Doença é mais prevalente em mulheres na faixa de
30 e 50 anos.
Dor generalizada no corpo, sono que
não é reparador e fadiga. Você costuma ter com frequência esses sintomas? Pode
ser que você tenha fibromialgia, doença que afeta mais de 10 milhões de
brasileiros e, principalmente, as mulheres, prejudicando muito a qualidade de
vida. A fibromialgia caracteriza-se
por dor crônica em vários pontos do corpo, especialmente nos tendões e nas
articulações. A doença é mais prevalente em mulheres, na faixa de 30 e 50 anos, que apresentam relatos de
dor generalizada pelo corpo. “Não tem inchaço das juntas, não tem
artrite, somente a queixa da dor”, diz o reumatologista do Hospital
Nossa Senhora das Graças (HNSG), de Curitiba, Dr. Sebastião Radominski.
Segundo o especialista, a
fibromialgia é uma doença de difícil diagnóstico. “Não existe nenhum exame específico que possa comprová-la,
de uma forma simples, como por exemplo um raio x de pulmão que mostra uma
pneumonia ou um exame de sangue que mostra anemia, e maioria dos
exames de laboratório se mostram normais”, relata. Por isso, a maioria das pessoas acaba convivendo
com ela sem ter um tratamento adequado.
O diagnóstico é feito por meio de
exclusão de outras doenças com sintomas semelhantes, como o
hipotireoidismo, que pode causar fadiga e dificuldades de movimentos. “Temos
que excluir outras
doenças que podem imitar a fibromialgia por meio de exames básicos
iniciais, para poder orientar um tratamento adequado”, enfatiza o
especialista.
Sentir dor em diversos pontos do
corpo pode interferir muito na qualidade de vida. O
reumatologista destaca que toda mulher que tem quadro de dor difusa,
que interfere na sua capacidade diária, que tem um sono que não repara
mesmo dormindo 8 horas, e uma fadiga maior do que aqueles dias que se está mais
cansado, tem que procurar um clínico que possa encaminhar a um reumatologista.
A fibromialgia ocorre devido
a problema em neurotransmissores da dor, no cérebro, por
isso algumas pessoas podem ter uma percepção mais exacerbada da dor. Por ser
mais prevalente em mulheres ainda não há uma explicação clara, mas acredita-se
que as alterações hormonais podem levar a essa
sensibilidade. “É um problema de neurotransmissores da dor, a nível
cérebro. Por exemplo, você dá uma martelada no dedo de uma paciente
que não tem fibromialgia, vai doer por exemplo 10. Se você der a mesma
martelada, com a mesma intensidade no paciente com fibromialgia, vai
parecer para ele que a dor foi 100. E muitas vezes o paciente tem uma
memória da dor que cada vez que tem uma situação parecida essa dor parece
maior”, acrescenta.
A doença
não tem cura, mas tem tratamento. “Estimulamos o paciente a
realizar uma atividade física, que melhora os neurotransmissores, terapia
cognitiva comportamental, tratamento com
analgésicos e moduladores da dor, porque eles vão restabelecer
estes neurotransmissores que estão em desiquilíbrio. Medicamentos fortes
como o uso de opioides devem ser restringidos, porque podem
levar ao vício”, orienta o médico.
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