Home office tem sido uma das expressões mais
utilizadas nos últimos dias. Mas, apesar das experiências
de trabalho remoto se espalharem ao redor do mundo, ainda se nota que
o que deveria estar à disposição dos profissionais causou um certo
desconforto em muitas empresas que não estão diretamente vinculadas à
produção de tecnologia.
Não é para menos. Home office não significa
simplesmente dar um notebook para cada funcionário e mandá-los para casa
com uma lista de tarefas a serem entregues. Há toda uma cultura
organizacional por trás de cada colaborador e que, antes de oferecer a
possibilidade de se trabalhar remotamente, as organizações devem preparar toda
a equipe, de gestores à colaboradores, de forma a fornecer infraestrutura e
segurança para que a produção continue.
Embora o suporte tecnológico seja
fundamental para que empresas possam seguir em frente, é também essencial uma
postura mais empática com relação aos colaboradores. Para que o sistema de trabalho
home office tenha sucesso, é vital que as organizações os compreendam
principalmente as dificuldades em trabalhar em um ambiente em que estão
vulneráveis à influência de informações e eventos que não estariam em suas
mesas dentro das corporações.
É muito difícil se blindar totalmente do
que está acontecendo em casa. Podem ocorrer situações em que há filhos, pais ou
outras pessoas habitando o mesmo domicílio, que têm necessidades diferentes e
por vezes precisam do auxílio uns dos outros. Problemas de casa, como queda de
energia, vazamentos ou questões de condomínio também precisam fazer parte desta
nova equação laboral.
As empresas devem compreender que seus
colaboradores estão desempenhando suas funções em um ambiente diferente ao
quais estão acostumados. Assim, a cobrança de prazos deve estar dissociada
do cumprimento da jornada de trabalho “normal”, pois a depender do desenrolar
dos dias domésticos de cada um, teremos cumprimentos de carga horária que
variam de um colaborador para outro.
O trabalho assíncrono exige
compreensão de que nem todas as perguntas podem ser respondidas
imediatamente. A paciência deve ganhar espaço para que a cobrança não
acabe atrapalhando quem está fazendo o possível para cumprir suas
obrigações e as relações de confiança se estabelecem a partir daí. Esse
posicionamento gera um estreitamento de laços e a noção de responsabilidade de
ambas partes no que tange ao cumprimento de metas.
A colaboração é fundamental para que o trabalho
remoto tenha sucesso. Contar com a compreensão, engajamento, feeling e empatia
da equipe é um desafio, mas não chega nem perto do impossível. A própria
prática do home office cria um ambiente favorável para que essa
colaboração se estabeleça de forma natural, quase orgânica.
Estabelecida a base do trabalho remoto sob
esses quatro pilares - a tecnologia, a empatia, a confiança e a
colaboração - os resultados poderão surpreender mesmo os mais céticos já que o
home office é capaz de aumentar a motivação dos colaboradores e
consequentemente a produtividade da equipe e a qualidade do trabalho
apresentado. Sim, trabalhar em casa é o futuro do trabalho.
Melina Alves - CEO e fundadora da
DUXcoworkers, Melina Alves é especialista em usabilidade e arquitetura da
informação e está entre as 40 mulheres líderes de UX mais lembradas do país. A
executiva é pós-graduada em Tecnologia da Informação pela Faculdade Impacta de
Tecnologia e em Administração Empreendedora pela FGV. A empresa liderada
pela executiva tem espaço inclusivo para mães 90% de sua mão de obra composta
por mulheres.
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