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sábado, 2 de maio de 2020

Confira quatro dicas do Descomplica para fazer o estudo a distância mais eficaz



A rede é a maior plataforma de educação online do Brasil. Entre as orientações da edtech, uma rotina bem definida e organização da casa para os estudos
 
Com o novo contexto, a economia como um todo tem se desafiado a uma digitalização. Na educação, o obstáculo também é grande: muitas escolas precisaram correr para adaptar o modelo de aulas ao ensino online. Do lado dos alunos também existe um desafio: aprender a estudar em plataformas digitais sem perder a concentração, absorvendo os conteúdos da melhor forma possível.
"Embora os alunos de maneira geral sejam todos adeptos das novas plataformas e saibam usá-las bem, hoje enfrentam um novo desafio: aprender a estudar a distância e fora do ambiente tradicional das escolas", diz Marco Fisbhen, CEO do Descomplica, maior plataforma de educação online do Brasil e líder no segmento preparatório para Enem e vestibulares. "Estudar online é algo que requer disciplina e rotina. É muito diferente da maneira como se estuda em sala de aula", completa.
Como startup 100% online - e primeira edtech a ingressar no ensino superior -, o Descomplica trabalha com o ensino online há quase 10 anos.
A seguir, Marco aponta as principais dicas que reuniu ao longo desses anos para ajudar os estudantes na aprendizagem a distância.
 
Casa organizada para os estudos
É preciso que o aluno tenha o seu próprio canto de estudos, um local em que ele possa se conectar às aulas e fazer as tarefas com tranquilidade.
"Por isso é importante definir onde será esse local. Precisa ser um ambiente com boa conexão, com pouco ruído. Cômodos onde há mais pessoas, ou com televisão e rádio ligados, devem ser evitados", orienta o CEO do Descomplica.
 
Disciplina
O estudo em casa só funcionará se o aluno entender que deve estabelecer uma rotina para todas as suas atividades: acordar, alimentar-se, estudar e descansar devem estar bem distribuídos em horários fixos ao longo do dia.
"Ter horário definido para cada uma das tarefas do dia - e também para os momentos de lazer - ajuda a se concentrar melhor e a seguir um ritmo equilibrado de estudos no dia", comenta Fisbhen. 

Alternar tarefas ao longo do dia
Sobre a questão das tarefas citada acima é importante salientar: alternar todas as atividades diárias é o ideal não apenas para a produtividade ser maior, mas também para dar descanso ao cérebro.
"Levar horas em uma mesma atividade gera um desgaste muito grande para o aluno. Sugerimos sempre aos alunos do Descomplica alternar o estudo ou a leitura do dia com alguma atividade de lazer. Essa é uma maneira de relaxar mais rápido e retomar as atividades mais focado", diz o CEO.
 
Conectar-se é importante - e se desconectar também
Uma das grandes curiosidades dos especilaistas no momento é entender como o corpo humano e a sociedade reagirão a esse período de isolamento e menos contato físicopelo qual o mundo passa. Marco Fishben diz aos estudantes que é importante se manter conectado e ativo em grupos e redes sociais. O isolamento, hoje, deve ser apenas físico, não virtual.
"Manter-se falando com colegas e professores para tirar dúvidas ou apenas conversar é uma sugestão que temos feito aos nossos estudantes. Esse contato é importante para o aluno não se sentir sozinho e até para pensar melhor sobre o conteúdo que está aprendendo em aula", diz Marco.
Isso não significa, porém, que o estudante está liberado para abusar das redes sociais nesse período: é preciso separar o momento de lazer da hora do estudo. "Redes como o Instagram ou o Facebook minam a atenção dos alunos. Durante o tempo em que aluno estará estudando, a nossa sugetsão é que ele faça logoff destas redes e possa focar exclusivamente nos estudos", conta.


Na semana da educação a Falconi propõe um desafio: uma visita à sala de aula de 2025


