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sexta-feira, 21 de junho de 2024

Profissionais seniores de marketing priorizam a produção criativa apesar de lacunas em investimento e talentos, diz pesquisa do Canva e da MMA Global


●    Quase 70% creem que a criatividade será mais importante no próximo ano

●    Mais de 36% acreditam investir menos do que deveriam em talento criativo

●  30% internalizaram trabalhos recentemente, e 31% devem fazê-lo no próximo ano

 

SYDNEY e NOVA YORK – O Canva, a única plataforma de comunicação visual completa do mundo, e a MMA Global, a principal associação comercial global de profissionais de marketing, divulgaram hoje uma pesquisa conjunta sobre o valor da produção criativa, a saturação de tecnologias disponíveis e como enfrentar a guerra por talentos. 

Ao entrevistarem cerca de 100 CMOs e profissionais seniores de marketing que ocupam cargos de tomada de decisão nos Estados Unidos e no Reino Unido, Canva e MMA descobriram que no mundo das marcas hipercompetitivas de hoje, mais de três quartos (77%) acreditam que a produção criativa – abrangendo todos os elementos das campanhas e do conteúdo – é mais importante do que nunca, com 69% afirmando que a criatividade é prioridade máxima de marketing em suas organizações. 

A pesquisa revelou uma variedade de forças externas impulsionando a criatividade de novas maneiras, e um número significativo de obstáculos que impedem profissionais de marketing de alcançar todo o seu potencial criativo. As principais descobertas incluem:

 

A produção criativa é o novo padrão-ouro

Líderes de marketing estão atribuindo cada vez mais valor à criatividade e há a expectativa de que essa tendência continue.

  • Mais de dois terços (68%) acreditam que a criatividade será mais importante para suas organizações nos próximos 12 meses.
  • 72% acreditam que a produção criativa agrega valor às vidas dos consumidores.

 

Contudo, o investimento em criatividade não está à altura de seu valor comprovado

Embora a criatividade seja cada vez mais valorizada, há uma lacuna significativa quando se trata de investimento.

  • Mais da metade (55%) investe de 10% a 25% de seu orçamento total de marketing em criatividade, enquanto quase um quinto (18%) investe menos de 10% nesse quesito.
  • 41% afirmam não investir o suficiente em ferramentas, sistemas e tecnologias de criatividade.

 

O processo criativo ficou mais complexo 

O atual ecossistema de ferramentas criativas está trazendo diversas melhorias, mas não sem novos desafios.

  • Os seguintes elementos são considerados mais desafiadores agora (46%) do que eram cinco anos atrás: gestão de recursos e orçamentos, manutenção do padrão de produção e gestão de sistemas e ferramentas.
  • A maioria dos benefícios vem das seguintes ferramentas, por aumentar a eficiência ou por melhorar a produção criativa: plataformas colaborativas (54%), ferramentas de edição de fotos e vídeos (54%), ferramentas de IA generativa (35%)

 

Acompanhar avanços tecnológicos é um desafio

As lideranças de marketing, em sua maioria, confiam em sua produção criativa quando comparadas à concorrência, mas há áreas onde se sentem ultrapassadas.

  • Ao comparar sua produção criativa e seus processos com concorrentes:

·         34% acreditam que sua produção criativa está melhor, enquanto 53% creem que está no mesmo nível.

·         45% acreditam estarem piores na gestão de processos criativos que otimizam a velocidade, eficiência e flexibilidade.

 

Modelo internalizado passa a ser mais atrativo

O cenário de gestão criativa está mudando com mais trabalho sendo internalizado nas empresas do que terceirizado para agências. A internalização é vista, na maioria das vezes, como um processo mais vantajoso para as equipes, mas a terceirização é usada quando há necessidade de colaborar em produções criativas de alto impacto.

  • 30% internalizaram mais trabalhos nos últimos 12 meses, e 31% esperam fazer o mesmo no próximo ano.
  • 48% dizem que a maior parte da estratégia criativa é feita dentro das empresas, enquanto 23% afirmam que é terceirizada.
  • 83% dizem que a internalização é melhor sob uma perspectiva de custo, enquanto 61% afirma que a terceirização é melhor em relação à qualidade e à produção criativa.

 

Talentos criativos de alto nível estão mais escassos

Há uma preocupação com a redução do número de talentos criativos qualificados, o que evidencia o desafio de atrair, gerenciar e reter talentos em um mercado competitivo.

  • 47% dizem que o mercado de talentos qualificados ficou menor.
  • 80% estão satisfeitos com talentos criativos e recursos terceirizados, enquanto 74% estão satisfeitos com talentos criativos e recursos internalizados. 

"Produzir um resultado criativo de alto nível e, ao mesmo tempo, otimizar a eficiência dos recursos é um grande desafio para qualquer profissional de marketing hoje em dia. A forma como as marcas obtêm visibilidade ficou mais competitiva: há muita tecnologia a ser explorada e o mercado de talentos está diminuindo", disse Zach Kitschke, CMO do Canva.  "Estamos felizes em trabalhar com a equipe do MMA para identificar as dores e as oportunidades com as quais profissionais de marketing estão lidando hoje, a fim de esclarecer as questões mais importantes que possam apoiar a sua tomada de decisão.”

 

"Embora a concentração no aperfeiçoamento de dados, no desenvolvimento da audiência e na segmentação para gerar resultados tenha sido aparente nos últimos anos, profissionais de marketing também estão reconhecendo a necessidade de focar em uma segunda revolução criativa", disse Greg Stuart, CEO global da MMA. "Profissionais de marketing enfrentam um momento crucial em que a adoção da IA e o desafio de gerenciar a marca por meio de milhares de execuções levarão a criatividade e a comunicação da marca a outro patamar, exigindo um foco revigorado para gerenciar o processo criativo."

Acesse o estudo “The State of Creative Process in Marketing” ("O Estado do Processo Criativo no Marketing", em português) aqui

 

Metodologia

O estudo utilizou um questionário on-line. O trabalho de campo foi realizado em maio de 2024, tendo abrangido profissionais de marketing de grandes corporações (72% têm receitas anuais acima de US$ 1 bilhão) e de uma variedade de setores. Os entrevistados eram profissionais seniores de marketing, sendo 32% no C-Level, 35% na vice-presidência (EVP, SVP e VP) e 32% em outras posições seniores.

 

Canva - plataforma de colaboração e comunicação visual online gratuita, com a missão de capacitar todo mundo para o design.

MMA Global - associação comercial sem fins lucrativos dedicada a arquitetar o futuro do marketing e, ao mesmo tempo, proporcionar um crescimento contínuo.


