Pesquisar no Blog

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A relação entre uso de anticoncepcional e a depressão



Embora a depressão seja bastante associada aos fatores psicológicos no senso comum, hoje se sabe que fatores negativos de vida não são a causa da depressão pois não são suficientes para que uma pessoa tenha transtorno depressivo.  “Isso serve para derrubar a visão ultrapassada de que se uma pessoa deprimia era porque algo na vida dela não ia bem, antigamente se sabia muito pouco como os sistemas químicos cerebrais funcionavam e diante de uma pessoa deprimida achávamos que a causa estava em questões psicológicas e saíamos à caça às bruxas: problema na relação com os pais? Dificuldades no trabalho? Crise existencial? Crise de fé? Sim, fatores estressores de vida são fatores importantes na gênese de inflamação e no aumento de hormônios do estresse (cortisol, ferritina, homocisteína, PCR) e por conseguinte alteração das regiões que controlam o humor no cérebro (hipocampo, amígdala, giro do cíngulo, córtex pré-frontal) que vão repercurtir comportamentalmente em sintomas que chamamos de depressão, porém algumas substâncias químicas podem diretamente alterar a maneira como o cérebro está funcionando e também produzir os mesmos sintomas de oscilação do humor, mesmo sem fatores psicológicos identificáveis, por isso passar por um problema na vida pode precipitar uma alteração no humor de algumas pessoas mas isso não é verdade pra todo mundo ”, explica o médico psiquiatra e pesquisador do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRUDA) do Hospital das Clínicas da USP, Dr. Diego Tavares. 

Como exemplos disso, já temos recentemente estudos científicos sobre alguns imunossupressores usados no tratamento de doenças imunológicas e alguns anti-hipertensivos que podem desencadear depressão em pessoas vulneráveis à doença. Além disso, destaca-se a relação entre alteração do humor e oscilação dos níveis hormonais femininos que já vem sendo estudada há vários anos.

“Até o momento, o que o meio científico sabe é que o uso das pílulas anticoncepcionais reduzem as oscilações hormonais na mulher e, por consequência, previnem sintomas depressivos e ansiosos, quer sejam eles associados ao ciclo menstrual (TPM) ou não. O uso de pílulas reguladoras do ciclo hormonal auxilia a maior parte das mulheres com oscilações de humor e garante a elas uma vida muito saudável e livre de ansiedade e perda de funcionalidade por depressão. “A mulher é biologicamente vulnerável para ter depressão em todas as fases da sua vida: quando começa a menstruar, quando engravida, após-parto; todo mês após a menstruação e por fim, ao entrar na menopausa. Portanto, além de todos os benefícios óbvios ginecológicos da pílula, ela ainda é um instrumento de grande valia para a psiquiatria na busca por oferecer uma qualidade de vida emocional às mulheres”, finaliza o médico.



Alterações de humor e crises de choro após o parto, quando se preocupar



 Muitas mães passam por alterações de humor e crises de choro após o parto que se desvanecem rapidamente. Acontecem principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimentam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto. Pesquisas americanas afirmam que a incidência é de uma mulher em depressão pós parto para cada sete mulheres no puerpério.

Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra explica que é preciso diferenciar algumas situações antes de chegar ao diagnóstico de depressão pós parto. O Blues puerperal, também conhecido como melancolia puerperal ou baby blues é uma situação na qual a mulher chora sem motivo, sente uma tristeza inexplicável, sente-se irritada, e sente dificuldade em concentrar-se. “Tem inicio em geral 3 dias após o parto e dura em média 15 dias. É extremamente comum, chegando a atingir 20% das mulheres no puerpério.” Explica Cinthia Calsinski.

Já na depressão pós parto, a mulher sente tristeza ou desespero constantes, existe perda de interesse ou falta de prazer na maioria das atividades diárias, pensa na morte ou suicídio, senteexcesso ou falta de sono e apetite e pode pensar em prejudicar seu bebê. Tais sintomas se manifestam em geral 4 semanas após o parto e podem durar algunsmeses.

Na psicose pós parto, que é a forma mais grave e incomum da apresentação, Cinthia explica que a mulher é desconectada de seu bebê, tem o sono perturbado, pensamentos confusos e desorganizados, apresenta mudanças drásticas de humor, alucinações, delírios, risco de prejudicar a si mesma ou ao seu filho, e ainda apresenta extrema agitação e inquietação.

            Vale ressaltar que não é culpa da mulher, e que não significa rejeição ao bebê, é uma alteração química cerebral, que deve ser tratada.

Estas alterações ocorrem por fatores físicos, uma vez que há queda dramática de hormônios (estrógeno e progesterona). Fatores emocionais também podem contribuir, entre eles, a máaceitação da aparência após o nascimento da criança, perda de controle sobre a vida e  rotina, pressão psicológica de conviver 24 horas por dia com um bebê, estresse, privação do sono. Situações relacionados as expectativas da maternidade versus realidade, ligadas ao parto, amamentação, desejo ou não da gestação.

