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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Pólipos uterinos: sintomas, exames e tratamento

Pólipos uterinos acontecem devido ao crescimento excessivo do tecido endometrial. Geralmente, são lesões benignas, mas podem causar problemas relacionados à menstruação e à fertilidade. 

 

O que são pólipos uterinos? 

Os pólipos uterinos são crescimentos que ocorrem no revestimento interno (endométrio) do útero. Por esse motivo, às vezes são chamados de pólipos endometriais. Eles são formados pelo crescimento excessivo do tecido endometrial e normalmente estão presos ao endométrio por uma haste fina ou uma base larga e se estendem para dentro do útero. Geralmente não são cancerosos, mas podem causar problemas relacionados à menstruação e à fertilidade. 

Os pólipos podem ser redondos ou ovais e variam de tamanho em alguns milímetros (pense em uma semente de gergelim) até alguns centímetros (o tamanho de uma bola de pingue-pongue, por exemplo) ou maiores. Pode ser que a mulher tenha um ou vários pólipos presentes. 

 

Qualquer mulher pode desenvolver pólipos uterinos? 

Os pólipos uterinos têm maior probabilidade de se desenvolver em mulheres entre 40 e 50 anos do que em mulheres mais jovens. Isso porque ocorrem normalmente em mulheres na pré-menopausa ou após a menopausa, mas raramente são identificados em mulheres com menos de 20 anos. 

Suas chances de desenvolver pólipos uterinos podem aumentar se você estiver com sobrepeso ou obesa, tiver pressão alta (hipertensão) ou se estiver tomando tamoxifeno, um medicamento usado para tratar o câncer de mama. 

 

Quais são as causas dos pólipos uterinos? 

A verdade é que a razão exata pela qual os pólipos se formam ainda é desconhecida, mas consideramos as oscilações nos níveis hormonais como um fator. O estrogênio, que desempenha um papel no engrossamento do endométrio a cada mês, é um dos hormônios que pode estar relacionado ao crescimento dos pólipos uterinos. 

 

Quais são os sintomas dos pólipos uterinos? 

Os sintomas incluem:

 

Períodos menstruais irregulares

 

Fluxo excepcionalmente intenso durante a menstruação

 

Sangramento ou manchas entre menstruações

 

Sangramento vaginal após a menopausa

 

Infertilidade 

 

O sintoma mais comum de fato períodos menstruais irregulares ou imprevisíveis 

Outros sintomas incluem sangramento menstrual prolongado ou excessivo (menorragia ou hipermenorreia), sangramento entre os períodos e sangramento após a menopausa ou relação sexual. Os pólipos uterinos são a causa de sangramento anormal em cerca de 25% desses casos. 

A incapacidade de engravidar ou de abortos espontâneos também são possíveis sintomas de pólipos uterinos. 

 

Como os pólipos uterinos são diagnosticados? 

Em primeiro lugar, durante a consulta clínica na qual o ginecologista deve procurar saber seu histórico menstrual e possível dificuldade para engravidar. É importante que essa conversa seja franca e que a paciente mencione todo e qualquer sintoma incomum que esteja experimentando, como sangramento excessivo ou escapes entre os períodos, por exemplo.

O médico também fará um exame ginecológico e poderá solicitar exames ou procedimentos adicionais. Esses testes podem incluir:

 

Ultrassom transvaginal: é um procedimento no qual um dispositivo portátil fino, denominado transdutor de ultrassom, é inserido na vagina. O dispositivo emite ondas sonoras, que fornecem uma imagem do interior do útero, incluindo eventuais irregularidades que possam estar presentes.

 

Histerossonografia ou sono histerografia: é um procedimento relacionado que pode ser realizado após a ultrassonografia transvaginal. Um fluido estéril é introduzido no útero por meio de um tubo fino denominado cateter. O fluido faz com que o útero se expanda, fornecendo uma imagem mais clara de quaisquer crescimentos dentro da cavidade uterina durante o procedimento de ultrassom.

 

Histeroscopia: pode ser usada para diagnosticar ou tratar pólipos uterinos. Durante esse procedimento, o médico insere um tubo longo e fino com um telescópio iluminado (histeroscópio) através da vagina e do colo do útero até o útero. O histeroscópio permite que o médico examine o interior do útero. A histeroscopia é algumas vezes usada em combinação com a cirurgia para remover os pólipos.

 

Histeroscopia para identificar pólipos uterinos

Biópsia endometrial: o médico usa um instrumento de plástico macio para coletar tecido das paredes internas do útero. A amostra é enviada ao laboratório para análise para determinar se há alguma anormalidade.

 

 

Qual é o tratamento para pólipos uterinos?

 

O tratamento pode não ser necessário se os pólipos não apresentarem sintomas, ou seja, não interferirem na qualidade de vida da mulher. No entanto, os pólipos devem ser tratados se causarem sangramento intenso durante os períodos menstruais ou se houver suspeita de serem pré-cancerosos ou cancerosos. Ainda, devem ser removidos se causarem problemas durante a gravidez, como aborto espontâneo, ou resultar em infertilidade em mulheres que desejam engravidar. Além disso, recomenda-se que, se um pólipo for descoberto após a menopausa, ele deve ser removido. 

 

Os possíveis tratamentos para os pólipos uterinos incluem: 

Medicamentos que ajudam a regular o equilíbrio hormonal podem ser usados como tratamento temporário. Esses medicamentos contribuem para aliviar os sintomas. No entanto, os sintomas geralmente retornam depois que os medicamentos são interrompidos.

 

Histeroscopia cirúrgica é talvez o método de tratamento mais comum para a retirada dos pólipos. Trata-se de uma cirurgia sem cortes. 

Caso não seja possível remover um pólipo, pode ser que uma cirurgia adicional seja necessária. A histerectomia (remoção do útero) normalmente é considerada apenas nos casos em que células cancerosas são encontradas nos pólipos uterinos.

 

 

Como prevenir os pólipos uterinos? 

Infelizmente não há prevenção. Por isso, é importante manter consultas regulares com o seu ginecologista e ficar atenta a qualquer alteração em especial no seu ciclo menstrual e menstruação. Além disso, vale ficar alerta para os fatores de risco, como obesidade, hipertensão ou uso de tamoxifeno para tratar câncer de mama.