Inclusão da TUST e TUSD na base de cálculo do ICMS: quais os impactos para o mercado?

A inclusão da Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) e da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) incidente sobre energia elétrica, embora debatida há anos, ganhou destaque com uma recente decisão favorável do STF. Apesar de sua efetiva incidência ainda depender de outras aprovações legais, é fundamental compreender este cenário potencial para identificar os impactos que provavelmente recairão sobre o consumidor final, resultando em custos energéticos mais elevados.

O novo entendimento, proposto pelo ministro Herman Benjamin, foi unanimemente aceito pelos demais ministros e abrange o período anterior à edição da Lei Complementar 194/2022, que excluiu explicitamente a TUST e a TUSD da base de cálculo do ICMS. Conforme o texto: "A tarifa de uso do sistema de transmissão TUST e/ou a tarifa de distribuição TUSD, quando lançada na fatura de energia elétrica como encargo a ser suportado diretamente pelo consumidor final, seja ele livre ou cativo, integra para fins do art. 3º, § 1º, II, 'a', da LC 87/96, a base de cálculo do ICMS."

Essa constitucionalidade era discutida na ADI 7195, cujos efeitos seriam, agora, suspensos com este novo entendimento. Justificando a decisão, uma projeção do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz) estima uma perda arrecadatória anual de R$28,3 bilhões em caso de derrota. Assim, segundo Benjamin, a ideia é que a TUST e a TUSD sejam repassadas ao consumidor final ao serem incluídas na conta de energia, gerando impactos significativos em toda a cadeia.

Apesar de a energia ser um bem intangível dentro do conceito de mercadoria sobre o qual o ICMS incide, um dos principais pontos discutidos é a integração dos custos de transmissão e distribuição de energia na operação. Essa divergência de entendimento tem sido uma questão entre estados e governo há anos, especialmente devido à falta de adaptação da legislação para abordar essa situação.

O diretor do Comsefaz, André Horta, apoia essa integração, argumentando que os estados buscam demonstrar que a legislação não exclua essas tarifas da base de cálculo do ICMS sobre energia elétrica – tornando a aprovação desta tributação mais provável. Na prática, os estados se beneficiariam significativamente com esta arrecadação, considerando as oportunidades de incidência deste imposto na circulação de mercadorias.

Assim, embora o texto mantenha a exclusão da TUST e da TUSD para contribuintes que obtiveram decisão favorável até 27/03/2017, todas as empresas que produzem, compram e vendem energia enfrentarão este novo custo – além de outras empresas que dependem da energia em alguma etapa de sua cadeia produtiva. Todos os envolvidos sentirão a diferença no imposto, afetando, em última instância, o consumidor final.

Ainda há muito a ser discutido e aguardado em relação ao resultado. No entanto, é crucial que o mercado e os consumidores se preparem para este possível cenário, compreendendo o aumento nas contas e mantendo uma gestão contábil assertiva para evitar impactos financeiros significativos decorrentes deste aumento. 



Amanda Domingos - Especialista Fiscal em ICMS e IPI da ECOVIS® BSP

Gercielda Cruz - Coordenadora do setor de tributos indiretos ICMS e IPI da ECOVIS® BSP


BSP
https://ecovisbsp.com.br/


O futuro é a biotecnologia

 Opinião

 

Vacinas, tratamento de áreas após derramamento de óleo, produção de medicamentos, modificação genética de vetores de doenças. Por trás de todas essas questões vitais para a sociedade contemporânea existe um denominador comum: a biotecnologia. Muito mais do que desafiar as leis da natureza, o bom uso de técnicas, procedimentos e métodos tecnológicos voltados aos seres vivos pode trazer imensos benefícios para a humanidade e o planeta.

Há, ainda, um desconhecimento generalizado sobre o que é a biotecnologia e suas muitas possibilidades de aplicação. Biotecnologia é utilizar quaisquer seres vivos para ajudar o ser humano. Sejam microrganismos, fungos, plantas, animais ou qualquer coisa derivada desses seres. Os produtos derivados de microrganismos já acompanham a civilização há mais de 12 mil anos, em forma de pão, vinho e cerveja, por exemplo. Esses três produtos são fruto da ação de leveduras, microrganismos que fazem com que a matéria fermente. Embora tenha sido apenas em 1665 que o primeiro microscópio foi desenvolvido, o homem já dominava a panificação e a produção de bebidas muitos milênios antes. Depois disso, temos a descoberta da vacina, por volta de 1750, a descoberta da pasteurização, por volta de 1850 e a descoberta dos antibióticos, por volta de 1930. Todos esses produtos e processos revolucionaram a vida humana.

Mas e no contexto atual, como a biotecnologia pode nos ajudar? Recentemente tivemos dois exemplos claros: a vacina e os kits de diagnóstico rápido para Covid-19, um enorme e rápido sucesso de pesquisa. No entanto, além da área da saúde, a biotecnologia pode atuar na área alimentar, com probióticos e alimentos fermentados, na agricultura, com biopesticidas e biofertilizantes, na área de energia, com etanol e biodiesel, no meio ambiente, com tratamento de efluentes e biorremediação, na estética, com aromas e corantes, enfim. As possibilidades são quase infinitas. Por muito tempo, os microrganismos foram somente associados a doenças e patógenos, levando a um preconceito muito grande contra bactérias e fungos. Mas existe uma grande porcentagem deles que é benéfica ao ser humano e até necessária para a vida na Terra. Se utilizados da maneira correta, os microrganismos são ferramentas fantásticas para atender a uma ampla gama de necessidades humanas.

Quando falamos sobre mudanças climáticas e todas as evidências de que o modo de vida contemporâneo não pode ser mantido se quisermos continuar vivendo com relativa tranquilidade neste planeta, a resposta é justamente a biotecnologia. Ela é uma alternativa muito mais sustentável e ecológica para problemas comuns ao cotidiano das pessoas do que os atualmente usados reagentes químicos e derivados do petróleo.

Se pensarmos em questões como o desenvolvimento de materiais de construção na engenharia civil ou o desenvolvimento de motores na engenharia mecânica, são tecnologias muito bem consolidadas que possuem consideravelmente poucas possibilidades de inovação. A biotecnologia, por sua vez, explorou até agora apenas de 30% a 40% do seu potencial. Isso porque a porcentagem de microrganismos que foram descobertos e cultivados em relação ao total existente ainda é muito pequena, e também porque ainda sabemos muito pouco sobre para que serve cada parte do material genético. Ou seja, ainda há muito para onde crescer.

