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quarta-feira, 15 de maio de 2019

Dengue coloca pacientes cardíacos em estado de vulnerabilidade


Cardiologista do HCor comenta sobre os riscos em suspender medicamentos cardíacos, que podem aumentar a chance de hemorragia em casos da doença


   
             Os casos de dengue aumentam em todo o país. De acordo com números recentes do Ministério da Saúde, somente no estado de São Paulo, já são mais de 100 mil registros da doença este ano. O cenário preocupa, pois os casos graves podem causar mortes.

Para os pacientes cardíacos o risco é ainda maior, uma vez que o tratamento da dengue exige a suspensão de um importante medicamento o AAS (Ácido acetilsalicílico), que previne a formação de coágulos que causam infarto e angina, mas podem causar hemorragia nesses pacientes específicos caso o tratamento seja interrompido.

“Existe um grupo em situação mais crítica, que são os que passaram por uma angioplastia e usam AAS, e outras medicações associadas, para evitar a trombose do stent implantado na coronária. Nestes casos, um acompanhamento rígido é necessário para evitar problemas mais graves. Além disso, alguns pacientes, especialmente os mais idosos, podem descompensar uma insuficiência cardíaca já controlada”, explica o Dr. Abrão Cury, cardiologista e clínico geral do HCor.

            A preocupação do cardiologista se justifica, pois quando um paciente recebe um stent para desobstruir a coronária, o sistema imunológico irá atacar este corpo estranho no organismo e elevar o risco de formação de coágulos que provocariam um infarto.

“O risco é alto no primeiro ano. Depois, o sistema imunológico irá diminuir o ataque por reconhecer que o corpo estranho faz parte do organismo. Pacientes com stents precisam tomar a medicação para prevenir o entupimento da coronária e o AAS é recomendado em praticamente todos os casos”, comenta Dr. Abrão.


Como proceder

De acordo com Dr. Abrão, para tratar esses pacientes específicos que não podem ficar sem o AAS, algumas orientações devem ser observadas:

·      Cada paciente deve ser tratado individualmente devido à complexidade do caso.

·      Um ponto de atenção é a diminuição de plaquetas. A dengue promove queda de plaquetas e o AAS diminui ainda esse componente sanguíneo, aumentando o risco de hemorragia.

·      Internação do paciente vulnerável para um acompanhamento mais rigoroso.

·      Caso o paciente apresente sintomas de infarto ele já estará no hospital e o atendimento será muito mais ágil.

·      Prevenir é sempre a melhor opção. O uso de repelentes é altamente recomendado. Além disso, medidas para evitar a proliferação da dengue em água parada devem ser adotadas.




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