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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Dicas financeiras para famílias: como prevenir e combater o endividamento


Especialista em gestão financeira explica como pais, mães e filhos podem se unir para sair do vermelho; dívidas atingem 63,4% das famílias brasileiras


Segundo dados publicados em junho, o total de famílias endividadas subiu para 63,4% em maio de 2019. Essa é a quinta alta consecutiva do indicador, produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em abril, o índice era de 62,7%.

“O endividamento familiar tem várias origens, desde a falta de planejamento, consumo exagerado ou mesmo a falta de renda, por conta do cenário empregatício desfavorável em que vivemos”, explica o coordenador do curso de Gestão Financeira do Centro Universitário Internacional Uninter, Daniel Cavagnari.

Além disso, a cultura e sociedade brasileiras contribuem para o acúmulo de dívidas/débitos. “O brasileiro não tem o hábito de mensurar o valor do próprio dinheiro. Isso significa saber quantas horas precisa trabalhar para adquirir determinado bem ou serviço”, diz.

Outros fatores culturais são o uso de crédito fácil ou oculto, como o limite do cheque especial, que tem juros de cerca de 300% ao ano. Ou ainda o endividamento por meio de cartões de crédito. Ainda segundo os dados da CNC, a maior parte das dívidas familiares (78,6%) foram contraídas dessa forma.
As cinco dicas para sair do endividamento (ou evitá-lo)

1.       Planilha de gastos
“É preciso fazer um diagnóstico de tudo o que é gasto para identificar onde está o problema. Todos os membros da família devem contribuir com essa etapa essencial”, explica.

Até mesmo crianças e adolescentes devem contribuir com o controle de gastos. Os pequenos devem saber o quanto podem gastar e com o quê, além de aprender a anotar em que dispenderam seu dinheiro.
O professor recomenda que essa planilha seja feita mensalmente e também anualmente, para prever gastos sazonais em períodos específicos, como festas de final de ano, aniversários, impostos em geral (como o Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU e o IPVA), entre outros.


2.      Plano de contingência

“Muitas pessoas compram bens, como imóveis ou carros, sem ter um plano caso não possam mais arcar com as parcelas. O contingenciamento é necessário, pois esperar pelo sequestro e leilão do bem é o custo mais alto que se pode ter”, diz o professor.

Como contingenciamento, a família pode fazer uma reserva de emergência, calcular quanto podem sacar do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou ver quem está mais apto a assumir o pagamento. Assim, no caso de uma perda repentina de emprego, não há risco de endividamento.


3.      Mantenha o nome limpo

“Nunca empreste seu nome ou cartão de crédito para familiares ou amigos. Se eles sujaram o próprio nome e bloquearam os próprios cartões, farão o mesmo com você. Aprenda a dizer não a esses pedidos”, defende Cavagnari.


4.      Cartão de crédito sob controle

“Com o cartão de crédito, gastamos sem saber o quanto e só vemos o total quando a fatura chega no mês seguinte. Hoje é difícil viver sem essa ferramenta, mas já temos alternativas ao cartão tradicional do banco”, coloca o professor.

Alguns cartões mais modernos não têm anuidade e sua fatura pode ser acessada a qualquer momento pela internet — no computador ou celular. Outra boa opção é usar cartões de crédito pré-pagos, em que a pessoa primeiro paga e depois usa o cartão.


5.      Cuidado com pequenos gastos

“Hoje é muito fácil desperdiçar dinheiro com besteiras e bugigangas pela internet, pois refletimos menos ao fazer essas compras. Também somos tentados a assinar serviços, os quais usaremos pouco ou quase nada. Ao fim do mês, esses ‘pequenos’ gastos tornam-se grandes”, explica o professor.
Para evitar essa situação, valem as dicas já citadas de criar uma planilha com todos os gastos e controlar o uso do cartão de crédito.





Grupo Uninter 


O papel educativo da Autoridade Nacional de Proteção de Dados



Como a agência reguladora poderá fortalecer a implementação da LGPD


A conectividade e a facilidade de acesso às informações deram origem a um fenômeno recente de produção e intercâmbio de dados em dimensão nunca vista em nossa história. Para oferecer um atendimento personalizado, as empresas passaram a conhecer mais a fundo cada cliente, por meio de tecnologias como Analytics e Big Data, e traçar campanhas mais individualizadas, demandando cada vez mais o acúmulo de informações. A nova realidade assustou e deixou clara a necessidade de proteger os “dados pessoais” contra seu uso indevido e não autorizado.

