ABHH se pronuncia sobre os riscos de
contaminação do vírus via transfusão de sangue
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e
Terapia Celular (ABHH) orienta a população, doadores e receptores de sangue e
do público em geral sobre os riscos de contaminação do Zika vírus via
transfusão de sangue, evento raro, assim como para demais arbovírus como dengue
e Chikungunya.
“A transmissão transfusional do vírus Zika é evento raro
da mesma forma que a transmissão transfusional dos vírus Dengue e Chikungunya.
Não existem, atualmente, testes laboratoriais de diagnóstico da infecção pelo
vírus Zika que sejam registrados ou adequados para a triagem laboratorial de
doadores de sangue”, explica Dimas Tadeu Covas, presidente da ABHH.
Além disso, medidas de segurança e proteção relacionadas
à transfusão de sangue baseiam-se na triagem clínica e epidemiológica dos
doadores de sangue e são eficientes para identificar doadores sintomáticos ou
com história clínica sugestiva da infecção e devem ser reforçadas juntos aos
serviços de hemoterapia, em conformidade com a Nota Técnica 094/2015 da
Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde (CGSH/MS).
Ainda segundo Covas, que também é professor Titular de
Hematologia e Hemoterapia/Universidade de São Paulo, testes de biologia
molecular “caseiros” (in house) não são testes validados ou registrados pelas
autoridades sanitárias e seu uso não é recomendado pela ABHH para a triagem
laboratorial de doadores de sangue, a não ser em protocolos de estudos
aprovados por Comitês de Pesquisa institucional.
“Diante destas considerações e das evidências científicas
disponíveis, a ABHH não reconhece que os estoques de sangue do Brasil, neste
momento, estejam submetidos a riscos acrescidos que justifiquem a adoção de
medidas adicionais (testes laboratoriais ou quarentena de hemocomponentes) em
adição às medidas de triagem clínica e epidemiológica já mencionadas”, ressalta
o hemoterapeuta.
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