O
câncer nos ovários está entre os dez tipos de tumor mais comuns. Ele é pouco
sintomático e, por isso, é preciso estar atenta; oncologista do Hospital 9
de Julho esclarece as principais dúvidas sobre a doença
Embora o câncer de
ovário seja pouco incidente – apenas 3% dos tumores diagnosticados – ele está
entre as principais causas de morte relacionadas a câncer nas mulheres. Segundo
dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2018 foram registrados 6 mil
novos casos de câncer de ovário no Brasil aproximadamente, valor muito inferior
ao número de mulheres com diagnóstico neste mesmo ano de câncer de colo de
útero (16.370 mulheres) e de mama (59.700 mulheres), por exemplo. Apesar da
baixa incidência, está entre as principais causas de óbito relacionadas ao
câncer nas mulheres. Isso está ligado ao fato de que 70% dos casos são
diagnosticados em estágio localmente avançado ou com metástase (quando a doença
já atingiu outros órgãos).
Aproveitando que 8 de
maio é o dia de conscientização sobre o tema, a oncologista Dra. Michelle
Samora do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, reuniu algumas dúvidas
comuns e que podem fazer a diferença na busca pelo diagnóstico e tratamento da
doença. Fique atenta e alerte seus familiares e amigas.
1- Durante a idade
fértil (antes da menopausa) as mulheres não desenvolvem câncer de ovário.
Mito: Esse tipo de câncer é
realmente mais comum em mulheres que já estão na menopausa, acima de 50 anos,
mas isso não é uma regra. Recomenda-se que durante a idade fértil, as mulheres
mantenham acompanhamento ginecológico regular, não apenas em razão do câncer de
ovário, mas também para prevenção do câncer de colo de útero e avaliação de
doenças sexualmente transmissíveis.
2- Tomar pílula diminui
as chances de câncer nos ovários?
Verdade: Estudos apontam que
mulheres que fazem uso de medicamentos anticoncepcionais têm menos chances de
desenvolver câncer nos ovários, mas não significa que quem toma ou tomou
anticoncepcional não terá a doença.
3- Cisto no ovário é
câncer!
Mito: Definitivamente ter um
cisto não significa ter um câncer. Mas é importante que a mulher que tem um
cisto faça acompanhamento médico para que seja tratado corretamente e,
dependendo do caso, removido.
4- Câncer de ovário não
tem sintomas.
Mais ou menos: É verdade que no
estágio inicial da doença os sintomas são bem discretos, mas podemos considerar
os sinais abaixo como um alerta:
● Aumento
desproporcional na vontade de urinar;
● Dores na região
abdominal;
● Indigestão;
● Cansaço intenso e sem
motivo aparente;
● Sangramentos vaginais
anormais;
● Rápida perda de peso.
O câncer de ovário
possui maior incidência principalmente em mulheres na menopausa e o risco de
desenvolver este câncer ao longo da vida é de 1,3%. Entre os fatores que
contribuem para um risco aumentado desta doença estão a primeira menstruação
precoce (abaixo dos 12 anos), menopausa tardia (acima dos 52 anos), obesidade e
tabagismo. Por outro lado, a gravidez, a amamentação e o uso de contraceptivos
orais agem reduzindo o risco do câncer de ovário.
Cerca de 15% dos tumores
ovarianos são decorrentes da predisposição genética hereditária, herdada de pai
ou mãe. No entanto, especialistas ressaltam que as mutações genéticas que
predispõe ao câncer de ovário podem não se limitar às mulheres com uma forte
história familiar da doença. De fato, cerca de 1/3 das pacientes portadoras da
mutação do gene BRCA (principal gene envolvido no surgimento desta enfermidade)
não apresentam sequer um familiar portador de câncer. É por este motivo que ao
se realizar o diagnóstico de câncer de ovário, todas as mulheres devem ser
testadas geneticamente. “Se você é mulher, não deixe de procurar o seu
ginecologista periodicamente. Isso pode fazer toda a diferença para a sua
saúde”, finaliza a Dra. Michelle Samora.
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