Especialistas do IVI, grupo espanhol de
reprodução humana, apresentam resultados da pesquisa realizada em colaboração
com o Hospital La Fe de Valência
Permitir que um ovário envelhecido seja capaz de
ovular novamente poderia ser a solução para engravidar no caso de menopausa
precoce, uma complicação que afeta 1% das mulheres jovens impedindo que a
gravidez aconteça de forma natural.
Pacientes com casos de falência ovariana podem
renovar a esperança de engravidar com óvulos próprios a partir dos resultados
positivos de 4 gestações naturais conseguidas
com a aplicação do estudo realizado em colaboração entre o Hospital La Fe de
Valência e o Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI). Sobre o tema,
duas linhas de pesquisa científica foram apresentadas pelo professor Antonio
Pellicer, presidente fundador do IVI, no workshop prévio ao 7º Congresso Internacional IVI, na Espanha.
Atualmente nas clínicas de reprodução humana da
Europa, metade dos tratamentos para engravidar são realizados com óvulos doados.
“A idade média das pacientes mundialmente é de 39 anos, algo muito parecido com
a realidade na nossa clínica no Brasil”, explica Drª Genevieve Coelho, diretora
da clínica IVI Salvador e parte do grupo que realizou as pesquisas. “Este
estudo poderá ajudar não apenas as pacientes com falência ovariana precoce, mas
também aquelas com idade próxima aos 40 que foram perdendo a capacidade de
ovular naturalmente”.
Como é possível rejuvenescer o ovário?
Para reverter o processo de envelhecimento ovariano
duas técnicas estão em desenvolvimento com o mesmo objetivo: Ativar os
“óvulos adormecidos”, que são aqueles que permanecem no ovário
em estágio de pré-desenvolvimento dentro dos folículos ovarianos, mas não se
desenvolvem mesmo quando estimulados com os medicamentos hormonais que são
utilizados nos tratamentos de fertilidade. As técnicas são:
1- Fragmentação do tecido ovariano (OFFA)
– Esta técnica é atualmente oferecida às pacientes do IVI Valência como última
alternativa antes de partir para o tratamento com recepção
de óvulos doados. O tratamento consiste em obter por
laparoscopia uma amostra do tecido ovariano, fragmentar o tecido e devolvê-lo
novamente ao seu local de origem. Uma técnica um pouco incômoda, mas que
permite a alta da paciente no mesmo dia.
2- Aplicação de células-tronco na artéria ovariana
(BMDSC) – Esta técnica piloto que consiste na aplicação de
células-tronco nas artérias do ovário, se mostrou prometedora por ter
conseguido que as pacientes engravidassem naturalmente após o transplante de
medula óssea.
Por que é difícil engravidar após os 40?
Antes mesmo de nascer as mulheres já possuem seu estoque
de óvulos para a vida inteira. Centenas de óvulos se perdem antes mesmo da
mulher atingir a puberdade e, quando inicia a vida fértil, o corpo feminino
prioriza liberar primeiro os melhores óvulos, enquanto os considerados de menor
qualidade permanecem e vão envelhecendo, o que afeta ainda mais sua capacidade
de gerar um bebê saudável. Os resultados dessa seleção natural são menos
chances de engravidar na medida em que a idade avança e aumento do risco de
aborto ou problemas genéticos nos descendentes.
Sobre o IVI - RMANJ
Com sede
em Valência, na Espanha, o Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) possui
mais de 70 clínicas em 13 países, incluindo Brasil, e é referência mundial em
medicina reprodutiva. O grupo conta com uma Fundação, um programa de Docência e
Carreira Universitária e recentemente realizou a fusão com o grupo
norte-americano RMANJ elevando ainda mais sua relevância mundial.
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