 

 

 Dr. Rodrigo Ferrarese - O especialista é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual. Atua em cirurgias ginecológicas, cirurgias vaginais, uroginecologia, videocirurgias, cistos, endometriose, histeroscopias, pólipos, miomas, doenças do trato genital inferior (HPV), estética genital (laser, radiofrequência, peeling, ninfoplastia), uroginecologia (bexiga caída, prolapso genital, incontinência urinaria) e hormonal (implantes hormonais, chip de beleza, menstruação, pílulas, DIU...).  Mais informações podem ser obtidas pelo perfil @dr.rodrigoferrarese ou  pelo site https://drrodrigoferrarese.com.br/


Qualidade de vida para quem tem uma doença rara é possível


Ao falarmos sobre doenças raras, é natural associá-las a um grupo pequeno de pessoas. De fato, se comparadas a outras enfermidades mais comuns, o número é realmente reduzido. Todavia, somadas, elas afetam cerca de 3,5 a 6% da população, o que equivale ao redor de 260 a 450 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da European Journal of Human Genetics1. Devido à complexidade dos casos, estima-se que para 95%2 delas ainda não tenha um tratamento medicamentoso disponível. Entretanto, vários estudos clínicos com terapias inovadoras estão sendo desenvolvidos em diversos países, com a intenção de dar mais qualidade de vida a esses pacientes. 

Quando se trata de uma doença rara que pode ser agravada pela alimentação, como no caso da síndrome da quilomicronemia familiar (SQF), que afeta a produção de uma enzima chamada lipase lipoproteica, responsável pela metabolização da gordura no sangue, a necessidade de tratamento fica ainda mais evidente. Em pessoas com essa condição, as taxas de triglicerídeos podem chegar a concentrações de 15.000 mg/dL ou mais, quando os níveis não deveriam passar de 150 mg/dL3. Entre os danos que esse excesso de gordura no sangue pode causar ao indivíduo, está, principalmente, a pancreatite aguda, que pode levar a óbito. 

A única terapia de longo prazo atual é a restrição da ingestão total de gordura para menos de 10 a 15% das calorias diárias (15 a 20g por dia), que não é sempre bem-sucedida na prevenção da pancreatite aguda.4 Buscando tratamentos que proporcionem mais qualidade de vida às pessoas com SQF, conduzimos em 12 países, incluindo o Brasil, um estudo de fase 3, duplo-cego, randomizado, de 52 semanas, chamado Approach, para avaliar a segurança e a eficácia de um medicamento em 66 portadores da SQF -- número consideravelmente grande se lembrarmos ser uma doença rara. Os pacientes foram designados aleatoriamente, em uma proporção de 1:1, para receber uma dose de 300 mg do medicamento, por via subcutânea, uma vez por semana, ou o placebo. Os pacientes que receberam a terapia tiveram diminuições nos níveis médios de triglicérides de 77%. Durante o período de tratamento, três pacientes no grupo de placebo tiveram quatro episódios de pancreatite aguda, enquanto um paciente no grupo do medicamento investigacional teve um episódio, sendo 9 dias após receber a dose final.5 

Este foi um ensaio difícil de conduzir. Direcionado a uma doença muito rara, com um número de pacientes potencialmente elegíveis relativamente pequeno e um protocolo do ensaio muito rigoroso, exigindo que os pacientes fizessem exames de sangue muito regularmente, cumprissem uma dieta rigorosa e ficassem por muitas horas nos locais do ensaio em algumas datas de visita para monitoramento de triglicerídeos pós-prandiais, após uma ingestão de gordura desafio. Nem todos os pacientes mantiveram a medicação em longo prazo, mas a resposta lipídica (redução dos triglicerídeos) foi mantida naqueles que continuaram o tratamento. Se interrompido, seus lipídios lentamente voltariam à linha de base. 

Apesar das dificuldades, é muito importante desenvolver medicamentos para doenças órfãs. E precisamos avançar nisso. Embora o número de pacientes afetados possa ser relativamente pequeno em cada uma, cumulativamente existe uma grande carga. Estima-se que exista cerca de 7 mil enfermidades raras no mundo2.

Mas os desafios para os pacientes raros não terminam com a descoberta de novos tratamentos. Um dos principais problemas é o acesso posterior à terapia. Como esse setor é bastante pequeno, os custos de pesquisa e desenvolvimento são bastante altos, dificultando o acesso a novas terapias, mesmo que exista uma grande necessidade clínica ainda não atendida. 

Idealmente, gostaria de ver parcerias internacionais entre a indústria farmacêutica e os governos para cofinanciar o desenvolvimento desses medicamentos e, em seguida, também fornecer os tratamentos a preços específicos para as distintas realidades do mundo - mais caros no mundo desenvolvido e um pouco menos caros no mundo em desenvolvimento. 

De todo modo, há esperança para o futuro. Se tomarmos o exemplo da hipercolesterolemia familiar homozigótica, há 20 anos, havia somente um tratamento eficaz, a plasmaférese -- um procedimento automatizado de separação do sangue e retirada do excesso de lipídios. Agora, temos vários medicamentos que são altamente eficazes e permitem que muitos pacientes descontinuem a plasmaférese e atinjam valores de colesterol normais ou próximos do normal. Por tudo isso, precisamos avançar e buscar cada vez mais o desenvolvimento de estudos e pesquisas. 

 

 

Dirk Blom - chefe da divisão de Lipidologia da Universidade de Cape Town

 

 

 

1] European Journal of Human Genetics - Acessado em 17/11/2021

[2] Biblioteca Virtual em Saúde - Acessado em 17/11/2021

[3] Baass A, Paquee M, Bernard S, Hegele RA. Familial chylomicronemia syndrome: an under recognized cause of severe hypertriglyceridaemia [published online ahead of print, 2019 Dec 16]. J Intern Med. 2019;10.1111/joim.13016.

[4] Burne JR, Hooper AJ, Hegele RA, et al. Familial Lipoprotein Lipase Deficiency. In: GeneReviews® [Internet]. Sea le (WA): University of Washington, Sea le; 1993?2020.

[5] Witztum JL, Gaudet D, Freedman SD, Alexander VJ, Digenio A, Williams KR, Yang Q, Hughes SG, Geary RS, Arca M, Stroes ESG, Bergeron J, Soran H, Civeira F, Hemphill L, Tsimikas S, Blom DJ, O'Dea L, Bruckert E. Volanesorsen and Triglyceride Levels in Familial Chylomicronemia Syndrome. N Engl J Med. 2019 Aug 8;381(6):531-542. doi: 10.1056/NEJMoa1715944. PMID: 31390500. 


