Pesquisar no Blog

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Agressão a professores



Sou professor há cinquenta anos e já vivi muitas experiências em todos os níveis de ensino, exceto na Pré-Escola. Nessa fase, treinei com os filhos e hoje com os netos! Uma delícia.

Sempre tive pela figura do professor o maior respeito. Lembro-me dos meus primeiros professores e nós, os alunos, tínhamos verdadeira admiração por eles. Eram reverenciados e respeitados pela função educadora.   

Nos cursos primários antigamente, lembro-me bem, cantávamos o Hino Nacional e outros cânticos cívicos logo cedo, em pé, enfileirados, antes de entrarmos para as classes. Os professores ficavam na frente das filas e cantavam junto! Não me venham dizer que isso era coisa dos militares, porque de 1955 até 1958 ainda os militares estavam só na caserna.

Mais tarde lecionei numa escola de ensino médio em Piracicaba onde os professores eram mais idosos. Eu ainda era muito jovem e via o respeito e carinho dos alunos por todos nós. Ainda hoje esses alunos se encontram para lembrar os bons tempos e a agradável convivência com seus professores. 

O tempo passou e o respeito pelos professores foi embora. Que triste! Hoje vemos professores serem agredidos pelos seus alunos dentro das salas de aula. Há uns anos isso seria impensável. Algo precisa ser feito pela dignidade da classe, mas parece que nossas autoridades educacionais estão mais preocupadas com a aprovação automática e os números das estatísticas do que com a formação de nossos adolescentes. 

Hoje, professores e funcionários são verdadeiros reféns de “gangs” dentro das escolas de ensino fundamental e médio. Os professores estão com medo e parece que ninguém faz nada! Recentemente assisti a um vídeo em que uma criança de pré-escola, destruía - literalmente destruía, sua sala de aula, às vistas da professora e da coordenadora. Quando alguém quis impedir a criança de derrubar tudo foi alertado que não podia tocar nela. 

Um caso recente que chocou a opinião pública foi o da professora em Santa Catarina que foi violenta e brutalmente agredida por um aluno de 15 anos. A forma com que foi agredida deformou o seu rosto que foi mostrado pelos jornais. 

O fato ganhou o noticiário e as redes sociais. Parece que ficou nisso.

As agressões contra professores que temos conhecimento são aquelas que a imprensa divulga, mas muitas não chegam sequer a ter boletim de ocorrência lavrado. Por outro lado, nem todas as que são levadas à polícia são noticiadas. 

É crescente e assustador o que ocorre dentro das salas de aula. Os professores não conseguem um mínimo de respeito, disciplina e atenção dos alunos. O nível de ensino cai assustadoramente. A falta de interesse, a forma como se dirigem aos mestres, os atritos entre os próprios alunos, o desrespeito entre eles, os xingamentos com palavras de baixo calão em plena sala de aula são coisas que a minha geração de professores não acredita estar ocorrendo.

É claro que isso é reflexo de uma sociedade desestruturada cujas famílias não impõem limites dentro de casa. O garoto que agrediu a professora havia agredido a própria mãe dentro de casa. É claro que isso é reflexo de uma TV que ensina tudo errado e reflexo do que veem diariamente nas ruas. A verdade é que os pais esperam que os professores eduquem seus filhos, numa inversão total dos papéis.

Estamos pagando um alto preço por tolerar a impunidade, dentro e fora escolas.
Alunos desinteressados, malcriados, violentos... professores com medo... Nesse cenário, ainda vemos escolas de ensino fundamental e médio em que os docentes “tiram água de pedra”. Conseguem ensinar aqueles que querem aprender. 

Lamentavelmente, no meio de muitos que não querem nada, há aqueles que querem aprender e cursar uma faculdade. É por esses que os professores ainda lutam.

Ao mesmo tempo em que parabenizamos aos professores, damos “nota zero” para os gestores da educação que “não prestam atenção” no que está ocorrendo.