Hoje em dia, graças à técnica de DNA recombinante, é possível inserir material de outros seres vivos em microrganismos para produzir algo, como aconteceu com a insulina, que passou a ser totalmente produzida por bactérias. Se ainda há uma grande porcentagem do material genético e de microrganismos que nós não conhecemos, existe a possibilidade de descobrirmos ou desenvolvermos uma bactéria capaz de curar o câncer, ou um fungo capaz de degradar plásticos, ou uma alga capaz de produzir combustíveis potentes, ou qualquer outro microrganismo capaz das mais diversas ações em prol do ser humano.

E tudo isso causando muito menos impacto para o ambiente, pois microrganismos são alternativas naturais menos agressivas e que geram muito menos poluentes que o petróleo, por exemplo, favorecendo a recuperação do ambiente. Com certeza esse futuro está mais próximo do que imaginamos, especialmente com o avanço tecnológico que tivemos nos últimos anos. 



Leonardo Wedderhoff Herrmann - coordenador do curso de Engenharia em Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Positivo (UP).


Brasileiros estão divididos sobre a legalização do aborto

Pesquisa realizada em 2023, mostra que 43% dos entrevistados no país é contra a legalização da interrupção da gravidez em qualquer circunstância, enquanto 39% é a favor da legalização, o que caracteriza empate na margem de erro 


  • Aprovação para aborto em qualquer caso caiu de 48% para 39% na comparação 2023 vs. 2022
  • Brasil é o quarto país que menos aprova a legalização entre os 29 que participam do estudo global
  • A tendência de queda na aprovação da legalização do aborto aparece em 19 países do estudo

 

A pesquisa Ipsos Global Views on Abortion 2023 revela um país dividido com relação à legalização do aborto. No Brasil, 43% dos entrevistados dizem que o aborto deve ser ilegal, enquanto 39% dizem que deveria ser legal, um empate técnico dada a margem de erro de 3,5 pontos percentuais. A pesquisa anual da Ipsos, mostra uma queda de 9 p.p. no apoio em comparação com dados de 2022, quando 48% dos entrevistados se disseram favoráveis a legalização. 

Na comparação global, o Brasil é o quarto país que menos aprova a legalização entre os 29 que participaram do estudo, com 39% dos entrevistados dizendo sim. Fica à frente de Indonésia (22%), Malásia (29%) e Índia (36%), empatado com a Colômbia (39%). 

No outro extremo, os 5 países que mais apoiam a legalização do aborto estão na Europa. Suécia vem em primeiro com 87% de apoio, seguida de França (82%), Holanda (76%), Espanha (73%) e Bélgica (73%).

A tendência é de queda de apoio ao procedimento em 19 dos 25 países que participam da série histórica, incluindo os quatro primeiros do ranking. As maiores quedas aconteceram no Peru (-10p.p.), Brasil (-9p.p.) e Coreia do Sul (-8p.p.). 

“Entre 2022 e 2023 a favorabilidade em relação ao aborto caiu no Brasil, de 48% passou para 39%. Esse dado não surpreende se pensarmos no quanto este e outros temas foram explorados nos últimos anos por motivos políticos. Além disso, sabemos que a sociedade brasileira é conservadora e patriarcal, portanto, temas da ‘pauta comportamental’ são sempre encarados de maneira controversa. Estamos vivendo um momento de avanços e retrocessos que acontecem de forma quase concomitante em vários temas, não apenas nesse”, afirma Priscilla Branco, gerente sênio de Public Affairs da Ipsos no Brasil.

 

Quando o aborto deve ser legal?

A tolerância do brasileiro ao aborto é maior em algumas circunstâncias específicas. Dizem sim à legalização quando a gravidez é resultado de estupro (70%), quando a gravidez ameaça a vida da mãe (66%), ou quando o bebê tem grandes chances de nascer com sérios problemas de saúde (50%). 

Mas o apoio a legalização do aborto cai quando por opção materna, e restrição cresce conforme aumenta o tempo de gestação: apenas 45% aceitam a interrupção da gestação até 6 semanas, 31% aceitam a interrupção até 14 semanas, e 21% até 20 semanas. 

Na média global, quase 8 em 10 pessoas responderam sim à legalização do aborto quando a vida da mulher estiver em risco (78%). O apoio é maior na Suécia (92%) e na França (90%) e menor na Índia (52%). 

No caso de estupro, 72% globalmente acham que o aborto deveria ser legal. O suporte é novamente mais alto em França e Suécia (ambos 89%), e menor na Indonésia, único país onde mais pessoas dizem que o aborto não deve ser legal no caso de estupro em comparação com aqueles que dizem deve ser (32% sim x 50% não). A Indonésia também tem o menor apoio a interrupção da gravidez para o caso de bebês com deficiências graves ou problemas de saúde, com 41% para sim, ante uma média global de 65%.
 

Global Views on Abortion 2023

A pesquisa Ipsos Global Views on Abortion 2023 foi feita em 29 países, entre os dias 23 de junho e 7 de julho de 2023, com 23.248 adultos de 21 a 74 anos na Indonésia e Cingapura, de 20 a 74 na Tailândia, de 18 a 74 nos Estados Unidos, Canadá e República da Irlanda, Malásia, África do Sul e Turquia, e 16 a 74 em outros países, por meio da plataforma de pesquisa on-line Global Advisor da Ipsos.



A melhor forma de avaliar se os resultados foram atingidos

Você já se perguntou qual é a melhor maneira de avaliar os resultados, seja da empresa de forma geral ou dos colaboradores? É provável que sim. E também é provável que você tenha sentido um pouco de dificuldade para conseguir entender se esses resultados foram atingidos de fato, sem se basear apenas em achismos.

Isso acontece porque as pessoas não estão acostumadas a trabalhar por resultados, o que faz com que se percam no caminho, diante dos obstáculos que inevitavelmente vão surgir. E ao se verem engolidos pela rotina, fica difícil ter o mínimo de controle sobre tudo que está acontecendo. São muitas coisas em paralelo e não saber se estão evoluindo gera frustração no final.

Não tente se enganar, se o resultado não foi o que você esperava, não dá para fingir que não percebeu. Caso contrário, você continuará andando em círculos, sem rumo e entrará em um looping eterno de chegar ao fim do caminho sem ter o que desejava. Mas se você nem sabia onde queria chegar, fica ainda mais complicado.

Porém, existem meios de contornar essa situação e fazer  com que o seu esforço comece a realmente valer a pena. O primeiro passo é adotar uma gestão por OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados) -, que vai lhe ajudar a ter mais foco e clareza não só de onde você quer chegar, mas também em relação ao progresso em sua jornada.