Atenta a essa discussão, o Brasil sancionou, em agosto de 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), de número 13.709/2018, que regulamenta o uso, a proteção e a transparência de dados pessoais no País. O marco regulatório determina como as informações dos cidadãos podem ser coletadas e tratadas, prevendo as devidas punições em casos de infração.

Como os dados ficam nas instituições e empresas, são elas que devem cumprir a lei, tendo o zelo necessário para divulgar e usar essas informações. A nova lei sinaliza que três áreas das organizações são responsáveis pelo cuidado especial com os dados: tecnologia da informação, gestão e compliance. A LGPD define que empresas que infringirem as normas poderão sofrer penalidades que variam de advertência até suspensão das atividades, processo judicial e, se for o caso, multas altíssimas por cada transgressão.

Segundo o Gartner, menos de 30% de todas as organizações sujeitas à LGPD estarão completamente em conformidade até 14 de agosto de 2020. Por isso, a necessidade de um trabalho educativo que estimule as empresas a avaliarem, o quanto antes, seus métodos de coleta e curadoria de dados e supervisão, para que possam desenvolver políticas de retenção de dados mais eficazes, dentro do prazo.

Acreditamos que a LGPD ganhará ainda mais força com a criação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), essencial para fiscalização adequada do cumprimento da nova lei. Sem essa autoridade, seria bastante complicado monitorar e punir eventuais desvios. Mais importante ainda será o papel que a entidade terá na divulgação e esclarecimento de dúvidas, bem como na orientação que prestará às empresas. A ANPD terá um papel educativo, na medida em que poderá estabelecer diretrizes claras a todos que estão sujeitos à nova lei.

Para que cumpra efetivamente seu papel, é fundamental que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados tenha autonomia técnica, o que fortalece a sua presença e garante a imparcialidade necessária para atender às regras da LGPD.

Outro ponto que deve ser observado é a diversidade de perfis dos membros que compõem a ANPD. Associada à autonomia técnica, a diversidade contribui para que a autoridade seja utilizada apenas para fins de educar e fiscalizar os temas relacionados à proteção de dados, garantindo aos usuários que se sentirem prejudicados o acesso rápido e simples para realização da denúncia. Dessa forma, a investigação ocorrerá de forma célere, permitindo aos usuários acompanhar o andamento de suas reclamações.

Para o sucesso da atuação da ANPD, não basta que a agência reguladora aplique as penalidades, mas que realmente obrigue as empresas a pagá-las. Este é um tema bastante complexo, já que envolve outros atores (como o Judiciário) e a possibilidade de recursos, porém é algo que deve estar no radar da autoridade e do Poder Executivo.

Certamente os primeiros anos serão de muito trabalho para os membros da ANPD, que deverão, além de educar as empresas na forma correta de tratar os dados, atender aos anseios da sociedade na investigação e eventual punição (rápida) de desvios.

Para as organizações, uma boa dica é a criação de um ecossistema de inovação, que tenha interface com as plataformas de gerenciamento de consentimento, que podem aprimorar a experiência do usuário e aumentar o número de consumidores que aceitem ser contatados. O tempo é curto, os desafios são diversos e as oportunidades estão à disposição para quem realmente queira investir em soluções de ponta, que garantam conformidade e eficiência. Segundo o Gartner, “é melhor ter uma pequena lista de consumidores engajados do que grandes quantidades de dados não inteligentes”.




André Fernandes - Gerente de Engenharia de Soluções da NICE

Como fugir dos erros de português no currículo


Emprego do verbo ‘haver’ e uso do plural ainda confundem muitos estudantes



Uma das formas mais comuns de perder pontos importantes em um processo seletivo para uma vaga de estágio é cometer falhas na utilização da língua portuguesa, principalmente na hora de montar o currículo. Independentemente do erro, muitos recrutadores encaram a situação como desatenção ou falta de domínio do idioma, o que pode prejudicar os estudantes.

“O currículo precisa reunir informações claras e diretas sobre qualificação profissional, formações complementares e experiências profissionais anteriores. Para isso, a utilização de maneira correta da nossa língua é fundamental”, pontuou a supervisora de Desenvolvimento Humano e Organizacional do CIEE, Juliana Malaquias.

O emprego do verbo ‘haver’ costuma confundir muita gente. Segundo a norma culta da língua, ele não deve ser conjugado no plural quando utilizado no sentido de existir. Portanto, ‘há uma questão’, ‘havia duas questões’ e ‘haverá três questões’. Outro escorregão recorrente é separar sujeito e verbo por vírgula. Sentenças como “Minha formação anterior, trouxe uma experiência diferente” estão erradas.

Por fim, vale ter atenção redobrada com o plural. Por exemplo, ao escrever uma mensagem de e-mail encaminhando o currículo e uma carta de recomendação do gestor anterior, é preciso que o verbo vá para o plural: “Seguem documentos em anexo”, e não “Segue documentos em anexo”.

