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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Combinação de novos medicamentos controla lúpus e reduz o uso de corticoides

Banco de imagens: Pixabay
Estudo feito por reumatologistas do HSPE mostra avanço na maneira de tratar a doença 



A combinação de antimaláricos, imunossupressores e agentes biológicos pode ajudar na regulação do sistema imune e no controle das manifestações clínicas do lúpus, reduzindo consideravelmente os danos causados pela doença. Esses medicamentos são capazes ainda de poupar pacientes do uso de doses elevadas e, de forma crônica, de corticoides, que provocam inúmeros efeitos colaterais no organismo do paciente, como sobrepeso, osteoporose, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, glaucoma, catarata e dislipidemia.

A conclusão é de um estudo feito por reumatologistas do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) entre 2020 e 2021, o qual avaliou 241 pacientes que atingiram o estado de baixa atividade do lúpus, ou LLDAS - Low Disease Activity State — métrica associada com a redução de dano e mortalidade no Lúpus — que é quando há um declínio significativo dos principais sintomas da doença e de sequelas graves em órgãos do corpo.

A análise mostrou ainda que mais de 70% dos pacientes lúpicos assistidos no período, em sua maioria mulheres (95,87%) com média de idade de 52 anos e tempo médio de doença de 13 anos, apresentaram melhora no quadro clínico após a substituição gradativa, ou redução de dose, da prednisona (corticoide comumente usado no tratamento do lúpus) por antimaláricos, imunossupressores e imunobiológicos, atingindo o LLDAS. Desses, somente 1/3 estavam em uso de prednisona.

O LLDAS é um alvo desejável no paciente com lúpus, já que a cura não parece ser possível em um futuro próximo. Para atingi-lo, o paciente deve apresentar índices baixos de atividade de doença, tomar dose de prednisona inferior a 7,5 mg/dia, além de tomar outros medicamentos em doses estáveis”, explica a reumatologista do HSPE Dra. Nafice Costa Araújo.



Atenção à doença

O LES é uma doença crônica, inflamatória e autoimune que acomete quase 70 mil brasileiros, sendo a maioria pessoas do sexo feminino em fase reprodutiva, dos 15 aos 45 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Os números do Sistema de Informações do Sistema Único de Saúde (Datasus) também chamam a atenção para a taxa de mortalidade do LES no país, que é de 4,76 mortes/105 habitantes de pacientes com idades entre 20 e 39 anos.

Em 2014, o lúpus, em conjunto com a fibromialgia e o Alzheimer, ganhou um mês para conscientização sobre as doenças incuráveis: o Fevereiro Roxo. A iniciativa carrega como objetivo a identificação das doenças nos estágios iniciais para que seus sintomas sejam controlados ou atrasados.




Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe

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