Correr
ao ar livre, brincar na praia e praticar esportes são atividades deliciosas da
infância, mas que escondem um silencioso perigo para a pele: a superexposição
aos raios UV. Pensando nos riscos graves à saúde das crianças, a Sociedade
Brasileira de Pediatria lançou um guia de proteção solar para crianças e adolescentes. O documento faz um
alerta preocupante à população, que não aplica corretamente os protetores
solares.
Em
geral, embora tenha o mesmo número de camadas, a pele das crianças possui
apenas um quinto da espessura da pele dos adultos, o que as coloca em maior
risco. Estima-se que cerca de 80% da exposição solar da vida ocorrerá até os 20
anos. Portanto, é preciso pensar na infância e adolescência como uma importante
fase para prevenir doenças e cânceres de pele.
Entre
as recomendações do guia, para os bebês de até seis meses, é não utilizar o protetor
solar. Isso porque as substâncias químicas da formulação podem ser absorvidas
pela pele. O ideal é evitar a superexposição aos raios solares e utilizar
roupas adequadas, com proteção UV. A partir dessa idade, o recomendado é
que as crianças se exponham ao sol até as 10h da manhã e após as 16h. Ou seja,
no início da manhã e no fim da tarde, horário em que os raios solares são menos
intensos e prejudiciais à saúde da pele.
A
segunda recomendação é, dentro dessa janela de tempo, aplicar de maneira
correta o protetor solar e investir em roupas, bonés e óculos solares com
proteção UV. Hoje já é possível encontrar roupas tratadas com a tecnologia que
bloqueia até 98% dos raios ultravioletas. Procure por marcas certificadas pela
Arpansa, o único órgão no mundo responsável por testar fator UV em roupas e
acessórios, que fica na Austrália.
Além disso, para evitar a desidratação durante a
exposição ao sol, e também horas depois, é preciso tomar bastante líquido,
principalmente água para se manter hidratado. Sobre a pele, pode ser utilizada
uma loção à base de Aloe Vera. Com tantas recomendações médicas, pode parecer
que o sol é um vilão, mas na realidade se expor ao sol é extremamente saudável
para todos, inclusive para as crianças.
Os raios solares provocam reações biológicas extremamente positivas, sendo a
principal delas a síntese de vitamina D.
Esta vitamina estimula o metabolismo do cálcio e favorece o crescimento ósseo.
Precisamos apenas ter cuidado com o exagero e principalmente com o descuido. A
prevenção é a melhor saída quando se trata de minimizar os riscos e efeitos do
sol sob a pele.
Victor Peixoto - médico
dermatologista e consultor da Litonaneus.
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