Estudo feito por
reumatologistas do HSPE mostra avanço na maneira de tratar a doençaBanco de imagens: Pixabay
A combinação de antimaláricos,
imunossupressores e agentes biológicos pode ajudar na regulação do sistema
imune e no controle das manifestações clínicas do lúpus, reduzindo consideravelmente os danos
causados pela doença. Esses medicamentos são capazes ainda de poupar
pacientes do uso de doses elevadas e, de forma crônica, de corticoides, que
provocam inúmeros efeitos colaterais no organismo do paciente,
como sobrepeso, osteoporose, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica,
glaucoma, catarata e dislipidemia.
A conclusão é de um estudo feito por reumatologistas do
Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) entre 2020 e 2021, o qual avaliou 241 pacientes que atingiram o estado de
baixa atividade do lúpus, ou LLDAS - Low Disease Activity State — métrica
associada com a redução de dano e mortalidade no Lúpus — que é quando há um
declínio significativo dos principais sintomas da doença e de sequelas graves
em órgãos do corpo.
A análise mostrou ainda que mais de 70% dos pacientes
lúpicos assistidos no período, em sua maioria mulheres (95,87%) com média de
idade de 52 anos e tempo médio de doença de 13 anos, apresentaram melhora no
quadro clínico após a substituição
gradativa, ou redução de dose, da prednisona (corticoide comumente usado no
tratamento do lúpus) por antimaláricos, imunossupressores e imunobiológicos,
atingindo o LLDAS. Desses, somente 1/3 estavam em uso de prednisona.
“O LLDAS é um alvo desejável no paciente com
lúpus, já que a cura não parece ser possível em um futuro próximo. Para
atingi-lo, o paciente deve apresentar índices baixos de atividade de doença,
tomar dose de prednisona inferior a 7,5 mg/dia, além de tomar outros
medicamentos em doses estáveis”, explica a reumatologista do HSPE Dra.
Nafice Costa Araújo.
Atenção à doença
O LES é uma doença crônica, inflamatória e autoimune que
acomete quase 70 mil brasileiros,
sendo a maioria pessoas do sexo feminino em fase reprodutiva, dos 15 aos 45
anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Os números do Sistema de Informações do Sistema Único
de Saúde (Datasus) também chamam a atenção para a taxa de mortalidade do LES
no país, que é de 4,76 mortes/105 habitantes de pacientes com
idades entre 20 e 39 anos.
Em 2014, o lúpus, em conjunto com a fibromialgia e o
Alzheimer, ganhou um mês para conscientização sobre as doenças incuráveis: o
Fevereiro Roxo. A iniciativa carrega como objetivo a
identificação das doenças nos estágios iniciais para que seus sintomas sejam
controlados ou atrasados.
Instituto de Assistência Médica ao
Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe
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