A partir disso, será possível traçar estratégias e criar um plano de execução estruturado, onde você conseguirá estabelecer quais são os resultados esperados e quais ações devem ser feitas para conseguir alcançá-los no final do processo. É claro que essa mudança não ocorre de uma hora para outra, quanto mais gente, mais tempo leva, mas valerá a pena.

Outro ponto positivo é que a ferramenta propõe que sejam realizados ajustes frequentes, com ciclos geralmente de três meses, o que vai fazer com que seja viável acompanhar os detalhes mais de perto, percebendo os erros e os acertos, consertando o que deu errado e fazendo novas tentativas a partir dos aprendizados, não precisando levar um ano para avaliar o que deu certo ou não.

Estes conceitos se aplicam tanto às empresas como aos colaboradores, ainda que tenham suas especificidades. Por um lado, para ajudar as organizações a aprenderem, o trabalho é um pouco mais simples, pois provavelmente teremos mais dados disponíveis, olhamos para receita, para os custos, etc. Já a análise individual é um pouco mais complexa, pois muitos dos resultados que alcançamos são em time.

Em geral, vamos ter que levar em conta alguma subjetividade, ainda que tenhamos elementos concretos que vamos capturando ao longo das reuniões de trabalho para alcançar um determinado OKR, por exemplo. Em ambos os casos, passamos a incorporar em nosso processo de avaliação mais dados e fatos do que meras opiniões. E a avaliação do colaborador leva em conta estes dados que vamos levantando durante a jornada.

Se estivermos olhando para os resultados do desenvolvimento de um colaborador, ou seja, o famoso PDI (Plano de Desenvolvimento Individual), precisamos capturar concretamente como percebemos o avanço desta pessoa em relação ao plano, podendo assim começar a avaliar se conseguiu atingir os resultados estabelecidos ou não.

O colaborador tem feito mais de determinada coisa e apresentado mais de um certo  comportamento, deixando de lado outros que não lhe fazem bem ou ao time? Tem feito tarefas com mais facilidade? Tem necessitado de menos revisão ou supervisão? Muito provavelmente, encontraremos formas de quantificar estas coisas e isto se transformará em dados para oferecermos feedbacks construtivos para seu desenvolvimento.

Desta forma, conseguimos avaliar, de maneiras específicas e também personalizadas, se os resultados foram atingidos pela empresa como um todo e pelos integrantes da equipe. Isso permitirá que consigamos mensurar se estamos no caminho correto ou se será necessária alguma mudança de conduta para que encontremos o final desejado.



Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/


Com 4,5 milhões de brasileiros vivendo fora do país, burocracia ainda é um desafio

Quando documentos e vistos não estão garantidos, há uma série de obstáculos que dificultam a vida do imigrante


Dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE) revelam que aproximadamente 4,5 milhões de brasileiros residem no exterior, conforme o relatório "Comunidades Brasileiras no Exterior", elaborado pelo Itamaraty em 2023. O número supera a população da Paraíba, o 13º maior estado do Brasil, e os principais destinos são a América do Norte, com 2.078.170 de pessoas, a Europa, com 1.490.745, e a América do Sul, com 646.730. Os países que mais recebem brasileiros são os Estados Unidos (1,9 milhão), Portugal (360 mil) e o Paraguai (254 mil).

De acordo com Leônia Pinheiro, sócia diretora da CV Assessoria Internacional, empresa especializada em assessoria em imigração, nacionalidade e negócios internacionais, a imigração é um fenômeno global, onde muitos deixam seus países de origem em busca de melhores condições de vida, segurança e oportunidades. “No entanto, o processo pode ser marcado por uma série de desafios complexos e muitas vezes desconhecidos. Entre as dificuldades mais significativas estão as barreiras burocráticas, que variam de país para país, não costumam estar claras nas comunicações oficiais, mudam com frequência e possuem nuances específicas para cada caso”, explica.

Por conta disso, é essencial que os imigrantes tenham uma compreensão clara e atualizada das exigências dos países para onde desejam se mudar, já que as informações nem sempre são claras ou estão disponíveis em um formato acessível. “Isso pode resultar em erros caros e em atrasos significativos no processo de imigração", acrescenta.

Existem ainda outras barreiras que os imigrantes enfrentam, desde as linguísticas até questões de habitação e acesso a serviços médicos. Contar com uma consultoria especializada nesse momento de transição pode deixar a experiência mais agradável e sem surpresas negativas. 

Mesmo em Portugal, onde o idioma possui nuances muito diferentes da língua brasileira, as barreiras linguísticas podem dificultar a comunicação e impactar a capacidade dos imigrantes em tomar decisões informadas e acessarem cuidados de saúde adequados. Além disso, a falta de oportunidades de emprego é uma grande dificuldade, especialmente para aqueles que não possuem qualificações profissionais específicas ou vistos de trabalho aprovados, levando frequentemente à discriminação e à exclusão das proteções laborais.

“A questão da habitação é outro desafio. Encontrar uma moradia segura, digna e acessível é especialmente difícil para imigrantes ilegais, que muitas vezes enfrentam custos mais elevados e problemas no momento de comprovar renda e outros documentos”, pontua a especialista. Diferenças culturais também representam um desafio, pois mal-entendidos e mitos relacionados a estereótipos podem causar disparidades injustas e dificultar a integração dos imigrantes na sociedade.

Apesar dessas barreiras, os imigrantes continuam a desempenhar um papel essencial nas comunidades e na economia dos países para onde se deslocam. A compreensão e o apoio adequados são fundamentais para facilitar sua integração e assegurar que possam contribuir de maneira significativa. “O melhor caminho para facilitar a imigração é estar preparado, pesquisar bastante sobre o país escolhido e estar com todos os documentos e vistos assegurados. Dessa forma, os benefícios da mudança poderão ser melhor aproveitados”, conclui Leônia.  

Leônia Pinheiro - empresária com uma sólida formação em Economia e Marketing, que acumulou 20 anos de experiência no mercado financeiro e administrativo no Brasil, trabalhando em multinacionais de renome como ABN Amro Bank, Redecard, Distribuidor Norsa da Coca-Cola Portugal e Buhmara & Romero Consultoria de Marketing. Em seguida, mudou-se para Portugal, onde desempenhou funções importantes, incluindo o cargo de Sócia Diretora na empresa Portugalle Consultoria Internacional desde 2018, bem como na CV Assessoria Internacional. Ao longo de sua trajetória profissional, Leônia assumiu cargos de coordenação e gestão de equipe e processos.  



