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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Adotei outro gatinho, e agora?


Os felinos são apaixonantes, porém, bastante temperamentais. A especialista Luana Sartori, da Nutrire, dá algumas dicas para socializar novos e antigos moradores no mesmo lar.

Eles são peludos, possuem bigodes charmosos e um sono interminável. É fato que os gatos ganham cada vez mais espaço nos lares brasileiros, afinal de contas, estima-se que eles já sejam mais de 22 milhões de animais de estimação. No entanto, os adoráveis felinos possuem personalidade forte e, muito embora sejam extremamente amorosos, também são bastante autoritários.
Por isso, a Dra. Luana Sartori separou algumas dicas para quem deseja inserir um novo membro à família e fazer dessa adaptação uma experiência menos traumática - tanto para os que chegam como para os que já se consideram donos do ambiente. “Antes de mais nada, é essencial respeitar o animal mais velho - aquele que já está acostumado com os móveis, os cheiros e os donos. A preparação precisa ser cautelosa e sempre priorizando o bem-estar dos animais”, revela Luana.
A adaptação demanda tempo e muita paciência, além de não acontecer de uma hora para outra. “Os felinos precisam de um tempo para que a harmonia reine novamente, ou seja, quase sempre será difícil inserir outro membro no grupo. Porém, com afeto e tranquilidade os resultados costumam ser positivos”, explica. A primeira dica é manter o novo gatinho separado dos demais felinos da casa. “Você pode deixa-lo em um ambiente menor, pode ser o banheiro ou a área de serviço. Lembre-se que o pet precisa estar confortável, porém, um ambiente pequeno é o ideal para iniciar a adaptação”, indica.
O gato novo vai conhecendo cada cômodo aos poucos, mas, antes disso, precisa ser aceito pelo irmão mais velho ou os irmãos mais velhos. “Os moradores antigos devem sentir o cheiro do “invasor” aos poucos, com calma e no tempo deles. Alguns “fuuuu´s” acontecerão e você não vai poder mudar isso, pois faz parte do processo”, orienta. No início, e isso é muito importante, é proibido apresentar todos de uma vez só, simplesmente soltando o novo inquilino pela casa. “A adaptação acontece por etapas e colocar os pets em contato sem supervisão pode causar acidentes graves, além de complicar ainda mais a possibilidade de amizade entre eles”, completa Luana.
Após separar os felinos, deixar que se conheçam pelo olfato é o segundo passo. “O nariz dos gatos é muito apurado e é exatamente isso que vai auxiliar na identificação do novo parceiro de casa”, diz a especialista. Separados, eles irão se cheirar (e escutar) por entre as portas e dessa forma é que se acostumarão um com o outro. Dra. Luana salienta que é natural o animal mais velho se mostrar irritadiço com o novo morador. “O gato que já vive no ambiente é o dominante e para marcar seu território vai mostrar os dentes diversas vezes. O tutor precisa ter paciência e não mostrar desespero para os futuros novos amigos”, conta.
Antes de deixá-los juntos no mesmo ambiente é necessário separá-los por uma porta de vidro ou alguma alternativa que torne-os visíveis, mas sem possibilidade de ataque. É possível que nesse momento ainda haja alguma reação negativa, mas na maioria dos casos já há indícios de tolerância entre eles. Brinque com os dois ao mesmo tempo com uma corda ou algo divertido.
Isso deve ocorrer mais alguns dias até que possam ser colocados no mesmo cômodo, sempre com a supervisão do tutor. A tendência é que as coisas estejam mais calmas e, apesar de algumas encaradas e resmungos, a possibilidade de amizade deve estar mais próxima. Dra. Luana revela que o processo varia de caso para caso, e pode durar de sete a 30 dias. “É tudo uma questão de personalidade, de idade, de momento para cada animal”, conta.
Muito embora haja uma pequena parcela de casos sem solução, inserir um novo gatinho em casa é sinônimo de companhia para o pet mais antigo. Além disso, adotar é um ato de amor, visto que no Brasil são mais de 30 milhões de animais abandonados. “Dar a oportunidade de um animalzinho ter um lar é fundamental para combatermos esse número triste, além, claro, de políticas públicas que atendam às necessidades desses animais e impeçam novas crias espalhadas pelas ruas. Mas esse é um outro assunto, muito mais complexo”, finaliza a especialista.  

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