Os episódios,
confundidos com outros distúrbios, são manifestações da epilepsia que duram
segundos e provocam perda do contato com o exterior
A quebra de
estigmas se mostra cada vez mais importante para a sociedade, em diversos
aspectos. Com a epilepsia, isso não é diferente: a inclusão dos pacientes na
sociedade depende diretamente da diminuição de preconceitos e mitos acerca da
doença, evitando o medo e a vergonha.
"A
epilepsia é uma doença crônica caracterizada por crises epilépticas que ocorrem
devido a uma atividade excessiva anormal das células cerebrais, causando nos
pacientes comportamentos, sintomas e sensações
anormais, incluindo, algumas vezes, perda de consciência. Porém, a
maioria das pessoas costuma relaciona-la apenas às crises convulsivas, que
acontecem quando o paciente cai no chão e se debate", pontua a
Dra. Maria Luiza Manreza, doutora em Neurologia pela Universidade de
São Paulo (USP).
Para uma vida
saudável é muito importante que não só a pessoa com epilepsia entenda a sua
condição, mas também seus familiares e todos aqueles que com ela convivem. Para
que não haja discriminação, além de conhecer as características da doença é
necessário compreender suas diferentes manifestações além de reconhecer as
diferenças entre elas. Entre as crises epilépticas mais frequentes estão as crises
de ausência, mais comuns em crianças e adolescentes.
Abaixo estão
cinco fatos sobre essas crises, que contribuirão para um maior esclarecimento
sobre a enfermidade:
- A crise de ausência, também conhecida como o "pequeno mal", costuma durar entre 10 a 30 segundos e provoca no paciente um olhar vago, demostrando distanciamento com o seu arredor. "É comum confundirem este sintoma com algum distúrbio de atenção", salienta a Dra. Maria Luiza;
- Além do "desligamento", podem ocorrer outros sintomas, sempre discretos, como contração dos músculos do rosto, pequenos movimentos com as mãos e a cabeça;
- Na infância estas crises tendem a se repetir várias vezes ao longo do dia prejudicando as atividades escolares;
- Após a crise, a pessoa volta naturalmente à atividade que exercia, geralmente sem se dar conta do ocorrido. "Uma atitude importante de quem está por perto é permitir que ela continue fazendo o que estava planejando", conclui a doutora;
- Quando acontecem na infância estas crises tendem a desaparecer ao longo da adolescência, desde que um diagnóstico pronto e o tratamento correto tenham sido feitos.
A palavra-chave para lidar com essa manifestação é paciência. É preciso
respeitar o momento em que acontece a crise e esperar que ela passe
espontaneamente. Além de ajudar o paciente, seguir essa postura harmoniza o
ambiente para aqueles que presenciam o evento, o que incentiva uma maior
aceitação e convívio com a doença. Assim como nas outras formas de epilepsia, é
fundamental procurar um neurologista.
Fonte: UCB Biopharma
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