“Recomendamos que o estudante releia o currículo e caso as dúvidas persistam, vale recorrer à ajuda de amigos ou familiares. Cursos online gratuitos do CIEE Saber Virtual, que podem ser acessados após cadastro no Portal CIEE, também são ótima opção para tirar dúvidas. O importante é ter um currículo livre de erros que podem custar uma oportunidade no mundo do trabalho”, concluiu Juliana.






CIEE


EFD-Reinf: Avalara alerta para novos registros a partir de 2020


Soluções de tecnologia e processo de adequação antecipado podem evitar multas

Como muitos sabem, EFD-Reinf significa Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais e trata-se do mais novo módulo do Sistema Público de Escrituração Digital, também conhecido como SPED. O sistema deve ser utilizado pelas pessoas jurídicas e físicas, em complemento ao Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, o eSocial.
A questão é que, a partir de janeiro de 2020, os contribuintes da EFD-Reinf deverão adotar a versão 2.0 do sistema, aprovada por meio do Ato Declaratório Executivo COFIS nº 10/2019. “A versão em questão apresenta eventos nos quais as informações que substituirão a DIRF serão escrituradas, ou seja, as retenções de Imposto de Renda, pessoa física e jurídica, e as contribuições sociais retidas na fonte, como PIS, Cofins e CSLL”, explica Trícia Braga, diretora de conteúdo da Avalara Brasil. Isso quer dizer que o registro R-2070, que foi removido da EFD-Reinf na versão 1.4 com o objetivo de ser remodelado para ser reintroduzido no segundo semestre de 2018, não chegou a entrar em produção e nunca será entregue, dando lugar aos registros dos eventos R-4000.
Dessa forma, assim que entrar em vigor a versão 2.0 da EFD-Reinf, o contribuinte deverá ficar atento à criação dos seguintes eventos:

●      R-4010 – retenção na fonte de Pessoa Física
●      R-4020 – retenção na fonte de Pessoa Jurídica
●      R-4040 – pagamentos a beneficiários não identificados
●      R-4098 – reabertura dos eventos periódicos série 4000
●      R-4099 – fechamento dos eventos periódicos série 4000
●      R-9002 – informações de bases e tributos por evento (retenção na fonte)
●      R-9012 – informações consolidadas de bases e tributos (retenções na fonte)

Seguem algumas dicas para isso:

Apoie-se em soluções de tecnologia - Especialistas da Avalara são unânimes em afirmar que nesse momento de atualização do EFD-Reinf, a recomendação é investir na adoção de tecnologias adequadas, que tendem a facilitar todo o processo. “É possível se beneficiar de ponta a ponta, desde a geração das informações tributárias até a validação dos dados, com especial atenção, por exemplo, ao saneamento de cadastros e à parametrização das regras tributárias, possibilitando, ao final, a total integração das informações na escrituração dos eventos exigidos em compliance”, ressalta Trícia.

É possível prevenir multas - O contribuinte que deixar de apresentar a EFD-Reinf no prazo fixado ou que fizer a entrega com informações incorretas ou faltantes será intimado a apresentar a declaração original, prestar esclarecimentos e/ou ficará sujeito às seguintes multas, que variam de acordo com a penalidade e a categoria do contribuinte. “Sempre que as empresas passam por algum desconforto com a Receita Federal, os prejuízos são sentidos diretamente no caixa da companhia e no andamento dos trabalhos da equipe interna. Então, para evitar transtornos, nossa recomendação é que se inicie imediatamente o projeto de saneamento das informações constantes no ERP, que darão a oportunidade de identificar e tratar as possíveis falhas nos processos e testar a geração das informações na solução fiscal. A ideia é que o contribuinte inicie 2020 com a operação em perfeito funcionamento”, finaliza.




Avalara, Inc.



O atual cenário do setor cafeeiro brasileiro


O Brasil é o maior produtor mundial de café e, só em maio deste ano, bateu um novo recorde mensal em termos de volume. Foram 3,5 milhões de sacas, segundo dados do Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. Um dos maiores obstáculos que os cafeicultores têm enfrentado são os altos custos de produção, que estão acima do preço de venda na maioria das origens produtoras, o que agrava a situação econômica das regiões cafeeiras, tornando incerta a oferta futura de café aos consumidores.

O mês de maio foi marcado pela forte variação nos preços do café arábica. Após o considerável recuo em seu início, com as cotações marcando os menores preços desde novembro de 2013 (fruto da deflação pelo IGP-DI de abril 2019), o fim do período teve forte recuperação nos preços domésticos, reflexo da alta expressiva dos futuros da variedade. Esta instabilidade é um dos fatores que assombra o cafeicultor.