Combinação de novos medicamentos controla lúpus e reduz o uso de corticoides

Banco de imagens: Pixabay
Estudo feito por reumatologistas do HSPE mostra avanço na maneira de tratar a doença 



A combinação de antimaláricos, imunossupressores e agentes biológicos pode ajudar na regulação do sistema imune e no controle das manifestações clínicas do lúpus, reduzindo consideravelmente os danos causados pela doença. Esses medicamentos são capazes ainda de poupar pacientes do uso de doses elevadas e, de forma crônica, de corticoides, que provocam inúmeros efeitos colaterais no organismo do paciente, como sobrepeso, osteoporose, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, glaucoma, catarata e dislipidemia.

A conclusão é de um estudo feito por reumatologistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) entre 2020 e 2021, o qual avaliou 241 pacientes que atingiram o estado de baixa atividade do lúpus, ou LLDAS - Low Disease Activity State — métrica associada com a redução de dano e mortalidade no Lúpus — que é quando há um declínio significativo dos principais sintomas da doença e de sequelas graves em órgãos do corpo.

A análise mostrou ainda que mais de 70% dos pacientes lúpicos assistidos no período, em sua maioria mulheres (95,87%) com média de idade de 52 anos e tempo médio de doença de 13 anos, apresentaram melhora no quadro clínico após a substituição gradativa, ou redução de dose, da prednisona (corticoide comumente usado no tratamento do lúpus) por antimaláricos, imunossupressores e imunobiológicos, atingindo o LLDAS. Desses, somente 1/3 estavam em uso de prednisona.

O LLDAS é um alvo desejável no paciente com lúpus, já que a cura não parece ser possível em um futuro próximo. Para atingi-lo, o paciente deve apresentar índices baixos de atividade de doença, tomar dose de prednisona inferior a 7,5 mg/dia, além de tomar outros medicamentos em doses estáveis”, explica a reumatologista do HSPE Dra. Nafice Costa Araújo.



Atenção à doença

O LES é uma doença crônica, inflamatória e autoimune que acomete quase 70 mil brasileiros, sendo a maioria pessoas do sexo feminino em fase reprodutiva, dos 15 aos 45 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Os números do Sistema de Informações do Sistema Único de Saúde (Datasus) também chamam a atenção para a taxa de mortalidade do LES no país, que é de 4,76 mortes/105 habitantes de pacientes com idades entre 20 e 39 anos.

Em 2014, o lúpus, em conjunto com a fibromialgia e o Alzheimer, ganhou um mês para conscientização sobre as doenças incuráveis: o Fevereiro Roxo. A iniciativa carrega como objetivo a identificação das doenças nos estágios iniciais para que seus sintomas sejam controlados ou atrasados.




Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe

Tratamento oral contra câncer amplia possibilidade de cura, afirma médico oncologista

Ramon Andrade de Mello ressalta que esses medicamentos são mais eficazes 


O tratamento contra o câncer ganha mais um importante aliado. O Senado Federal aprovou medida provisória que obriga os planos de saúde a cobrirem o uso de medicamentos contra os tumores cancerígenos de uso oral e domiciliar. “Isso faz uma grande diferença para os pacientes. Possibilita ampliarmos as opções de tratamento e, sem dúvida, vai aumentar as chances de cura”, ressalta o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), em São Paulo, PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal. 

Com a aprovação da medida provisória, os planos de saúde devem oferecer medicamentos antineoplásicos orais, indicados no tratamento contra o câncer, até dez dias após a prescrição médica. De acordo com o texto, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) terá 120 dias, prazo prorrogável por mais 60 dias, para concluir um processo administrativo e atualizar o rol de procedimentos que se encaixam nessa cobertura. 

“A eficácia dos tratamentos orais são maiores e já podem atender aproximadamente 20 tipos de câncer. Esses medicamentos trazem ainda maior comodidade ao paciente, podendo ficar em casa para o tratamento. Nesse período de Covid-19, por exemplo, reduz a exposição do paciente aos riscos do vírus”, ressalta o oncologista Ramon de Andrade. 

Para o professor, a aprovação chega em um momento muito importante por conta da pandemia. “Muitos pacientes adiaram o tratamento ou o serviço de saúde não conseguiu dar conta. Com mais essa opção, vamos avançar nos cuidados dos pacientes”.

 

 

Ramon Andrade de Mello - Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal). O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology -- ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology -- ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology -- ASCO). Oncologista do Hospital 9 de Julho e da High Clinic Brazil, em São Paulo, SP.

https://ramondemello.com.br/


Novo exame de retina prevê infarto

 Sistema de inteligência artificial antecipa em um ano o diagnóstico de infarto através análise de vasos da retina.

 

Um novo sistema de inteligência artificial (IA) que acaba de ser divulgado pela revista científica Nature, antecipa em um ano o diagnóstico de infarto, maior causa de mortes no mundo. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier o exame de fundo de olho detecta doenças sistêmicas através de alterações nos vasos da retina. “Em tempo de pandemia o consultório oftalmológico é a porta de entrada para um checkup com menor risco de contrair COVID-19. Podemos dizer sem exagero que os olhos são a janela do corpo”, afirma. Para se ter ideia, os vasos da retina indicam diabetes, hipertensão arterial e outras alterações vasculares que estão diretamente relacionas à saúde do coração.

De acordo com a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) as doenças cardíacas tiveram aumento durante a pandemia e representam 30% das mortes do País. Dados da SBC mostram que este ano, até é 8 de fevereiro causaram 42,7 mil óbitos. 

O sistema de IA foi desenvolvido no Reino Unido faz uma análise mais profunda da saúde vascular por meio de uma complexa combinação de algoritmos.  Queiroz Neto afirma que o novo sistema dá um salto de qualidade na preservação da vida por um custo menor.   Isso porque antecipa o risco de infarto pelo tamanho e eficiência de bombeamento do ventrículo esquerdo. Até hoje estas alterações cardíacas são diagnosticadas por ressonância magnética ou ecocardiograma que tem um custo bem mais elevado que o exame de fundo de olho.

 

Outras doenças

O oftalmologista ressalta que embora o exame de fundo de olho tradicional permita mapear todo nosso organismo não é preventivo, Isso porque  faz o diagnóstico de doenças já instaladas, entre elas a hipertensão arterial, diabetes, doenças reumáticas, tuberculose, toxoplasmose, lepra, AIDS, e até tumores intracranianos. “Para ser realizado instilamos um colírio no olho do paciente para dilatar a pupila e usamos um oftalmoscópio, lente com capacidade de aumentar diversas vezes o nervo óptico, retina e vasos. Por isso, conseguimos prever o risco de retinopatia em diabéticos, bem como as frequentes alterações nos rins para orientarmos o paciente sobre tratamentos” salienta.

