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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Acidentes com animais aquáticos




Professor da Unesp alerta para aumento de incidência no verão

Ouriço-do-mar

O verão faz com que um grande número de pessoas se instale em ambientes aquáticos, devido à busca de atividades de lazer. Estas se somam aos habitantes de áreas de praias, rios e lagos, predispondo acidentes por animais aquáticos. Há anos, Vidal Haddad Junior, Professor Livre-Docente da Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp, procura fazer com que descobertas e tratamentos de primeiros socorros para estes acidentes (por ouriços-do-mar, águas-vivas e caravelas e peixes venenosos como arraias e bagres) sejam passados à população contando com o papel fundamental da mídia no processo.
Estes dados foram obtidos, registrados e organizados de uma forma simples e acessível à população por mais de 25 anos através de atuação direta e folhetos informativos que produzimos (ver exemplo em http://cebimar.usp.br/index.php/pt/com-flippingbook-menu/com-manage-pages-menu/folheto-animais-marinhos-prevencao-de-acidentes-e-primeiros-cuidados.html).
No verão, muitas campanhas são deflagradas prevenindo contra vários problemas, como queimaduras solares, afogamentos, etc., mas praticamente não se fala sobre estas ocorrências, que são comuns em ambientes aquáticos.
O professor está disponível para entrevistas e informações nos seguintes contatos: 14 3880 12 72, 14 3880 12 59 e 14 3880 12 67. E-mail: haddadjr@fmb.unesp.br . Currículo LATTES: http://lattes.cnpq.br/7385129302501798
Entrevista 
1. Quais os animais marinhos mais perigosos das praias brasileiras?
Os animais que podem provocar acidentes nas praias são principalmente os ouriços-do-mar, as águas-vivas e caravelas e alguns peixes peçonhentos como os bagres e mais raramente, as arraias e os peixes-escorpião. Outros peixes podem causar traumatismos graves, como os tubarões, em situações ainda mais raras (com algumas áreas do Brasil sendo exceção, como a região de Recife, em Pernambuco).
2. Como identificar se um animal marinho é peçonhento?
Não há uma regra definitiva. Qualquer pessoa sabe que deve evitar a proximidade de um tubarão, mas algumas águas-vivas são de difícil visualização na água e também podem causar graves acidentes. Uma regra básica é não tocar nenhum animal trazido às praias pelas ondas.
3. Quais os animais marinhos que mais provocam acidentes nas praias?
Em dados obtidos em mais de 25 anos de trabalho na área e obtidos no litoral da região Sudeste (no Pronto-Socorro de Ubatuba, SP) vimos que 2% dos atendimentos foram por animais aquáticos. Os animais causadores foram os ouriços-do-mar (50% de mais de 2500 casos), as caravelas e águas-vivas (25%) e os bagres e arraias (25%). Entre os peixes peçonhentos, a maioria absoluta dos acidentes em humanos é causada por bagres atirados na areia por pescadores de pequenas redes e pisados por banhistas e caminhantes.
4. Como evitar acidentes por águas-vivas?
Nos acidentes por águas-vivas, raramente se vê o animal, que é transparente (a menos que seja uma caravela, que tem uma bolsa flutuadora arroxeada). Quando acidentes deste tipo acontecem, a melhor coisa a se fazer é deixar a água, pois pode acontecer de haver um grande número destes bichos chegando à praia (embora animais isolados possam causar acidentes).
5. Quais as situações que precipitam acidentes por ouriços-do-mar e quais são as medidas de primeiros socorros para um acidentado?
O ouriço-do-mar é recoberto por espinhos. Ele fica em colônias em paredões rochosos ou em pequenas lagoas que se formam nas marés em terrenos pedregosos entre praias. Quando pisados, os espinhos se quebram e penetram profundamente na pele da vítima. O acidentado deve ficar em repouso, evitando pisar sobre a área atingida, o que irá fazer os espinhos penetrarem ainda mais na pele. Deve-se procurar atendimento hospitalar para extração dos espinhos, o que pode ser uma tarefa muito difícil, uma vez que estes se fragmentam.
6. Quais as medidas de primeiros socorros para um acidente por água-viva?
O acidente deixa linhas avermelhadas e dor intensa, correspondentes aos tentáculos dos bichos. A dor é instantânea e violenta. Os tentáculos ainda aderidos devem ser retirados sem usar as mãos nuas e é fundamental o uso de compressas de água do mar gelada ou cold-packs - gelo artificial - (água doce piora o quadro!). Banhos com vinagre ajudam a inativar o veneno.
7. O que é mais perigoso para um banhista: águas-vivas ou caravelas? Como diferenciá-las?
Apesar de ambas pertencerem a um mesmo grupo de animais (cnidários), as águas-vivas são transparentes e raramente são visíveis na água, enquanto que as caravelas apresentam uma bolsa púrpura que flutua cima da linha da água, sendo facilmente avistadas. É importante ainda saber que cnidários permanecem com capacidade de envenenar até cerca de 24 horas fora da água, o que deve ser levado em consideração pela possibilidade de crianças brincarem com animais encalhados nas praias.
8. Em que época do ano caravelas e águas-vivas aparecem mais?
As águas-vivas e caravelas realmente aumentam em quantidade durante o verão, provavelmente devido a épocas de reprodução dos animais e a chegada de correntes frias de alto-mar em nosso litoral (e nesta época os turistas também aumentam nas praias). Os acidentes por ouriços-do-mar também aumentam nesta época, mas somente pelo aumento dos turistas descuidados nas praias.
9. Quais os peixes mais perigosos para os banhistas?
Os peixes que mais provocam acidentes são pequenos bagres atirados na areia e águas rasas por pescadores amadores e que tem veneno ativo em seus ferrões por horas após sua morte. Deve-se tomar cuidado ainda com arraias, que permanecem enterradas na areia e podem provocar acidentes graves através de ferrões presentes na cauda. É importante se ter em mente que todo acidente por peixe tem a dor aliviada por imersão do local em água quente (mas nunca quente demais). Nos rios, os mandis e bagres tem o mesmo papel dos bagres marinhos. Os acidentes por arraias podem ser graves e existem muitos peixes traumatizantes, como as piranhas, pintados, dourados, etc. Acidentes por peixes marinhos e fluviais causam dor e necrose (feridas) na pele.
10. Em que praias aparecem tubarões?
Os acidentes causados por tubarões são raros na costa brasileira e no mundo todo. Na região metropolitana de Recife, no entanto, vem ocorrendo dezenas de acidentes nos últimos anos, provavelmente pela mudança do ecossistema local e do ambiente dos tubarões, que vem se aproximando das praias e vitimando surfistas. Em outros locais do Brasil é muito pouco provável acontecer um acidente.
11. Quais os perigos a que estão expostos os mergulhadores? E os pescadores amadores?
Os mergulhadores estão sujeitos a acidentes com mais espécies de animais perigosos que os banhistas. Por exemplo: o peixe mais venenoso da costa brasileira é o peixe-escorpião, que fica camuflado nos fundos rochosos. Um acidente provoca dor intensa por mais de 24 horas. As arraias também podem causar acidentes, assim como moréias, barracudas e outros peixes grandes. A regra é olhar, mas não tocar, uma vez que quase todo animal marinho possui alguma forma de defesa. Pescadores amadores se acidentam ao retirar peixes venenosos dos anzóis, como bagres ou peixes-escorpião.
13. Quais os cuidados que um banhista deve ter ao nadar nos rios e lagos?
Não há necessidade de cuidados especiais em relação aos animais fluviais. Os acidentes ocorrem principalmente em pescadores, por ferroadas de mandis, mordidas de piranhas, dourados, etc. Nos rios da Amazônia, no entanto, existe um pequeno bagre parasita que pode penetrar na uretra humana (o candiru) e só pode ser extraído através de cirurgia, razão pela qual quem nada nos rios evita urinar na água e usa proteção para impedir a entrada do peixinho. Outro perigo são as arraias de água doce, que ferroam pessoas que as pisam em águas rasas e causam dor e feridas.
14. Os frutos do mar provocam alergia? Qual a gravidade?
Os crustáceos (siris, caranguejos, lagostas, camarões) apresentam pigmentos que podem provocar alergia em humanos com certa frequência. Esta se manifesta por placas avermelhadas e muito prurido (urticária), com ocasionais problemas respiratórios por inchaço na garganta e podem até causar a morte rápida (choque anafilático), de forma semelhante ao que acontece nas picadas de abelhas. Qualquer pessoa que apresente este tipo de alergia deve ser levada ao Pronto-Socorro mais próximo.