Gilson Alberto Novaes - Professor de Direito Eleitoral na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie-campus Campinas e Coordenador Acadêmico do Centro de Ciências e Tecnologia.





CONTRA A PEDOFILIA E A EROTIZAÇÃO INFANTIL



        Assinei, há pouco, um manifesto contra a pedofilia e a erotização infantil. A esse ponto chegamos! Após longo e infame andar, de tolerância em tolerância, se faz necessário um manifesto contra esses crimes hediondos; e poderia haver mais um contra grupos que militam, intensa e escancaradamente, pelo direito de influenciar a sexualidade infantil dentro das salas de aula com ideologia de gênero; um terceiro, ainda, contra a pluralidade de meios pseudopedagógicos, pseudoliterários e supostamente lúdicos que visam a confundir a percepção das crianças em relação ao próprio corpo; e um quarto, por fim, contra o suprimento de recursos públicos a tais ações. Sim, a tal ponto chegamos!

        Devemos agradecer a tolerância para com essas indigestas delicatessen  morais, em boa parte, à ação cotidiana de tantos formadores de opinião, desembarcados dos cursos de jornalismo militante para assumirem o papel de corregedores da opinião pública. Diante do teclado, das câmeras e dos microfones assumem ares messiânicos. São ridículos profetas dos modismos, aos quais se consagram em nome de liberdades cujas honras e privilégios recusam a quem deles divirja, motivo pelo qual dirão, sim, que o parágrafo acima é uma redação fascista. Por quê? Porque para eles um manifesto contra a pedofilia e a erotização das crianças é fascismo em estado puro, ora. Foi previamente estabelecido, no bar da faculdade, no fumódromo da redação, que certo e errado, bem e mal, moral e imoral, são decisões de foro íntimo. E quem diverge disso é fascista.

        Assim, a propósito de tudo pelo que militam, sentem-se muito bem porque estão em eterno acordo consigo mesmos, num circuito fechado e em conjunto vazio. Princípios que você, leitor, ouviu quando criança, do tipo “deve-se fazer o bem e evitar o mal”, e tantos outros, caem por terra ao primeiro confronto com a conveniência pessoal ou com as pautas ditadas pelo imperativo absoluto do "coletivo" político.

        Tinham muita razão os ancestrais farroupilhas ao incluir no hino rio-grandense a frase que cantávamos no 20 de setembro: “Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. De fato, há uma relação entre a liberdade e a adesão ao bem, da mesma forma como há uma relação entre o vício e a perda da liberdade. Uma das tramoias do "politicamente correto" consiste em incentivar a troca da virtude pela tolerância com o intolerável, gratificando com um diploma de "politicamente corretos" os tolos que fazem a permuta. Seus agraciados são representativos da submissão à grande rede da corrupção, cujo núcleo é moral, sendo as demais formas em que ocorre - a política, a financeira, a da razão, a da natureza, etc. - derivadas e periféricas em todos os ramos da vida social. Melhor não gritar plenos pulmões “Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”, se não for para valer.





 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.




RIA. VOCÊ ESTÁ SENDO DESGOVERNADO.



Que piada de salão que nada! Tudo isso vale meme, paródia, escracho. Trocadilho. No país que é cada vez mais o paraíso dos humoristas ácidos que lidam com a realidade,  difícil discernir o que é anedota do que é verdade, sério ou importante, se é que alguém ainda sabe o que é isso exatamente.  E se fosse só na política...

 Bala zunindo pra tudo quanto é lado, o pau comendo em uma das maiores favelas - ops!, comunidades - do país. As paredes esburacadas mostrando o quanto a coisa é antiga. Briga aberta de traficantes, sendo que um deles está a milhares, mi-lha-res, de quilômetros, preso, presinho, trancado, mas com telefone – pasmem – e que funciona, por onde dá ordens.