O novo sistema de inteligência artificial ainda não está disponível no Brasil,

 

Alterações aparentes e sistêmicas

Queiroz Neto afirma que algumas doenças oculares ou em outras partes podem alterar a aparência do olhos e a visão. As principais são:
Terçol permanente: Quando aquela bolinha dolorida na pálpebra, o terçol ou hordéolo não sara pode indicar um tumor nas glândulas da pálpebra que produzem a camada gordurosa da lágrima. Segundo Queiroz Neto dependendo do estágio a luz pulsada eliminar o problema que aumentou na pandemia.


Perda de pelos na sobrancelha: Sinaliza estresse, carência de nutrientes em alguns casos disfunção na tireoide.


Olhos saltados:  Distúrbio na tireoide e doença de graves, uma alteração autoimune que afeta a visão.


Olhos amarelados: Alteração no fígado.


Pupila contraída: Indica uveíte, inflamação da uvéa que é formada pela íris, corpo ciliar e coroide.


Pupila dilatada: Sinaliza tumores, glaucoma, trauma ou doenças do sistema nervoso central.


Visão dupla: Aponta tumor intracraniano, acidentes vasculares centrais, traumas ou hiperglicemia.


Mudança na cor dos olhos: É causada por medicamentos ou inflamações oculares.


Cegueira momentânea: Indica tumor intracraniano, má circulação no cérebro ou arritmia cardíaca.


Visão borrada: Ocorre no diabetes, sangramento ocular, inflamação, hipertensão arterial e claro, na catarata.


Se os olhos são a janela do corpo, a consulta oftalmológica é a porta da saúde, conclui.


Uso da cannabis medicinal por atletas cresce no Brasil

Pixabay
Substância é usada principalmente para o tratamento de dores, ansiedade, depressão e insônia, aponta farmacêutica Remederi

 

Neste mês de fevereiro estão sendo realizadas as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, segunda olimpíada a ser executada depois do canabidiol ter deixado de ser considerado doping pela Agência Mundial Antidopagem (WADA). 

Desde janeiro de 2018, o CBD passou a ser utilizado por atletas, principalmente pelo seu efeito analgésico, anti-inflamatório e ansiolítico, que pode beneficiar consideravelmente a recuperação física e emocional dos esportistas. 

Segundo a Remederi, farmacêutica brasileira que promove o acesso a produtos e serviços sobre a cannabis medicinal, o uso da substância ocorre principalmente para o tratamento de dores (crônicas ou não), ansiedade, e insônia, problemas corriqueiros no dia a dia de competidores. O uso do canabidiol costuma apresentar resultados rápidos, e de acordo com um estudo realizado pela USP, ele pode reduzir cerca de 60% dos sintomas de ansiedade de um paciente logo nas primeiras semanas. 

Para Fabrizio Postiglione, CEO e fundador da Remederi, os benefícios da cannabis medicinal para o tratamento de doenças ainda é pouco conhecido pela sociedade, e a liberação do CBD para os atletas é considerada um grande avanço para este mercado. 

“Agora, o esporte é mais uma área que contribui para a quebra de preconceito sobre a cannabis medicinal, abrindo espaço para que a substância avance mundialmente”, afirma. 

No entanto, Postiglione explica que a WADA permite o uso apenas do canabidiol, que pode ser obtido de extratos naturais após processo de separação, em que o CBD é isolado dos demais canabinóides ou sintetizados em laboratórios. 

De acordo com a farmacêutica, o ano de 2021 foi muito importante para o avanço na cannabis medicinal no contexto esportivo, já que alguns atletas fizeram divulgaram publicamente fazer o uso da substância, inclusive durante as Olimpíadas de Tóquio. 

Dentre os competidores adeptos ao uso do canabidiol para fins medicinais, estão o medalhista Pedro Barros do skate, o maratonista Daniel Chaves, e a futebolista Megan Rapinoe, atual bicampeã mundial e a melhor jogadora de futebol do mundo em 2019. Megan é uma das atletas que faz uso e também é embaixadora do CBD. Segundo ela, a medicação ajuda a lidar com as dores e a se recuperar das lesões do esporte. 

No Brasil, outro grande nome do esporte adepto a substância é o ex-boxeador Maguila, que usa a cannabis medicinal para controlar uma doença degenerativa no cérebro, com resultados bastante positivos. 

De acordo com dados da Anvisa, o número de autorizações para importação de produtos à base de cannabis no Brasil por pessoas físicas ou associações foi de 40.191 em 2021, um salto muito grande quando comparado a 2015, que teve apenas 850 autorizações para importação. 

Em geral, a cannabis medicinal vem sendo estudada pela ciência e tem apresentado resultados muito bons para o tratamento de patologias como epilepsia, autismo, dores crônicas, Parkinson, esquizofrenia, fibromialgia, asma, transtornos emocionais, entre outras doenças. 

Diante disso, com o objetivo de ampliar o conhecimento e a adesão à substância, a Remederi possui uma rede de médicos com experiência no acompanhamento clínico com cannabis para auxiliar pacientes, e também conta com uma rede de suporte para novos médicos que desejam conhecer ou aprender mais sobre as aplicações clínicas da Cannabis medicinal.

Diagnóstico precoce ajuda no tratamento da Leucemia

Fevereiro Laranja foi instituído em São Paulo por meio da Lei nº 17.207, de 12 de novembro de 2019, e visa conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce e tratamento da leucemia, além da importância da doação de medula óssea. De acordo com o Inca - Instituto Nacional de Câncer, estima-se que 10 mil novos casos de leucemia são diagnosticados por ano.  

Segundo o clínico geral do Hospital Santa Casa de Mauá Valdir Russo, quanto mais cedo for descoberta a doença, maiores são as chances de cura. “Os primeiros sintomas, como palidez, cansaço, febre, aumento de gânglios, infecções, hematomas, sangramentos sem causa aparente, aumento do baço e do fígado são uma forma de alerta para o início de uma investigação por parte do hematologista”, explica. 

A leucemia é um tipo de câncer que atinge a medula óssea e as células sanguíneas normais são substituídas pelo acúmulo de células doentes, que crescem de forma acelerada e anormal. A medula óssea é onde ocorre a fabricação das células sanguíneas e ocupa o interior dos ossos. 

