Mas,
você sabe exatamente do que se trata esse transtorno?
Hoje,
02 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo
(transtorno de desenvolvimento que prejudica a capacidade de se comunicar e
interagir). De acordo com o professor do Programa de Pós-Graduação, Stricto
Sensu, em Enfermagem da Universidade UNIVERITAS/UNG e especialista em Saúde
Coletiva e Práticas de Promoção da Saúde, Dr. Alfredo Almeida Pina de Oliveira,
o acompanhamento dependerá da avaliação de cada criança e família.
Segundo
ele, "é valioso salientar que qualquer tratamento dependerá de cuidados
contínuos, persistência e tranquilidade para alinhar anseios e expectativas de
pais e familiares", explica.
Diante
disso, o professor esclarece as dúvidas mais frequentes sobre o autismo.
O
que é o autismo?
É
uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces,
tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por
desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da
imaginação.
Quais
são as causas?
As
causas do autismo são desconhecidas. Acredita-se que a origem do autismo esteja
em anormalidades em alguma parte do cérebro, ainda não definida de forma
conclusiva e, provavelmente, de origem genética. Além disso, admite-se que
possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos durante a
gestação ou no momento do parto.
Quais
os sintomas?
É
comum os pais relatarem sobre um período de normalidade antes do aparecimento
de sinais e sintomas, além de associar com eventos familiares ou momentos
críticos para o surgimento do quadro de autismo do filho. Regressão para
comportamentos de idades anteriores pode ser um bom indicativo para conversar
com o pediatra ou outro médico de referência da família.
o
Prestar atenção a outros sinais pode ajudar na conversa durante a consulta;
o
Calma ou sonolência em excesso;
o
Rejeição do colo e do aconchego;
o
Ausência de comportamentos de imitação ou de expressão de sentimentos e
emoções;
o
Aparecimento de estereotipias ou comportamentos repetitivos;
o
Alterações no sono;
o
Dificuldades para alimentação.
Como
identificar?
Para
diagnosticar o autismo, a melhor avaliação é a do quadro clínico da criança
pelo médico. Não existem testes laboratoriais específicos para detectar o
autismo. O médico utilizará esse método para identificar o melhor diagnóstico
baseado na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de
Saúde (CID-10) ou no Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da
Academia Americana de Psiquiatria (DSM-5).
Quais
os níveis de autista?
Terminologias
comumente conhecidas anteriormente como Autismo, Transtorno Global do
Desenvolvimento sem outra especificação ou Síndrome de Asperger (ou
"Aspies") foram englobadas como Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA) no DSM-5. O termo "espectro" indica a existência de grandes
variações no grau e na maneira que o autismo se manifesta em cada pessoa.
Qual
tratamento adequado?
Abordagens
inclusivas e recursos para auxiliar na comunicação, na interação e nos cuidados
da criança devem ser pensados em conjunto e de maneira interdisciplinar:
médicos, educadores, fonoaudiólogos, psicólogos, enfermeiros, profissionais de
educação física, entre outros. Psicoterapia, equoterapia (terapia com cavalos),
musicoterapia e outras práticas complementares podem ajudar e devem ser conversadas
com os profissionais de saúde e educação da criança. Toda medicação deve ser
bem avaliada pelo médico e acompanhar os efeitos observados na criança, após a
utilização de determinados medicamentos.
Como
os pais podem se adequar diante desta nova realidade?
Com
base na experiência de pais, educadores e outros profissionais envolvidos na
Associação de Amigos do Autista (AMA), recomenda-se "conhecer" a
questão do autismo, "admitir" o autismo de seu filho e "buscar
apoio" de um grupo de pessoas que também estejam envolvidas com a mesma
questão e que procuram conviver com ela da melhor maneira possível. Não
enfrentar tudo sozinho é um aspecto bem importante.
Quais
as recomendações para quem tem filho com autismo?
Cuidar com amor, frequentar locais públicos, fortalecer a
independência e estabelecer rotinas que facilitem a organização pessoal do seu
filho são boas formas de contribuir para um desenvolvimento integral e baseado
em valores e afetos importantes para sua inserção na própria família e
comunidade.