CV Assessoria Internacional


Golpes online com futebol: 4 dicas para evitar uma goleada

Kaspersky alerta sobre os riscos online durante competições continentais de futebol e explica como adotar uma posição proativa contra os criminosos


Às vésperas de campeonatos importantes de futebol, a Kaspersky alerta sobre um possível aumento de ciberataques durante o evento esportivo, que atrai muita atenção no país e, consequentemente, o interesse dos cibercriminosos. O objetivo dos fraudadores é conhecido: informações pessoais que darão alguma vantagem (acesso a contas, serviços online ou para furto de identidade) e dinheiro (golpes financeiros). As formas mais comuns de golpe são as páginas falsas ou apps fraudulentos. Apenas em 2023, a Kaspersky bloqueou 106.357.530 links que levavam para sites maliciosos – ela também bloqueou programas projetados para realizar fraudes financeiras em dispositivos móveis de 325.225 usuários em todo o mundo.

De acordo com os alertas dos especialistas, todo acontecimento socioeconômico relevante serve como gancho para golpes online. No último campeonato mundial (2022), a Kaspersky registrou um aumento significativo em atividades maliciosas como phishing, ransomware, vendas falsas de ingressos para os jogos, mercadorias oficiais, reserva de voos e hospedagem, bem como páginas falsas para supostamente assistir às transmissões ao vivo ou fazer apostas.

Acredita-se que o novo campeonato não será exceção e as mesmas técnicas devem ser usadas para iludir as pessoas. “A paixão pelo futebol sempre atrairá muitas pessoas interessadas em acompanhar os jogos e entrar no clima da competição – e essa comoção é acompanhada de perto pelos criminosos que exploram o tema para aumentar as chances de ter sucesso em seus golpes. Venda de produtos falsas e disseminação de malware via links de transmissão ao vivo dos jogos devem ser as táticas mais comuns no Brasil”, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise para América Latina na Kaspersky.

Para mudar a postura das pessoas quanto sua privacidade e segurança na internet, a empresa propõe as seguintes reflexões:

  • Pense no valor dos seus dados. 3 em cada 10 brasileiros acreditam que não têm nada a perder em um golpe online. No entanto, credenciais de redes sociais ou lojas online permitem realizar outras fraudes, seja para se passar pela vítima (roubo de identidade) ou realizar compras com o usuário e o cartão de crédito da conta roubada.
  • Desconfie de ofertas gratuitas ou com preços muito baixos. A transmissão de um campeonato continental tem um valor alto e movimenta muito dinheiro com propaganda, devido à grande audiência. Links de canais não-oficiais com transmissão gratuita devem ser encarados como suspeitos, pois podem ter uma armadilha por trás, como a tentativa de instalação de um programa tanto legítimo quanto fraudulento. Na mesma linha, os produtos oficiais como camisetas e uniformes podem ter origens questionáveis. Fique atento para não cair em golpes.

Para se manter seguro online durante os jogos, a Kaspersky oferece quatro dicas simples para evitar uma goleada de golpes:



Kaspersky
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Descoberto malware contra Android para espionagem e operações de ransomware


Imagem ilustrativa – Crédito Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
 

Pesquisadores da Check Point Software identificaram várias campanhas que utilizam o Rafel RAT, uma ferramenta de acesso remoto de código aberto direcionada a smartphones Android para operações de espionagem com vigilância remota, exfiltração de dados e ransomware

 

Quando se trata de dispositivos móveis, o Android é o sistema operacional mais popular no mundo e usado por mais de 3,9 bilhões de usuários ativos em mais de 190 países. O Brasil com a China, Índia, Estados Unidos e a Rússia são os países que têm o maior número de assinantes de celulares. 

Três quartos de todos os dispositivos móveis rodam Android. No entanto, com sua ampla adoção e ambiente aberto, vem o risco de atividades maliciosas. O Malware Android, um software malicioso projetado para atingir dispositivos Android representa uma ameaça significativa à privacidade, segurança e integridade dos dados dos usuários.  

Esses programas maliciosos surgem em várias formas, incluindo vírus, trojans, ransomware, spyware e adware, e podem se infiltrar nos dispositivos por meio de diversos vetores, como downloads de aplicativos, sites maliciosos, ataques de phishing e até vulnerabilidades do sistema. 

A Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software, identificou várias campanhas que utilizam o Rafel, uma ferramenta de acesso remoto, ou em inglês Remote Access Trojan (RAT), de código aberto direcionada a dispositivos Android.  

A descoberta de um grupo de espionagem que usa o Rafel RAT em suas operações foi particularmente significativa, pois indica a eficácia da ferramenta em diversos perfis de atores de ameaças e objetivos operacionais.  

"O Rafel RAT é mais um lembrete de como a tecnologia de malware de código aberto pode causar danos significativos, especialmente quando mira grandes ecossistemas como o Android, com quase 4 bilhões de usuários mundialmente. Como a maioria das vítimas afetadas está rodando versões Android não suportadas, é fundamental que elas mantenham seus dispositivos atualizados com as correções de segurança mais recentes ou substituí-las se não estiverem mais recebendo atualizações”, alerta Alexander Chailytko, gerente de Pesquisa e Inovação em Segurança Cibernética da Check Point Software. 

Ele complementa que “os atacantes, e até grupos APT, estão sempre buscando maneiras de alavancar suas operações, especialmente com ferramentas prontamente disponíveis como o Rafel RAT, o que pode levar a exfiltração crítica de dados, usando códigos de autenticação de dois fatores vazados, tentativas de vigilância e operações encobertas, que são particularmente devastadoras quando usadas contra alvos de alto perfil". 

Em uma divulgação anterior, a equipe da CPR identificou o APT-C-35 / DoNot Team utilizando o Rafel RAT. As funcionalidades e capacidades do Rafel, como acesso remoto, vigilância, exfiltração de dados e mecanismos de persistência, o tornam uma ferramenta potente para conduzir operações ocultas e infiltrar alvos de alto valor. 

Os pesquisadores da CPR coletaram várias amostras de malware deste Android RAT e cerca de 120 servidores de comando e controle (C&C) e verificaram que os países mais visados ​​foram os Estados Unidos, a China e a Indonésia.

Dispositivos infectados por país

Descobriram também que a maioria dos dispositivos comprometidos são Samsung, Xiaomi, Vivo e Huawei, refletindo a dominância dessas marcas no mercado.

Dispositivos das Vítimas

 Outros pontos principais destacados no relatório da Check Point Research são:  

- Versões Android: A maioria dos dispositivos afetados roda versões desatualizadas do Android, destacando a necessidade de atualizações e patches de segurança regulares. O Android 11 é o mais predominante, seguido pelas versões 8 e 5. Apesar da variedade de versões do Android, o malware geralmente pode operar em todas. No entanto, as versões mais recentes do sistema operacional normalmente apresentam mais desafios para o malware executar suas funções ou exigem mais ações da vítima para serem eficazes. 