O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, de bioquímica, de coagulação, dentre outros e o tratamento envolve quimioterapia. Nos casos mais graves, há recomendação de transplante de medula, que oferece bons resultados, especialmente em pacientes mais jovens.

Para realização do transplante é feita uma investigação de compatibilidade, inicialmente com os familiares de primeiro grau. Caso não seja encontrado um doador, a necessidade é registrada em um banco de medula e quando aparece um doador compatível é feita a coleta do material. “A campanha é muito importante também para incentivar a doação, uma vez que a chance de encontrar pessoas compatíveis é sempre baixa”, explica Russo. 

Atualmente, existem dois tipos de transplante de medula: o autólogo e o alogênico. No primeiro, o doador das células-tronco é o próprio paciente e as células são coletadas antes do início da das sessões de quimioterapia. Após o tratamento é feita a infusão das células-tronco que foram retiradas. Já no tipo alogênico, as células-tronco são de outro doador.   

 

Hospital Santa Casa de Mauá

Avenida Dom José Gaspar, 1374 - Vila Assis - Mauá - fone (11) 2198-8300. 

https://santacasamaua.org.br/


Dor nos ombros pode estar ligada à capsulite adesiva

Doença afeta até 5% da população em geral e mulheres são as principais vítimas


Muito se fala dos joelhos e de suas patologias, como a osteoartrose, por exemplo. Mas os ombros, outra articulação essencial para os movimentos diários, também podem ser afetados pelo envelhecimento natural e por lesões ao longo da vida. 

Uma das doenças mais comuns que afetam os ombros é a capsulite adesiva, mais conhecida como “ombro congelado”.

Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, a doença é mais comum em mulheres, entre 40 e 60 anos. “A capsulite adesiva tem como principal manifestação a dor e a diminuição da amplitude de movimento, especialmente na rotação externa e interna dos ombros”.

“Alguns exemplos que podemos dar são os pacientes que não conseguem colocar a camisa ou camiseta para dentro da calça na parte de trás. Em geral, todos os movimentos que exigem a rotação dos ombros são afetados”, comenta.  


De onde vem?

Na maioria dos casos, não é possível definir a causa da capsulite. Contudo, os estudos ao longo dos anos apontaram que a doença é mais comum em pacientes com diabetes mellitus e hipotireoidismo.

Uma meta-análise descobriu que os diabéticos apresentam um risco 5 vezes maior de desenvolver a capsulite em relação à população em geral.


Cuidado com o tricô

“Alguns movimentos ou posições podem estar relacionados à capsulite adesiva. Isso é nítido nos atendimentos. Muitas pessoas dormem em cima dos ombros, por exemplo. Outras praticam esportes, como o tênis, que exigem bastante dos ombros. Mulheres que fazem tricô ou crochê também têm um risco maior”, conta Walkíria.


Como os ombros funcionam

Para entender um pouco melhor a capsulite adesiva, é preciso conhecer a anatomia dos ombros.

“O ombro é articulação que liga o úmero, o osso superior do braço, à clavícula. É essa articulação que permite os movimentos dos braços em todas as direções, incluindo a rotação. O ombro tem uma aparência esférica e isso permite os movimentos em todos os planos”, explica Walkíria. 
 
Além da cartilagem, a articulação é composta pelo líquido sinovial, essencial para manter, nutrir e lubrificar as superfícies articulares, minimizando o atrito natural entre os ossos.

“A capsulite adesiva tem origem na inflamação da membrana sinovial que recobre o ombro. A condição evolui e começa a aumentar o atrito nos espaços articulares preenchidos pelo líquido sinovial”, diz a especialista.

O termo capsulite adesiva está relacionado à cápsula articular que reveste a cabeça do úmero, (parte superior do osso).

"Ocorre que esse processo inflamatório gera, ao longo do tempo, aderências na cápsula articular do ombro. As aderências são uma reação do organismo para tentar reparar danos ou lesões. Essas aderências causam a dor e a redução da amplitude de movimento, dando a sensação de ombro congelado”, explica Walkíria.


Dor e dificuldades nos movimentos

As principais manifestações da capsulite adesiva são dor no ombro acompanhada por diminuição acentuada da amplitude de movimento.

“A dor é descrita como uma dor incômoda e mal localizada, que pode irradiar para o bíceps. Um exemplo é a dificuldade de alcançar a cabeça ou atrás das costas. Ou seja, a pessoa passa a ter muita dificuldade ao realizar movimentos como flexão, abdução e rotação dos ombros”, comenta Walkíria.

Na fase mais avançada da doença, é possível observar, durante a marcha do paciente, uma perda no balanço natural do braço.


Tratamento é conservador

A capsulite adesiva costuma ser autolimitada. Ou seja, não se torna um problema crônico como a osteoartrose. Por isso, o tratamento é clínico.

Atualmente, a infiltração é uma das abordagens mais usadas para tratar a condição, em conjunto com a fisioterapia.  

“O primeiro passo é melhorar a inflamação e, com isso, o paciente vai sentir menos dor. Quando a dor está controlada, iniciamos os exercícios para melhorar a amplitude de movimento e a rigidez articular”, reforça Walkíria.  

“Por fim, quem já teve um episódio de capsulite adesiva precisa rever os hábitos que possam causar uma nova crise. Talvez seja necessário optar por outras atividades esportivas com menos impacto nos ombros, bem como escolher outros trabalhos manuais, pelo menos até o desaparecimento dos sintomas e melhora da rigidez e da redução da amplitude de movimento”, finaliza Walkíria.  



Teste genético revela tipo de alimentação para vida mais saudável

 Além da estética, dietas especificas para cada DNA abrem caminhos para uma melhor qualidade de vida
 

A chegada do verão tem feito muita gente manter a linha na dieta para chegar na estação mais quente do ano com o shape em dia. Nesse período, muitas vezes alguns tipos de alimentação ganham destaque por serem grandes aliados para quem quer ter hábitos de vida mais saudáveis. Porém, nem sempre a regra se aplica para todas as pessoas, e o motivo disso pode estar na genética. 

A Genera, primeiro laboratório brasileiro especializado em genômica pessoal, oferece dentro do seu painel de testes nutrigenéticos uma análise detalhada da eficácia de alguns tipos de dietas para cada pessoa de acordo com o seu DNA, possibilitando que a pessoa encontre a maneira de seguir uma alimentação balanceada de forma saudável e personalizada. 

