No
inverno é comum o aumento de episódios de doenças respiratórias, e
infectologista membro da Doctoralia explica como agir diante desses quadros
Tosse, febre, coriza e
mal-estar. As temperaturas mais baixas facilitam a transmissão dos vírus
respiratórios, uma vez que as pessoas tendem a ficar mais tempo confinadas em
espaços fechados, diminuindo a circulação natural de ar e facilitando a
dispersão destes agentes infecciosos. Outro fator relacionado ao próprio frio é
que as temperaturas frias e o tempo seco acabam deixando as secreções
naturalmente produzidas pelo nosso nariz e vias aéreas mais espessas,
dificultando a autolimpeza. No entanto, em uma pandemia de um vírus
respiratório, os sintomas se confundem facilmente e podem assustar.
Pensando nisso, o
infectologista e membro da Doctoralia , Dr. Ricardo Paul Koso p, esclarece as
diferenças entre as síndromes respiratórias e o que fazer diante dos
respectivos diagnósticos. Confira!
Como podemos
diferenciar a Covid-19, a gripe e a sinusite?
Dr. Ricardo: Como os sintomas são
muito semelhantes, ou seja, todos podem se manifestar como tosse, coriza e, às
vezes, até febre, entre outras ocorrências respiratórias, clinicamente é muito
difícil fazer a diferenciação entre uma simples rinossinusite alérgica
exacerbada e um quadro de gripe pelo vírus influenza ou até mesmo da Covid-19.
Alguns sintomas podem ser típicos e auxiliam na diferenciação, como no caso da
rinite alérgica, que é subitamente descompensada pela exposição a algum fator
que o paciente sabidamente já seja alérgico, mas isso não garante completamente
o diagnóstico.
E, como estamos em uma
pandemia, todo e qualquer sintoma respiratório dito "novo" deve ser
investigado para confirmar ou negar o diagnóstico da Covid-19, já que este é o
vírus com maior circulação no momento e tem grande impacto coletivo. Sendo
assim, o teste ajuda tanto no diagnóstico e tratamento do paciente, como também
na orientação de isolamento dele e de seus contactantes.
Como contraímos a
gripe? E como podemos cuidar?
Dr. Ricardo: A Gripe, ou
"síndrome gripal", é o conjunto de sinais e sintomas típicos de uma
infecção das vias aéreas superiores, com tosse, coriza, dor de garganta,
obstrução nasal, podendo haver febre, e que se inicia em poucas horas ou dias,
durando em média 5 a 7 dias. Normalmente, é causada por vírus de transmissão
respiratória, através da fala, tosse, espirros, secreção nasal e contato direto
entre as mãos contaminadas e o nariz, boca ou olhos, assim como o Sars-Cov-2.
Na síndrome gripal, o
tratamento normalmente é feito com medicações sintomáticas como antigripais,
analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios. Uma medida importante também é
garantir a vacinação anual contra Influenza, que é o vírus causador da gripe e
que pode levar a quadros mais graves em pacientes dos grupos de risco ou com
doenças crônicas. Lembrando que a síndrome gripal também pode ser causada por
outros vírus respiratórios, de forma que não necessariamente quem está vacinado
não possa pegar uma "gripe mais leve". Por isso, as demais medidas de
controle e prevenção devem ser sempre seguidas.
E uma crise de
sinusite? Qual o melhor tratamento?
Dr. Ricardo: A sinusite é um termo
que especificamente fala da inflamação dos seios paranasais, que estão em
íntima relação com a cavidade nasal e, por isso, pode ser chamada de
"rinossinusite", pois os sinais e sintomas da sinusite e da rinite se
sobrepõem. As "crises" de sinusite podem ocorrer em pessoas que já
apresentam rinite alérgica prévia e que são expostos a algum desencadeante
específico, como pó, pólen, cheiros fortes ou outros, mas também pode ser
desencadeada por um resfriado comum ou síndrome gripal.
Em casos de sinusite,
o mais importante é manter-se bem hidratado, realizar a limpeza do nariz com
soro fisiológico e tratar a causa do quadro. No caso de rinites alérgicas, por
exemplo, vale evitar exposição aos fatores desencadeantes e tratar com
medicações adequadas, como antialérgicos ou corticoide nasal, tanto a crise
aguda quanto o controle da doença a longo prazo. No entanto, conforme a
evolução e a gravidade dos sintomas, pode ser necessário o tratamento com
antibióticos, mas para isso é preciso passar por avaliação médica.
Doctoralia
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