatas se já tiverem doado sangue alguma vez antes dessa
idade. Pessoas com menos de 18 anos precisam estar acompanhadas dos
responsáveis ou com formulário de autorização.
Já as restrições para doação de sangue compreendem ser
diagnosticado com anemia no teste realizado imediatamente antes da doação,
estar com hipertensão ou hipotensão arterial no momento da doação, sentir
aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos no momento da doação e ter febre
no dia da doação.
Convém lembrar que o procedimento de coleta de sangue ocorrem de
forma bastante segura e leva de 8 a 12 minutos. Todo o material utilizado é
estéril e descartável. Não há risco de contrair doenças doando sangue. Além
disso, o volume de sangue doado é reposto naturalmente pelo organismo em menos
de 24 horas.
Mais do que ajudar o próximo, a doação de sangue é um gesto solidário
que pode salvar vidas!
Dr.
Gerson Junqueira Jr. - Presidente
Associação
Médica do Rio Grande do Sul
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