Na análise feita pelo laboratório, aparecem dietas como a mediterrânea, low fat, high fat e low carb. “Cada dieta trabalha com um grupo específico de alimentos ou com a restrição de outro. No relatório oferecido pela Genera, apontamos a eficácia de cada uma delas de acordo com os genes associados à ingestão ou exclusão de cada grupo alimentar exigido naquele regime. Claro que sempre indicamos que a leitura dos nossos resultados seja feita com o acompanhamento de um profissional da área da saúde”, explica Ricardo di Lazzaro Filho, médico e sócio-fundador da Genera. 

 Além de uma questão estética, o mapeamento dos genes permite também avaliar outros pontos genéticos importantes como níveis de sensação de saciedade, fome emocional, armazenamento de gordura, IMC e ingestão de açúcares, tendência à obesidade, deficiência de vitaminas, intolerância à lactose, tipos de exercícios físicos mais adequados, resistência a cafeína, resistência física e performance atlética. O que dá ao indivíduo e ao profissional de saúde informações cruciais para a elaboração de uma dieta específica e com maiores chances de resultado. 

 “É bom esclarecer que não é uma discussão estética. O objetivo da Genera é dar às pessoas a chance de se conhecerem de uma forma única, de entender os mecanismos do próprio corpo. Quando se tem consciência do que funciona ou não para você e o porquê, é muito mais fácil adquirir hábitos saudáveis e de uma forma segura. Com isso, estamos falando de uma conscientização e encorajamento para uma reeducação alimentar e uma melhor qualidade de vida. Isso deve ser oferecido a todas as pessoas, independentemente de questões estéticas”, conclui Ricardo.

 

Genera - Primeiro laboratório brasileiro especializado em genômica pessoal que realiza testes de ancestralidade, saúde e bem-estar no Brasil.  A startup faz uma leitura completa do DNA de cada pessoa por meio de uma técnica chamada microarray, com o objetivo de oferecer caminhos mais acessíveis para o autoconhecimento e que auxiliam na busca por uma vida mais saudável.


A alta produtividade está relacionada à síndrome de burnout, diz especialista

Divulgação
Estudo do neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, discorre sobre as consequências do excesso crônico de estresse ocupacional

 

A síndrome de burnout, muitas vezes causada pelo excesso de trabalho, leva ao cansaço físico e mental que acarreta na redução da capacidade de um indivíduo. Nesse contexto, o PhD em neurociências, biólogo e antropólogo, Dr. Fabiano de Abreu acredita que a alta produtividade, apesar de comum nos trabalho contemporâneos, pode ser uma das razões pelas quais as pessoas desenvolvem burnout. 

Durante o isolamento social rígido e todas as mudanças de rotina causadas pela pandemia de covid-19, os números de casos de síndrome de burnout aumentaram. “A necessidade constante de o indivíduo se apresentar como produtivo, eficiente e eficaz, desencadeou o surgimento de algumas habilidades  para  conviver  nessa  sociedade  tecnológica,  e  uma  delas,  a  alta produtividade surge  para  dar  conta  das  demandas  atuais”, explica o especialista. 

De acordo com ele, é necessário, antes de tudo, compreender as diferenças existentes entre um indivíduo produtivo e uma pessoa que passa muito tempo ocupada. “Produtividade é sinônimo de realizar atividades em um curto espaço de tempo sem se distrair. Trabalhar por mais de 12 horas todos os dias, não é necessariamente ser produtivo. Passar horas realizando uma tarefa e não conseguir atingir a meta gera frustração e estresse”, pontua. 

A síndrome de burnout pode ainda vir acompanhada de depressão, o que deixará evidente algumas alterações na produtividade profissional de cada indivíduo em diferentes âmbitos. “Há sintomas físicos, mentais e emocionais. Há negligência profissional, lentidão e contato impessoal, por exemplo”, detalha o neurocientista. 

Porém, o estudo do Dr. Fabiano de Abreu, publicado pela Revista Científica Saúde e Tecnologia, concluiu que apesar de possível, a relação entre a produtividade e a burnout não são fenômenos obrigatoriamente dependentes um do outro. “O esgotamento ocorre quando o sistema nervoso central fica sobrecarregado e acaba sendo mediado pelo sistema imunológico com taxas de baixa ou alta quantidade de cortisol e, ao mesmo tempo, liberando substâncias que levam a sensação de prazer como a dopamina e a serotonina, desregulando-os”, explica.

 

Link para o estudo: 

https://recisatec.com.br/index.php/recisatec/article/view/39/37

 

 

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associações e sociedade de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.


“A infertilidade é tão desafiadora emocionalmente como o diagnóstico de um câncer”, diz especialista

O médico Ricardo Pimentel comenta sobre o congelamento de óvulos, assunto que surgiu na mídia depois de falas da atriz Fernanda Paes Leme, da ex-BBB Fani e da jornalista Maju Coutinho

 

Recentemente, a atriz Fernanda Paes Leme concedeu uma entrevista a um podcast e se emocionou ao compartilhar sobre seu processo de congelamento de óvulos aos 38 anos. “As pessoas precisam ter muito cuidado com o que cobram dos outros”, desabafou Fernanda. Dias depois, a ex-BBB Fani também fez uma live falando sobre sua decisão de congelar óvulos aos 39 anos e, na última semana, a jornalista Maju Coutinho, de 43 anos, também compartilhou em entrevista que congelou óvulos há seis anos. Segundo o médico ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Ricardo Pimentel, o congelamento de óvulos após os 37 anos é desafiador porque a qualidade dos óvulos tem relação direta com a idade. 

“Mesmo com uma reserva ovariana normal ou até mesmo aumentada, a chance de uma gravidez futura é menor. É compreensível a emoção por causa da cobrança. As cobranças são indevidas e no momento errado. E não é só de fora não, a cobrança até dentro de casa é prejudicial. A infertilidade remete a sentimentos relacionados à impotência e perda de controle da situação. Segundo estudos, é tão desafiador emocionalmente como o diagnóstico de um câncer, e quase sempre os amigos e familiares desconhecem os obstáculos que a pessoa está enfrentando”, diz.

 

Quanto mais o tempo passa, menores são as chances de gravidez 

Para Ricardo, o grande problema é que as mulheres não têm acesso às informações no momento certo. Na adolescência são levadas ao ginecologista pela primeira vez - muitas vezes acompanhada da mãe -, e o especialista diz que é preciso fazer um ‘planejamento familiar’, o que na maioria das vezes se resume em iniciar um método contraceptivo para evitar a gravidez até a mulher estudar, se formar, casar e se consolidar no trabalho. 