Pode parecer precipitado falar de um cenário futuro para a educação neste momento em que a crise no segmento pode estar atingindo seu ponto mais crítico. Segundo dados da UNESCO, até o dia 26/04/2020 mais de 90% dos alunos no mundo haviam sido impactados pelo fechamento das escolas, algo nunca antes imaginado. Vivenciamos, em um curtíssimo espaço de tempo, inúmeras adaptações nos processos educacionais e administrativos e sabemos que há ainda muitas outras por vir. Esse movimento, contudo, não deve ser interpretado como um ajuste emergencial. Temos diante de nós a oportunidade de aproveitar todas as mudanças que já estão em curso e criar a nova educação que queremos.
E por que essas mudanças irão trazer impactos duradouros? Em primeiro lugar, a vacina para a COVID-19 não estará disponível nos próximos meses e, em nosso primeiro "novo normal" haverá um espaço de convivência mais limitado, impactando diretamente o ambiente escolar. As ferramentas digitais, até agora colocadas como elementos de apoio ao processo educacional, serão aliadas na construção dessa nova rotina e permitirão que os estudantes retomem suas atividades gradualmente e em segurança.
Além disso, a cada extensão das medidas de isolamento há um aumento da carga horária a ser reposta, uma vez que estão mantidas as 800 horas para o ano de 2020. Soluções relacionadas apenas ao ajuste do calendário escolar certamente não serão suficientes para recompor essa perda. O plano de retomada passará, necessariamente, pela combinação das aulas presenciais com outras modalidades de ensino e demandarão novas atitudes, dos professores, dos alunos e dos pais.
Essa mesma pressão de mudança será observada no mercado de trabalho. A crise sanitária que vivemos remodelará o modo como atuamos e demandará novos perfis de trabalhadores. Aqueles que estiverem mais preparados para atuar no mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) serão mais bem-sucedidos que os demais. As instituições de ensino precisarão responder a essa demanda muito rapidamente, sob pena de se tornarem irrelevantes em um curto espaço de tempo.
Por último destacamos a profusão dos cursos via EaD para os mais variados assuntos. Certamente muitas pessoas estão percebendo, durante o período de isolamento, que não precisam de uma sala de aula para avançar em sua formação.
Em suma, estruturas que sustentavam o sistema escolar foram abaladas e as mudanças que já estão em curso remodelarão a forma como os diferentes stakeholders (professores, diretores, alunos, pais) percebem valor e se relacionam com o mesmo. Essa experiência e suas conclusões serão a base sob a qual será construída a relação da sociedade com o segmento escolar nos próximos anos.
Eis então que chegamos à proposta desse artigo: a escola de 2025. Certamente ela utiliza novos modelos pedagógicos e não centra todas as atividades de aprendizado unicamente no professor. O corpo docente tem uma preparação diferenciada e entende seu papel de mediador. Ele lança mão de recursos variados de aprendizado, domina diferentes ferramentas tecnológicas e reconhece a importância da formação continuada em um ambiente de constante transformação. As salas de aula são laboratórios de aprendizagem onde os alunos "experimentam o conteúdo", cada um conduzindo o seu aprendizado de acordo com os seus interesses de modo ativo. Carteiras enfileiradas onde os alunos assistem passivos à aula, sem poder falar ou se movimentar pelo espaço, já não faz parte desse contexto.
Os processos administrativos são mais enxutos e estão totalmente inseridos no contexto digital. O home office é parte da rotina da equipe não por imposição, mas por se tornar uma opção viável e econômica. Os conteúdos ministrados privilegiam os conhecimentos tradicionais, matemática, português, história, porém em uma abordagem interdisciplinar. As aulas de 50 em 50 minutos, em que as pessoas não enxergam que há muita arte na matemática, já foram abolidas. Também há um espaço relevante na grade curricular para o desenvolvimento das competências do século XXI e há consenso da importância desses temas entre a comunidade escolar. A família tem participação ativa na educação dos filhos, entende o trabalho que está sendo desenvolvido na escola e consegue dar continuidade à formação integral do indivíduo em casa. Cada aluno e cada família recebem uma atenção personalizada, é possível inclusive que o aluno saia de férias da escola em qualquer período do ano sem prejuízo na aprendizagem e garantindo o cumprimento do currículo.
Já imaginou tudo isso?! Como todo exercício de futurismo, há muitas hipóteses nos parágrafos anteriores que podem se mostrar verdadeiras, outras serão refutadas. Parte será amplamente implementada e outra parte, será conduzida em velocidade mais lenta ou não será adotada por todas as instituições de ensino, em razão dos obstáculos identificados. O que haverá em comum entre elas? Todas deverão ser discutidas a partir de hoje, pois, em diferentes medidas, nada será como antes! A crise já evidenciou a importância dos valores, atitudes e habilidades que promovem o respeito mútuo e a coexistência pacífica. Mostrou também, o valor da educação que contribui para a resolução dos desafios globais já existentes e emergentes que ameaçam o planeta e provou que é impossível construir soluções consistentes fora de um processo de colaboração.
Apesar de todos os desafios impostos pelo isolamento social e dos problemas sociais e econômicos que estamos enfrentando, nós temos a oportunidade de aprender com tudo isso e de criar o nosso futuro, a partir desse aprendizado, garantindo um mundo melhor para todos. Qual é a escola que vamos criar para 2025?



Ariane Melo - consultora sênior na Falconi. Atuou no segmento de educação na iniciativa pública e privada, com foco em reestruturação dos processos e melhoria dos resultados educacionais.

 
Izabela Murici - Sócia da Falconi . Graduada em Administração de Empresas pela UFMG, pós-graduada em Finanças pela Fundação Dom Cabral e em Marketing pela UFMG, Izabela ingressou na FALCONI em 2000 como estagiária na Gerência de Recursos Humanos. Consultora desde 2002, atua como líder de projetos nos setores público e privado. É também co-autora dos livros "Gestão para Resultados na Educação", "Gestão Integrada da Escola" e "Como Melhorar As Competências da Equipe Escolar Implementando a Matriz de Capacitação".



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