Com a rotina corrida, muitas deixam de lado
cuidados básicos com a saúde e podem não perceber sintomas de problemas graves,
como infarto
Já
não é novidade que as mulheres estão assumindo cada vez mais funções
importantes no mercado de trabalho. E mesmo em meio à correria, muitas ainda
conciliam a vida profissional atribulada com as tarefas da maternidade. Na mais
recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 40% dos lares
entrevistados possuem uma mulher como “chefe” da casa e, delas, 34% possuem um
cônjuge. Nesse cenário, muitas vezes, a saúde da mulher pode ficar
comprometida.
Entre
os principais problemas que demandam atenção constante, principalmente para
quem tem histórico familiar, são os ligados ao coração. De acordo com dados
divulgados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, no ano passado, quatro em
cada 10 mortes causadas por infarto são de mulheres. Nesse cenário, a médica
cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, Carmen Weigert, explica que
as mudanças no estilo de vida das mulheres podem ser um fator de risco. “Com a
correria do dia a dia, muitas mulheres que trabalham e ainda precisam cuidar
dos filhos e da casa, podem deixar de lado cuidados básicos com alimentação
saudável, prática de exercícios físicos e os check-ups periódicos”, afirma a
cardiologista.
Além
disso, é preciso ficar atento aos sintomas de infarto, que podem apresentar
diferenças entre homens e mulheres. “Elas podem ter sintomas como dor na boca
do estômago, náuseas e fadiga intensa, o que, na rotina intensa, pode acabar
sendo considerado fruto do estresse. A dor no peito e formigamento no braço
esquerdo, sintomas mais frequentes de angina ou infarto em ambos os sexos, nas
mulheres costumam ser subestimados ou atribuídos a causas psicológicas”, alerta
Carmen. Por isso, segundo a cardiologista, é tão importante diferenciar a dor
torácica de causa cardíaca da não cardíaca, a fim de direcionar corretamente a
conduta médica a ser seguida.
Segundo
a médica, a melhor maneira de se prevenir é priorizar a saúde em meio à
correria e seguir uma rotina de cuidados. “Os hábitos são modificados com
vontade e determinação. Por isso, mesmo com trabalho e casa para chefiar, as
mulheres devem procurar conciliar os afazeres com um tempo só para elas.
Praticar pelo menos meia hora de atividades físicas sob orientação
multiprofissional, manter um cardápio diário saudável, rico em frutas verduras
e legumes e agendar check-ups cardiológicos periódicos são atitudes que podem
fazer a diferença para uma vida mais saudável”, indica a cardiologista.
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