“Ela inicia o uso do anticoncepcional por anos afora e o ‘planejamento’ termina ali. Quando a mulher está com seus 26 a 28 anos, esse assunto deveria ser abordado novamente no consultório e isso não é feito. O tempo passa e as mulheres chegam às mãos do especialista em reprodução humana já em condições não ideais, como no caso da atriz Fernanda Paes Leme. Os obstáculos existem e são individuais de cada paciente, mas o nosso papel é fazer de tudo para que eles sejam superados e o objetivo alcançado. Em uma paciente com menos de 35 anos, por exemplo, um bom planejamento seria congelar algo em torno de 15 a 20 óvulos, o que daria a ela uma chance futura de gravidez em torno de 70 a 80% de sucesso”, explica o médico. 

Além disso, o médico afirma que nenhum tratamento de reprodução assistida é fácil - nem para quem deseja engravidar e nem para quem quer preservar sua fertilidade. Ele acrescenta que todo planejamento tem que ter um objetivo final. Por isso, se esse resultado - que no caso é a gravidez espontânea -, não está sendo alcançado, é porque ele precisa ser revisto. 

“Se a mulher é pega de surpresa e vê que a reserva dela está diminuída por alguma razão e que ela não conseguirá atingir o número de óvulos que seria ideal, precisaremos realizar dois ou três ciclos de estimulação ovariana, necessitando de um maior investimento financeiro e emocional. Já uma mulher com 40 anos ou mais, o mesmo número de óvulos entregaria uma chance de gravidez no futuro entre 30 e 40%, dependendo de cada caso”, diz. 

De acordo com dados da literatura médica, a cada ano que passa a chance de a mulher produzir um embrião de boa qualidade se reduz em 5%. Quanto mais próximo dos 40 anos, mais obstáculos aparecem porque a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem a cada ciclo. Segundo o especialista, até os 35 anos aproximadamente 50% dos embriões formados serão alterados geneticamente falando, enquanto aos 42 anos ou mais essa porcentagem sobe para 80-85%. Diante disso, ele argumenta que com os processos mais desafiadores, o emocional fica abalado. 

“Apesar de ser seguro e relativamente rápido, o procedimento exige dedicação e disciplina. São 10 a 12 dias de injeções subcutâneas, cerca de três a quatro ultrassonografias e o procedimento de captação de óvulos exige uma sedação realizada por um anestesista. Alguns efeitos adversos como alteração de humor, barriga inchada e desconforto abdominal podem ser observados por causa das altas doses de hormônios necessários para o crescimento folicular. São duas semanas dedicadas a este objetivo. Essa é uma preocupação nossa na Perfetto: tornar a jornada da paciente uma caminhada segura, eficaz e com toda atenção e cuidado com cada detalhe. Temos três psicólogas à disposição do casal para que obstáculos emocionais possam ser amenizados”, diz.

 

Coisas que toda mulher adulta deveria saber sobre gravidez e fertilidade

1-    A mulher produz todos os seus óvulos ainda na barriga da mãe e nunca mais produz óvulos novos. Então, os óvulos acompanham a idade da mulher e a cada ano vão perdendo a sua “qualidade”; 

2-    Para ter dois filhos de forma natural o ideal é começar logo, por volta de 27 a 29 anos, se as condições permitirem. Vale lembrar que necessitamos de um intervalo entre as gestações; 

3-    Após 30 anos, se não existe expectativa de gestação nos próximos 2 ou 3 anos, o mais indicado é congelar os óvulos e aumentar suas chances de gravidez futura; 

4-    Depois dos 35 anos a taxa de gravidez cai muito, enquanto a de complicações, como o aborto, sobe. Isso acontece porque os óvulos não terão a mesma qualidade; 

5-    O congelamento de óvulos é um tratamento seguro e eficaz. Estudos mostram que não há aumento no risco de câncer ou trombose; 

6-    Uma vez congelados, os óvulos não perdem mais qualidade, não importa o tempo que passe. Uma mulher de 40 anos que congelou óvulos aos 32 anos terá a mesma chance de gravidez de uma mulher de 32 anos, desde que outros fatores não estiverem associados.


Fevereiro Laranja: os desafios no combate à leucemia

  Especialista do Hospital São Camilo SP fala sobre transplante de medula óssea e novos tratamentos à doença, que afeta cerca de 10 mil pessoas por ano no Brasil 

 

Bruna tinha apenas 9 anos quando recebeu o diagnóstico de leucemia mieloide crônica (LMC). Hoje, com 18, totalmente curada, ela relembra a trajetória de tratamentos que culminou com um transplante de medula aos 13.

“Embora eu não tivesse nenhum sintoma específico, além de palidez, meus pais me levaram ao pediatra. Lá, fiz exames de rotina e já fui encaminhada à oncologista pediátrica”, conta.

Dr. Claudio Galvão de Castro Jr., hematologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo que acompanhou a paciente, explica que muitas pessoas não desenvolvem qualquer sintoma no estágio inicial da doença.

“É comum que o diagnóstico aconteça como no caso da Bruna, através de um simples exame de sangue, mas, em alguns pacientes, é possível perceber sinais como perda de peso sem motivo aparente, sudorese noturna e sensação de fraqueza”, explica.

A leucemia é uma doença que afeta os glóbulos brancos e tem, como principal característica, o acúmulo de células doentes na medula óssea, substituindo as células sanguíneas normais. “Existem mais de 12 tipos de leucemia, que partem dos quatro tipos primários: leucemia linfocítica aguda (LLA), leucemia linfocítica crônica (CLL) e leucemia mieloide aguda (LMA), além da já mencionada leucemia mieloide crônica (LMC).”

O tipo de câncer que acometeu Bruna, embora raro em crianças, representa cerca de 15% dos novos casos de leucemia diagnosticados a cada ano no Brasil, afetando pessoas com idade média em torno dos 50 anos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados cerca de 10 mil novos casos de leucemia por ano, o que torna esse grupo de doenças um problema de saúde pública.

Conforme o especialista, a LMC, causada por uma alteração nos cromossomos, tem progressão lenta e, quando não tratada, pode evoluir para uma leucemia aguda.

“O tratamento para esse tipo de leucemia foi um dos que mais avançou nos últimos 20 anos. Atualmente, a maioria dos pacientes é tratada com um medicamento via oral que inibe a proteína crucial para o surgimento da doença. Não é uma quimioterapia clássica, portanto não há queda de cabelo ou vômitos”.