- Ameaças Diversas: Desde espionagem até ransomware, as capacidades do Rafel RAT incluem acesso remoto, vigilância, roubo de dados e até criptografia de arquivos das vítimas. 

- Casos: o Rafel RAT foi encontrado hospedado em um site governamental hackeado no Paquistão, redirecionando dispositivos infectados para reportar a esse servidor. E, em operações de ransomware, os pesquisadores viram casos de Rafel RAT sendo usado para criptografar arquivos de dispositivos, exigindo resgate para decriptação. 

- Enganar 2FA: O malware também foi ligado ao roubo de mensagens de autenticação de dois fatores (2FA), potencialmente burlando essa medida de segurança crítica. 

- Phishing: O malware Rafel RAT participa de campanhas de phishing em que as vítimas são enganadas para instalar Android Application Pack, ou Android Package (APKs) maliciosos disfarçados com nomes e ícones falsos, solicitando permissões extensas, exibindo sites legítimos que tenta imitar e, então, rastreando secretamente o dispositivo e vazando dados.

 

Proteção do usuário 

Os pesquisadores da Check Point Software listam os principais passos que os usuários de Android devem seguir para se manterem seguros: 

- Instale aplicativos de fontes confiáveis: Baixe e instale aplicativos apenas de fontes respeitáveis, como a Google Play Store. Evite lojas de aplicativos de terceiros e tenha cautela com apps que tenham poucos downloads ou avaliações ruins. Sempre verifique permissões e avaliações antes de instalar. 

- Mantenha seu software atualizado: Atualize regularmente o sistema operacional Android e os aplicativos. As atualizações frequentemente incluem patches de segurança que protegem contra vulnerabilidades recém-descobertas. Ative as atualizações automáticas para garantir que você receba as proteções mais recentes sem demora. 

- Use um aplicativo de segurança móvel confiável: Instale um aplicativo de segurança móvel respeitável que ofereça proteção em tempo real contra malware. Esses aplicativos podem escanear softwares maliciosos, detectar atividades suspeitas e fornecer recursos adicionais de segurança, como medidas antirroubo e navegação segura.

 

Solução da Check Point Software 

O Check Point Harmony Mobile impede que malwares infiltrem dispositivos móveis, detectando e bloqueando o download de aplicativos maliciosos em tempo real. A infraestrutura de segurança de rede exclusiva do Harmony Mobile — Proteção de Rede no Dispositivo — possibilita estar à frente das ameaças emergentes, estendendo as tecnologias de segurança de rede da Check Point Software para dispositivos móveis. 

Imagem ilustrativa - Divulgação Check Point Software


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Interromper a fala de mulheres também é violência de gênero

Muito além do assédio sexual, as profissionais estão expostas a uma série de questões que necessitam maior visibilidade


O relatório "Women At Work", realizado pela Deloitte, investiga anualmente a situação das mulheres em relação ao mercado de trabalho, saúde, segurança, direitos e responsabilidades domésticas em todo o mundo. Em sua quarta edição, destacou os principais desafios enfrentados no ambiente de trabalho. 

O estudo revela que metade das mulheres entrevistadas possuem níveis de estresse mais elevados do que no ano anterior, enquanto dois terços não se sentem à vontade para discutir saúde mental no trabalho ou utilizá-la como justificativa para licenças. Apenas uma em cada dez mulheres sente que seus empregadores oferecem suporte para equilibrar responsabilidades profissionais e pessoais. No Brasil, 30% das mulheres obrigadas a retornar ao trabalho presencial em tempo integral se viram obrigadas a reduzir suas horas de trabalho.

De acordo com Bia Nóbrega, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional com quase 30 anos de experiência, a violência contra a mulher no ambiente de trabalho é um problema profundo e persistente, que vai além dos casos extremos de assédio ou discriminação óbvios. “Além de enfrentar a sobrecarga de conciliar exaustivamente múltiplos papéis, equilibrando questões profissionais e inúmeras pessoais, as mulheres também estão expostas a diferentes formas de violência nesses locais, o que afeta diretamente sua saúde mental”, explica.

Para a especialista, essas situações podem variar desde casos extremos, como exclusão ou assédio (seja moral ou sexual), até agressões sutis, como interrupções machistas que impedem uma mulher de concluir seu raciocínio, explicações óbvias sobre questões que um homem presumiria que a profissional não sabe ou não entende e até mesmo o roubo de ideias e a falta de reconhecimento de méritos. “Embora esses exemplos sutis sejam mais comuns no mercado de trabalho, eles têm consequências graves e frequentemente levam ao esgotamento mental, principalmente por serem mais difíceis, culturalmente, de tratar", explica.

Além disso, há questões mais discutidas, como a falta de equidade de gênero, onde mulheres ainda enfrentam barreiras significativas, representando apenas 33,7% dos empreendedores no Brasil. “Ainda assim, desempenhamos um papel vital na inovação e na economia”, completa. De acordo com dados levantados pelo IBGE, entre abril e junho de 2023, o Brasil contava com 9,9 milhões de mulheres à frente de seus negócios, o que não chega nem à metade dos novos donos de negócio. No segmento de tecnologia, a representatividade feminina se torna ainda menor: um estudo do Instituto Rede Mulher Empreendedora mostra que apenas 2% delas possuíam negócios no setor de tecnologia em 2023.

Diante desse contexto, é possível observar que, apesar de alguns avanços, as mulheres ainda enfrentam uma série de desafios e obstáculos, que envolve desde a falta de oportunidades, diversidade nos negócios, acesso limitado a financiamento, estereótipos de gênero, desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal até falta de redes de apoio e mentoria, entre tantos outros gargalos.

Violência em números

O estudo "Mulheres e liderança na burocracia federal", publicado pela República.org e com foco em altos cargos, destacou a alta incidência de assédio sexual e violência psicológica sofrida por mulheres no serviço público federal. A pesquisa revelou que 28,3% das respondentes vivenciaram assédio sexual no trabalho, enquanto 30% enfrentaram violência psicológica. 

Além disso, 15,5% relataram ter sofrido violência política. Conduzido entre novembro e dezembro de 2023, pelas cientistas políticas Michelle Fernandez e Ananda Marques, o estudo integra um trabalho mais amplo ainda em andamento. Os dados mostraram ainda que 55,1% das entrevistadas identificaram discriminação de gênero no ambiente de trabalho. 