A profissional também explica que algumas características predispõe probabilidade de desenvolver a doença, como, personalidade exigente do bebê, solidão, falta de apoio, problemas financeiros e familiares, diagnóstico de depressão anterior a gestação ou na gestação, violência doméstica ou relacionamentos abusivos. Quando apresenta desordem disfórica pré menstrual (forma grave de tensão pré menstrual. Mulheres que tiveram complicações na gestação como diabetes gestacional, pré-eclampsia, hipertensão gestacional. O tratamento é constituído de antidepressivos associados a terapia se possível, ou suporte e orientações.

As pessoas imaginam o pós parto e a licença maternidade como uma fase da vida tranquila, onde a mulher está em casa apenas cuidando do seu bebê, feliz e realizada. Mas geralmente não é assim. “Precisamos falar sobre o pós parto, dizer que nem tudo são flores, que embora seja uma fase gostosa onde o vínculo é formado, onde se descobre e conhece seu filho, juntamente a isso, temos um bebê que chora, uma mãe cansada, sozinha, angustiada com tamanha mudança em sua rotina e sua vida.” Complementa Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra.



Cinthia Calsinski - enfermeira obstetra, preparada para analisar criticamente a situação da paciente e investigar problemas que possam prejudicá-la ou a seu filho, sempre buscando soluções através de diversos métodos científicos, é habilitada para conduzir um parto quando acontece de forma natural, analisar a gestante, verificar contrações, dilatações e demais alterações no funcionamento do organismo feminino no momento do parto, e discernir quaisquer alterações patológicas que possam requerer um atendimento médico especializado. Por meio de consultorias domiciliares, Cinthia prepara a mãe para o parto, amamentação, como lidar com um recém-nascido com todos osdesafios que ele proporciona, cuidados de higiene, preparo do ninho (ambiente do quarto, disposição de móveis, enxoval, treinamento de babás), curso de primeiros socorros, reciclagem para avós, colocação de brincos em meninas. Tudo na tranquilidade do lar, com hora marcada.



Cinco fatos sobre as crises de ausência



Os episódios, confundidos com outros distúrbios, são manifestações da epilepsia que duram segundos e provocam perda do contato com o exterior


A quebra de estigmas se mostra cada vez mais importante para a sociedade, em diversos aspectos. Com a epilepsia, isso não é diferente: a inclusão dos pacientes na sociedade depende diretamente da diminuição de preconceitos e mitos acerca da doença, evitando o medo e a vergonha.

"A epilepsia é uma doença crônica caracterizada por crises epilépticas que ocorrem devido a uma atividade excessiva anormal das células cerebrais, causando nos pacientes comportamentos, sintomas e sensações anormais, incluindo, algumas vezes, perda de consciência. Porém, a maioria das pessoas costuma relaciona-la apenas às crises convulsivas, que acontecem quando o paciente cai no chão e se debate", pontua a Dra. Maria Luiza Manreza, doutora em Neurologia pela Universidade de São Paulo (USP).

Para uma vida saudável é muito importante que não só a pessoa com epilepsia entenda a sua condição, mas também seus familiares e todos aqueles que com ela convivem. Para que não haja discriminação, além de conhecer as características da doença é necessário compreender suas diferentes manifestações além de reconhecer as diferenças entre elas. Entre as crises epilépticas mais frequentes estão as crises de ausência, mais comuns em crianças e adolescentes.

Abaixo estão cinco fatos sobre essas crises, que contribuirão para um maior esclarecimento sobre a enfermidade:

  •     A crise de ausência, também conhecida como o "pequeno mal", costuma durar entre 10 a 30 segundos e provoca no paciente um olhar vago, demostrando distanciamento com o seu arredor. "É comum confundirem este sintoma com algum distúrbio de atenção", salienta a Dra. Maria Luiza;
  •     Além do "desligamento", podem ocorrer outros sintomas, sempre discretos, como contração dos músculos do rosto, pequenos movimentos com as mãos e a cabeça;
  •        Na infância estas crises tendem a se repetir várias vezes ao longo do dia prejudicando as atividades escolares;
  •       Após a crise, a pessoa volta naturalmente à atividade que exercia, geralmente sem se dar conta do ocorrido. "Uma atitude importante de quem está por perto é permitir que ela continue fazendo o que estava planejando",  conclui a doutora;
  •      Quando acontecem na infância estas crises tendem a desaparecer ao longo da adolescência, desde que um diagnóstico pronto e o tratamento correto tenham sido feitos. 

A palavra-chave para lidar com essa manifestação é paciência. É preciso respeitar o momento em que acontece a crise e esperar que ela passe espontaneamente. Além de ajudar o paciente, seguir essa postura harmoniza o ambiente para aqueles que presenciam o evento, o que incentiva uma maior aceitação e convívio com a doença. Assim como nas outras formas de epilepsia, é fundamental procurar um neurologista.




 Fonte: UCB Biopharma


Posts mais acessados