Dr. Claudio explica que o transplante de medula óssea, anteriormente considerada a opção mais usada no tratamento de pacientes com LMC, hoje fica restrita aos casos mais graves, em que os medicamentos não funcionam. “No entanto, é preciso avaliar todas as variáveis, tais como idade, comorbidades, grau de evolução da doença, resposta aos tratamentos medicamentosos e doador compatível, entre outros”, frisa.

O médico destaca que diversas opções de terapias são utilizadas no tratamento dos diferentes tipos de leucemia. “O tratamento está cada vez mais individualizado, e essa tendência só deve se acentuar num futuro próximo”.

Para Bruna, que realizou quimioterapia e radioterapia ao longo dos quatro anos em que lutou contra a doença, em seu caso atípica e resistente, o transplante foi um presente. “Tive dois possíveis doadores que não deram certo antes dos médicos decidirem utilizar meu pai. E, embora ele fosse apenas 70% compatível comigo, deu tudo certo e me permitiu estar aqui hoje, feliz e saudável, depois de tantos anos”, comemora.

A todos que ainda estão em tratamento da leucemia e vivenciam, como ela, medos e dúvidas sobre o futuro, ela deixa uma mensagem: “É preciso confiar na equipe que está cuidando de você, aceitar o processo e acreditar que tudo vai passar logo. É essa fé que nos dá forças para continuar”.





Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


Papel da família é fundamental no tratamento do câncer infantil

Especialista afirma que é essencial o vínculo e o acolhimento dos pais e, respeitando os limites e momentos da criança, ser sinceros com ela e expliquem, com linguagem simples, sobre procedimentos e profissionais que atuam com ela

 

A cada ano, mais de 300 mil crianças com idades entre 0 e 19 anos recebem diagnóstico de câncer. Esse levantamento realizado pela Childhood Cancer International (CCI) também mostra que as causas da maioria dos cânceres infantis ainda são desconhecidas, mas os tipos mais comuns são leucemias (que atingem os glóbulos brancos), linfomas (sistema linfático) e tumores cerebrais. 

Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Iniciativa Global para o Câncer na Infância, com o objetivo de tornar a discussão sobre esses tipos de doença como prioridade mundial e promover alívio e tratamento adequados, instituiu o dia 15 de fevereiro como data para mobilização e reflexão, informando a população, profissionais da saúde, pais e paciente e objetivando alta no percentual de sobrevivência para menores diagnosticados. Isso poderá salvar a vida de mais de um milhão de crianças na próxima década. 

Segundo a Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, a Professora Sueli Cominetti Corrêa, ao longo desse processo, o papel dos pais é de extrema importância no tratamento dos filhos, e o acompanhamento psicológico para todos é imprescindível. “Medos, ansiedades, impasses, dor, dúvida. São exemplos de componentes que podem estar presentes antes, durante e após o diagnóstico tanto para a criança quanto para entes queridos. Os pais podem e devem contar com rede de suporte, grupos de apoio e profissionais especializados para auxiliá-los a lidarem com os próprios sentimentos e ajudarem os filhos na vivência do tratamento, procedimentos e medicação. A orientação adequada auxilia no mapeamento dos limites que precisarão continuar a ocorrer e a busca de estratégias, uma vez que a fase de aceitação pode demorar”, explica. A docente ainda complementa que, a família precisa manter o diálogo constante com a criança, visando seu bem-estar, de modo que ela se sinta segura e acolhida: “Há casos em que os pais ou guardiões ficam na dúvida se devem ou não contar à criança, mas o ideal é que haja conversa humanizada e franca, no momento e na linguagem adequados, sempre acolhendo as dúvidas e questionamentos da criança. Isso permite fortalecer a confiança, auxiliar a construir vínculo com os profissionais da saúde, melhorar a aderência ao tratamento e contribui para a realização mais amenizada de alguns procedimentos”, conclui. 

Em geral, os centros de atendimento à criança com câncer oferecem terapias psicológicas para toda a família. Além de ser fundamental para o apoio emocional, os pais aprendem a lidar com outros desafios que não se referem diretamente ao jovem paciente. Por exemplo, é importante manter a rotina mais próxima possível do normal, sem isenção de repreensões e limites. Muitas vezes sensibilizados os pais ficam confusos a este respeito, mas a clareza, constância e coerência são suportes da boa convivência e enfrentamento.

“Quando a criança vai aprendendo sobre seus direitos e deveres; é ouvida e aprende a ouvir e exercita a responsabilidade adequada para seu momento de desenvolvimento, fortalece sua autoestima, a confiança em si mesma e um círculo de convivência mais duradouro e prazeroso. Por mais que se trate de uma situação específica, os limites e a orientação pedagógica precisam ser mantidos até para que a criança mantenha a perspectiva de futuro e a noção de realidade”, ressalta a especialista. 

Para ajudar os familiares, Sueli também sugere algumas dicas de como se comportar em relação ao paciente:

1. Busque informações em fontes indicadas pela equipe multidisciplinar: estar informado e em contato direto com os médicos e equipe é a melhor forma de tentar compreender o que é e como está a doença;

2. Mantenha o tratamento de forma disciplinada, seguindo as orientações para hábitos saudáveis (alimentação, sono) e entenda os limites e restrições que tratamento traz, sempre respeitando as condições de saúde do paciente; 

3.Tente realizar atividades simples, criativas e compartilhadas como ler, brincar, confraternizar, estudar, para além da dinâmica do tratamento. Isso auxilia o paciente a ter momentos de leveza. No entanto, sempre converse com a equipe médica que auxiliará a identificar o melhor momento e estratégia;


4.Saiba que haverá alternâncias de emoções e picos de intensidade, mas busque adotar uma atitude positiva e propor momentos de espontaneidade, diálogo e até diversão, identificando espaços e oportunidades de inclusão e apoio para que a criança se sinta confortável e possa expressar seus sentimentos, queixas e até seu silêncio; 

5.Busque sempre o equilíbrio entre dar apoio e dar limite à criança em tratamento para que ela venha a ter autonomia. É importante também manter o vínculo dela com outros membros da família, não a isolar emocionalmente e nem passar a viver exclusivamente para ela, o que pode sufocar e ocasionar situações de conflito. Procure ouvir e incentivar a ter novos relacionamentos e grupos de apoio, ajudando-a a construir planos e projetos de superação.

 

 Anhanguera

https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/


 Kroton

www.kroton.com.br


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