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quarta-feira, 15 de maio de 2019

Cerca de 40% dos casos de entorse de tornozelo não tratadas corretamente evoluem para sintomas crônicos


A lesão é uma das que mais leva pacientes ao Pronto Atendimento e das mais custosas à saúde


O entorse de tornozelo é uma das lesões mais prevalentes na população e uma das mais frequentes em um pronto atendimento geral, chegando a números superiores à diversas doenças infecciosas e traumáticas. Podem corresponder a 14% dos atendimentos primários.

O Dr. Nacime Salomão B. Mansur, médico especialista e segundo secretário da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé – ABTPé, explica que o entorse de tornozelo não é um diagnóstico, mas sim um mecanismo de trauma que pode levar a diferentes desfechos. O mais comum é a lesão ligamentar do tornozelo. Entretanto, podem provocar fraturas, lesão tendínea, de cartilagem e artrose a longo prazo.

“O problema é um dos mais custosos à saúde pública (ou privada) acometendo, por ano, 2 milhões de pessoas nos EUA. Tem um impacto na economia mundial de 6 bilhões de dólares anuais”, esclarece o especialista da ABTPé.

Os casos de entorses são divididos em “entorses em inversão”, quando o tornozelo vai para dentro, (sendo estes, 90% dos casos) e o “entorses em eversão”, mais problemáticos e com grandes chances de provocar fraturas.


Tratamento e prevenção:

O tratamento da lesão ligamentar é baseado na combinação da imobilização (hoje muito mais funcional, não havendo necessidade da utilização do gesso durante o tratamento), (pode ser utilizada uma tornozeleira rígida ou bota) durante o período de quatro a seis semanas( tempo necessário para cicatrização do ligamento) e aa fisioterapia, analgésica a princípio, mas depois motora, para que se possa fazer a reabilitação muscular e funcional.

As lesões não tratadas corretamente, principalmente no seu primeiro episódio, podem evoluir com sintomas crônicos (estima-se que cerca de 40% dos casos). Mesmo uma pequena porcentagem dos pacientes tratados corretamente pode ter sintomas de instabilidade e dor e necessitar, em alguns casos, do tratamento cirúrgico.

No entanto, a palavra-chave é a prevenção. “Nós procuramos esclarecer a população geral e aos gestores de saúde, como é importante prevenir. Queremos diminuir o número de casos, e buscamos cobrar, por exemplo, a qualidade das calçadas e terrenos que as pessoas trabalham, orientamos sobre a não utilização de celulares durante caminhadas, e evitar atividades físicas sem preparo muscular adequado.

Importante ressaltar a importância do tratamento adequado do primeiro episódio, pois ele previne a ocorrências de novos traumas. Devemos orientar os pacientes a procurarem atendimento médico em qualquer episódio de entorse. Fisioterapeutas devem encaminhar os pacientes para avaliação ortopédica antes do início do tratamento e médicos devem conduzir o entorse de modo científico, imobilizando os pacientes, acompanhando-os e os encaminhando à fisioterapia.”, conclui o Dr. Nacime.


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