Outro estudo, o relatório anual “Female Founders Report Forum”, atualizado em 2023, mostra que as startups lideradas por mulheres ainda representam 10% do total de negócios acordados, contra 75% daquelas lideradas por homens. “Essa desigualdade é um reflexo do preconceito e estereótipos de gênero por parte, também, de investidores”, comenta Bia.


É preciso mudar a cultura empresarial

Mesmo diante dos desafios, diversas frentes de incentivo ao empreendedorismo feminino estão sendo desenvolvidas. Programas de mentoria específicos para mulheres, por exemplo, se tornam cada vez mais comuns, oferecendo orientação, capacitação e networking para ajudá-las a enfrentar as adversidades no mundo dos negócios.

“Apoiar e capacitar mulheres empreendedoras é uma forma de criar um ecossistema propício à inclusão e diversidade, além de impulsionar a inovação, criatividade e o crescimento econômico de toda a sociedade. Mas é preciso também agir na estrutura das empresas, com treinamentos internos a respeito da inclusão e conscientização de pequenas a grandes violências de gênero”, explica a especialista. 

O fim do VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity) e a preparação para o mundo BANI (Fragilidade, Ansiedade, Não Linearidade, Incompreensível) ressaltam a necessidade de uma transição organizacional que começa com a transformação pessoal. A proposição estratégica de políticas e práticas, bem como a adoção de ritos e símbolos culturais, são fundamentais para essa nova fase.

 


Bia Nóbrega, - com mais de 25 anos de experiência como Executiva de Gente & Cultura e reconhecida como LinkedIn Top Leadership Voice, é uma especialista dedicada ao Desenvolvimento Humano e Organizacional. Sua trajetória profissional é marcada por liderar equipes em variados setores e empresas de diferentes tamanhos, além de conduzir projetos internacionais e enfrentar desafios complexos. A partir de 2019, Bia expandiu seu campo de atuação para incluir Experiência do Cliente, Excelência e Governança Operacional, utilizando Metodologias Ágeis para promover um crescimento sustentável. Atuando também como palestrante, mentora, conselheira, escritora e professora, Bia tem impactado inúmeras empresas e indivíduos, fornecendo orientações valiosas em temas como Liderança, Governança e Desenvolvimento Pessoal, sempre enfatizando o potencial ilimitado do ser humano.
https://www.linkedin.com/in/beatrizcaranobrega
https://www.instagram.com/bianobregaoficial

 

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Misofonia, a síndrome de quem tem aversão a certos ruídos

Ruídos, em geral, são sons que nos causam incômodo, sobretudo quando são emitidos repetidamente. O nhec-nhec do colchão de molas, o tic-tac do relógio, o crec-crec da mastigação, o vrum-vrum do ventilador e o plof-plof da goteira são alguns exemplos clássicos de “barulhinhos chatos”, digamos assim, que ninguém gosta, só que estão muito presentes no nosso cotidiano.

Em tese, dá para conviver com eles sem grandes problemas. É assim com a maioria das pessoas, certo? Mas não com todas! Há casos em que esse desconforto realmente alcança um grau de intensidade tão elevado a ponto de desafiar a compreensão de quem nunca ouviu falar da chamada misofonia - também conhecida por Síndrome de Sensibilidade Seletiva do Som (SSSS).

Ruídos que, geralmente, apenas nos incomodam, em certas pessoas, podem desencadear reações de profunda irritabilidade, fúria e até mesmo pânico. E quem está por perto, claro, dificilmente entende o porquê disso. Por ser algo raro na população, as pessoas costumam enxergar as reações dos pacientes como exageradas, descabidas.

O que muitos não sabem (até mesmo quem tem o problema), é que essa perturbação vai além da questão audiológica. Isto é, transcende o campo dos distúrbios de comunicação do sistema auditivo, estudados pela Otorrinolaringologia e pela Fonoaudiologia. Podemos afirmar, aliás, que a misofonia é uma doença mais psiquiátrica ou neurológica do que propriamente audiológica.

Isso porque o indivíduo com essa condição tem um sistema auditivo normal. Testes, como a audiometria, não apresentam nenhuma alteração, de modo que o diagnóstico é clínico, baseado na queixa da pessoa. Indivíduos diagnosticados com misofonia, geralmente, apresentam outras condições associadas, como ansiedade, TOC e autismo.

Outro aspecto que merece atenção é que a misofonia não está necessariamente associada à exposição a sons de alta intensidade - como muitos imaginam. Ela, na verdade, é mais ligada à repetição. Ou seja, ao vrum-vrum, nhec-nhec e tic-tac, que mencionamos anteriormente. E não propriamente ao volume dos sons.

Embora atinja um contingente pequeno da população, qualquer pessoa pode desenvolver intolerância a sons em um momento da vida, sobretudo se tiver um diagnóstico psiquiátrico ou neurológico associado.

A recomendação a quem tem o problema é ficar em ambientes mais silenciosos, onde existam menos ruídos que o irritem. A depender do diagnóstico, também pode ser necessário uma abordagem multidisciplinar, por meio de um trabalho conjunto que envolve otorrinolaringologista, psiquiatra e psicólogo. Os tratamentos, geralmente, envolvem terapia cognitivo comportamental, acompanhamento psiquiátrico e musicoterapia.

 

Dra. Cristiane Adami - médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista, especializada em patologias e cirurgias nasais


Alergia a medicamentos pode afetar até 6% dos brasileiros

Especialista do HSPE, que é um dos principais centros de pesquisa na área, fala sobre os mecanismos da alergia, remédios, sintomas e tratamentos


A alergia a medicamentos é uma reação adversa que ocorre quando o sistema imunológico reage exageradamente a uma substância da formulação do fármaco, que o identifica erroneamente como nocivo ao organismo. Isso leva à produção de anticorpos, que são células do sistema imunológico. Na presença do medicamento, elas liberam substâncias químicas como a histamina, que causam os sintomas da alergia. A Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) estima que aproximadamente 14 milhões de brasileiros tenham alergia a algum tipo de medicamento, o que representa 6% da população. 

Os sintomas mais frequentes deste tipo de alergia são a urticária, que envolve coceira e vermelhidão no corpo, erupções na pele, inchaço nos olhos, lábios, dificuldades respiratórias devido à broncoespasmos e até mesmo anafilaxia, que é uma reação severa que pode ser fatal, caracterizada por queda de pressão arterial, dificuldade extrema de respirar e perda de consciência.  

“No Brasil, as alergias a anti-inflamatórios não esteroides (Aine) e antibióticos são as que causam reações alérgicas mais frequentes, mas outras classes, como a dos quimioterápicos, também podem desencadear crises”, afirma a médica alergista Adriana Rodrigues, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), um dos principais centros públicos de referência no tratamento e pesquisa de alergias no país.  