7 dicas para diminuir o consumo sal no dia a dia





Reduzir o consumo de sal na alimentação melhora a saúde e ajuda a prevenir doenças cardiovasculares 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, mais de 30 milhões de brasileiros sofrem com hipertensão arterial sistêmica, principal fator de risco que contribui com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O consumo excessivo de sal é considerado um dos principais responsáveis pelo aumento da pressão arterial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seu consumo diário seja de apenas 5 gramas, o que representa 2.000 miligramas de sódio. No entanto, o consumo médio do brasileiro é de 12 gramas por dia.
Para diminuir o consumo de sal no dia a dia, algumas atitudes simples podem ser adotadas. “Saber os mitos e verdades do sal, ler os rótulos dos alimentos e conhecer a quantidade de sódio presente naturalmente nos alimentos ajuda a reduzir a quantidade que você consome. Estudos apontam que até um quarto de todo o sal que uma pessoa consome no dia é adicionado à comida durante o preparo¹”, explica Márcia Gowdak, diretora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Hipertensão.
Para ajudar a atingir essa meta, as indústrias assinaram um acordo com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), criando metas de redução de sódio. “As indústrias vêm cumprindo um papel importante para ajudar a população a diminuir a quantidade de sódio que consome. Algumas opções de temperos e caldos, por exemplo, podem ser encontradas com até 5% menos sódio nas versões regulares e de 25% a 30% menos sódio em linhas especiais”, ressalta Gowdak.
A nutricionista lista algumas dicas simples para diminuir o consumo de sal. Confira:

1 – Retire o saleiro da mesa. Manter o sal longe da vista e do alcance ajuda a reduzir a vontade de acrescentar mais sódio à comida.

2 – Experimente antes de colocar mais tempero à preparação. Muitas pessoas acabam acrescentando o sal antes de provar se o prato está saboroso Isso acontece de forma automática ou por hábito.

3 – Peça comida com menos sal. Quando for comer em restaurantes, solicite que a sua comida seja feita menos salgada.

4 – Cuidado com os alimentos com alto teor de sódio. Bacon, queijos, azeitonas e salame, por exemplo, são alimentos ricos em sal. Prefira incluir no cardápio alimentos como cereais, ovos, frutas, ricota, iogurte e vegetais².

5 – Dê um tempo para seu paladar. As pessoas estão acostumadas com uma quantidade elevada de sal. Ao reduzir, o paladar pode estranhar. Por isso, tente diminuir gradualmente para se acostumar.

6 – Leia os rótulos das embalagens. Isso pode ajudar a escolher os alimentos com menor teor de sódio.

7 – Quando usar temperos em pó ou caldo, não adicione mais sal. Esses produtos já possuem a quantidade suficiente para deixar a comida saborosa, dispensando o uso de mais tempero.

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