Você prestou atenção? Você ouviu os assobios das tropas do Exército que desfilavam seu verde só nas redondezas até que alguém os mandasse ir lá ver o Brasil descendo a ladeira?  E os comandantes. Um ousa dizer que está tudo pacificado enquanto a violência faz metástase em bairros nobres do Rio de Janeiro, vizinhos da cidadela. Um outro escreve no Twitter que vai pedir ajuda, o que emputece o ministro que fecha a cara porque quer um oficio timbrado, sabe como é, né, ele é o tal Poder.


Para combinar, tudo isso em plenos dias que o Rio de Janeiro tentava ao menos relaxar com seu Rock in Rio que coincidentemente ao momento alguém resolveu que viraria sigla, RiR. Combinando.  Ô mania que esse país tem por siglas!


Não é por menos que sites como o Sensacionalista e seres como o personagem Joselito Muller estão crescendo e se multiplicando. O país virou piada. Mas os maiores humoristas já estão no poder. E pretendem, parece, continuar com suas piadas de péssimo gosto.


Enquanto isso, a mídia a cada dia dá passos mais largos em direção ao empobrecimento geral da nação. E dando “ibope”. Quer um exemplo? Fácil. Vá aos principais portais e veja quais são os fatos mais lidos, aos borbotões. Pensa que é a situação econômica, a falta de remédios – inclusive básicos – nos postos de saúde, a indigência moral e ética? Não!


Com a ajuda dos personagens que a cada dia abrem mais as pernas e a mente de suas vidas pessoais, e fazem questão de dizer se transaram com um, dois ou três, se era grande ou pequeno, que botaram peito ou tiraram peito, se cortaram ou se deixaram, para não citar fatos ainda mais cretinos, esse virou o mundo atual. Todo mundo querendo ser mais “moderno” do que o outro. Mais avançado, mais arrojado, mais up-to-date, com mais seguidores até no inferno.


Um imbecil, o Roger Moreira, que sempre foi até conhecido por seu QI alto, pau grande como sempre fez questão de informar, e até com alguma anterior qualidade musical, aparece para se ultrajar e apoiar a censura, mexendo com uma artista reconhecida da forma mais chula que vi nos últimos tempos, com desenhinho. Até o pequenino sertanejo Zezé resolve declarar que a ditadura não foi “tão ruim assim”. Que tempos tenebrosos.


Legal ser como sou e como sempre fui para poder escrever isso. Quero ver alguém vir me dizer algo ou me chamar de careta, reacionária. Ultimamente, se reclamo dos governos de araque da última década, tenho sido chamada de esquerdinha, vejam só, o que já me faz rir muito com meus botões e história.


Quer saber? Estou farta de oportunistas que pegam assuntos sérios para se promover e acabar ocultando a total falta de qualidade de seus trabalhos. Na música andam brotando em solo fecundado.  Com o episódio do juiz /cura gay é só procurar, que não foram poucos a tratar da questão como se especialistas fossem, pegando o assunto a unha. No palco do Rock in Rio teve disso, teve Fora Temer com direito a brinco e beijo. Façam atenção: cada vez mais rápido eles chegam e vão. Um Ney Matogrosso que há décadas revoluciona, real, com qualidade e cultura, é coisa rara.


Sim, é fundamental dar visibilidade às causas. Mas a todas. Inclusive ao número de jovens que influenciados por ímpetos andaram se operando, fazendo significativas modificações corporais,  e estão por aí arrependidos. Ou doentes por ingestão descontrolada de hormônios. Ou, ainda, arrependidos de terem desenhado seus corpos com desenhos malfeitos e tintas tóxicas. Ou...


O que é importante não é piada, nem se limita a experiências pessoais de famosos, celebridades e subcelebridades.


Precisamos falar sobre isso. Antes que seja tarde demais. E mais do que 15 minutos.

 

 

Marli Gonçalves - jornalista – Rir para não chorar.

Brasil, a caminho do 2018
                                                            www.chumbogordo.com.br




Posts mais acessados