A especialista comenta que há estudos que associam o fator genético para desenvolver sensibilizações com a predisposição para a alergia a medicamentos com reações tardias graves, como, por exemplo, a Síndrome de Stevens Johnson e à Reação Medicamentosa com Eosinofilia e Sintomas Sistêmicos (DRESS). Nestes casos, nas manifestações clínicas há o comprometimento da pele e também alterações hepáticas, renais, além do risco de óbito.   

Mas como diferenciar a alergia a medicamentos das reações adversas? A médica explica que as reações adversas normalmente são previsíveis e estão na bula, como a sonolência causada pelo uso de anti-histamínico ou a dor no estômago devido ao anti-inflamatório.  

As reações alérgicas a medicamentos são tratadas de diferentes maneiras, mas geralmente há indicação de uso de corticóides e anti-histamínicos, além da recomendação da exclusão da medicação que estava sendo utilizada: “Infelizmente não há cura, mas é reversível com tratamento na grande maioria dos casos”. Nas reações anafiláticas, que são mais raras, o uso de adrenalina é a principal medicação utilizada, com capacidade de salvar a vida do paciente.  

“Apenas um médico especialista pode diagnosticar e indicar qualquer tipo de tratamento”, afirma a alergista, que reforça a importância de tomar medicamentos somente com prescrição médica e, em caso de suspeita de alergia ou reação adversa, suspender o uso e procurar um serviço de saúde imediatamente.


Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe

 

Dia internacional do Yoga: prática é aliada no tratamento oncológico

Pixabay 

Com benefícios físicos, mentais e espirituais, exercícios contribuem para a melhora da qualidade de vida e bem-estar de pacientes que lutam contra o câncer

 

O yoga propicia diversos benefícios para o equilíbrio do corpo e da mente, gerando saúde e bem-estar. E como forma de estímulo a essa prática, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o dia 21 de junho como o Dia Mundial do Yoga, que, de acordo com dados da International Yoga Federation, tem mais de 300 mil praticantes no mundo. No Brasil, dados apurados pela Tecnofit, principal plataforma de gestão fitness do país, apontam que, no ano passado houve um crescimento de 53% no número de estúdios dedicados à prática. Pacientes oncológicos estão entre um dos públicos crescentes da atividade, principalmente mulheres com câncer de mama. 

E as razões são inúmeras. O médico oncologista Leonardo da Silva, do Vera Cruz Oncologia, em Campinas (SP), explica que a medicina integrativa é uma tendência. “Busca abordar o indivíduo de forma completa, ou holística (do grego holos, que significa todo ou inteiro) e envolve o uso de terapias complementares em associação ao cuidado médico convencional, mas não em substituição ao mesmo. O objetivo é cuidar da saúde tanto do ponto de vista físico, quanto emocional e espiritual. Ou seja, mais do que tratar uma doença específica, as técnicas de medicina integrativa buscam melhorar a sensação de saúde e bem-estar”, define. 

Estima-se que, em todo o mundo, entre 33% e 47% das pessoas diagnosticadas com câncer façam uso de algum tratamento complementar, alternativo ou integrativo, especialmente entre as mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Só nos EUA, 80% das mulheres com câncer de mama dedicam-se a alguma atividade do gênero. “Estes pacientes têm uma melhora dos sintomas da doença e dos tratamentos, como dor, insônia, depressão, ansiedade, náusea e limitação de movimentos”, lista o oncologista. 

O yoga é uma das terapias integrativas mais estudadas. A sua prática é baseada em oito eixos principais: a ética social (yama), a ética pessoal (niyama), as posturas (asana), a respiração (pranayama), o voltar-se para o interior (pratyahara), a concentração (dharana), a meditação (dhyana), e a contemplação do absoluto (samadhi). Existem diversos estilos de yoga, sendo o mais comum a Hatha Yoga, que combina a prática das posturas e dos exercícios de respiração. 

O médico explica que, geralmente, os tratamentos oncológicos levam a efeitos colaterais que impactam de forma negativa na qualidade de vida do paciente, tais como mudanças corporais, queda de cabelo, náusea, fadiga e comprometimento na vida sexual. E também existem um turbilhão de sentimentos, como o medo e a ansiedade quanto ao risco de recidiva e progressão (piora) da doença, e a morte. “Essa combinação de fatores pode levar a sentimentos negativos, desencadeando crises de ansiedade, depressão, desesperança e sensação de abandono, o que reduz ainda mais a tolerância à dor. Por isso, quebrar esse clico de sintoma-angústia/sofrimento-sintomas é fundamental”, diz. 

E o yoga tem sido um recurso eficiente para esses pacientes. “Evidências mostram que a prática regular de yoga auxilia na regulação de sistemas hormonais envolvendo a hipófise e a pituitária, reduzindo a secreção de hormônios relacionados ao estresse (como o cortisol) e melhorando a resposta corporal a fatores estressantes e o controle sobre as situações diárias. Também está associada à redução na secreção de citocinas pró-inflamatórias e à melhora no funcionamento do sistema imune”, destaca. 

Uma análise com 13 estudos, incluindo principalmente mulheres com diagnóstico de câncer de mama, comprovou que a prática do yoga reduz de forma significativa a ansiedade, depressão e o estresse, bem como melhora moderada na fadiga, nas funções sociais e na qualidade de vida. Além disso, a prática da atividade mostrou benefício na redução de problemas de memória em pacientes que finalizaram tratamento oncológico. 

O médico ressalta que, apesar dos benefícios já demonstrados do yoga em pacientes com câncer, o potencial benefício ainda não foi avaliado de forma completa. A filosofia também envolve outros aspectos além dos exercícios de postura e respiração, incluindo mudanças relacionadas à alimentação, à prática de atividade física, à abstenção de hábitos maléficos à saúde (como tabagismo) e relacionamentos interpessoais. Intervenções mais amplas em termos de estilo de vida parecem ser mais eficazes quando associadas ao tratamento tradicional do câncer, e tem maior potencial de benefícios a longo prazo. Assim, o aconselhamento dos pacientes com diagnóstico de câncer deve sempre levar em conta que a combinação de intervenções relacionadas ao estilo de vida (dieta, atividade física, redução de estresse, suporte social) leva aos melhores resultados, e que a medicina integrativa é, hoje, uma aliada fundamental na promoção e manutenção de mudanças positivas no comportamento relacionado à saúde.

  

Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia
www.sonhe.med.br e nas redes sociais.


Vera Cruz Hospital

 

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