Com grande destaque no cenário global, o cafeicultor brasileiro está diante de uma das piores quedas de preço do café nas últimas décadas e está em busca de soluções sustentáveis para evitar a crise.

Recentemente, representantes da produção cafeeira dos maiores países produtores de arábica do mundo – Brasil e Colômbia – uniram forças para buscar soluções a esta persistente crise e uma das ações propostas pelo grupo é aproximar produtores e consumidores finais, agregando valor na origem. Segundo eles, será possível distribuir melhor a riqueza gerada ao longo da cadeia produtiva, trazendo mais sustentabilidade aos produtores. Todas as intenções do grupo serão detalhadas entre 10 e 11 de julho, durante o II Fórum Mundial dos Produtores de Café, em Campinas (SP).

Como um dos apoiadores dessa aliança Brasil-Colômbia, o Fórum Mundial trará o resultado do estudo "Análise Econômica e Política para Melhorar os Rendimentos dos Produtores de Café", elaborado pelo professor e economista da Universidade de Columbia, Jeffrey Sachs. Mais informações no site wcpf2019.com.br .

Treinamento ou gerenciamento? Aprenda a identificar a raiz do problema no atendimento ao cliente


Vocês precisam treinar melhor seus funcionários ”, bradam os clientes indignados. Esta é uma manifestação muito comum por parte deles quando recebem um péssimo atendimento. Ou seja, para muitos clientes, o treinamento resolve os problemas advindos de um atendimento ruim. Será mesmo?

O que é mais interessante, porém, é o fato de que não apenas clientes pensem assim, mas dirigentes de muitas empresas fazem discursos semelhantes, achando que um treinamento mais intensivo irá resolver as difíceis situações que envolvem as relações com os clientes.
Para ilustrar melhor essa questão, quero reproduzir aqui uma reclamação que saiu em um jornal diário. Ela é bem didática para o que pretendo discutir. Claro, omitirei nomes verdadeiros, inventando fictícios, tanto da pessoa, quanto da empresa envolvida. Vamos lá.
“Em 26 de maio, viajei de Florianópolis para São Paulo em um voo da XYZ Linhas Aéreas. Ao passar pelo check-in, no aeroporto de Florianópolis, perguntei a um funcionário da companhia se poderia sentar-me ao lado de dois amigos que estavam no mesmo voo. O rapaz, muito mal-educado, respondeu que o momento não era propício para a pergunta. Reclamei com a supervisora da XYZ, que me deu uma folha de papel em branco e pediu que eu registrasse a queixa. Segui a orientação e coloquei meu telefone no final da carta. Mas, para minha surpresa, recebi uma ligação do funcionário que reclamei. O rapaz me agrediu verbalmente e disse que minha queixa o prejudicou. Indignada, enviei um e-mail à XYZ relatando o ocorrido, mas a empresa disse apenas que o caso foi encaminhado à supervisão. Lívia Skedrun. Relações Públicas – Capital”.
Vejam a resposta que o jornal obteve da empresa e o comentário da passageira: “A XYZ Linhas Aéreas informa que investe todos os seus esforços e finanças para oferecer o melhor treinamento aos seus funcionários. A companhia afirma que o comportamento do funcionário citado por Lívia Skedrun não é comum em seu quadro funcional. A empresa acrescenta que já tomou as medidas cabíveis em relação ao atendente. Lívia Skedrun diz que a XYZ deveria investir mais no treinamento de seus funcionários para evitar que casos como esse se repitam”.
Não vou aqui nem me prolongar no fato do funcionário em questão estar com o telefone da passageira e haver ligado para ela, o que denota uma falha gravíssima no trato e nos procedimentos quanto às reclamações dos passageiros. Lamentável!  
Notem que curioso.  Não apenas a empresas enxerga o treinamento como base para um atendimento eficaz, mas a própria passageira, vítima do infortúnio, manifesta e recomenda à empresa que invista mais em treinamento para que situações como essa voltem a acontecer!
Qual o poder de um treinamento? Treinamento é uma ferramenta de aprendizado que tem sua eficácia comprovada quando se destina a transmitir um conhecimento específico ou uma habilidade determinada. Porém, a experiência tem demonstrado ser pouco eficaz no campo da transmissão de atitudes e de comportamentos esperados.
Convido o leitor para fazer o seguinte exercício. Vamos supor que em vez de a nossa passageira Lívia fosse a esposa de um diretor da própria XYZ que estivesse embarcando e ela fizesse ao funcionário (que sabia antecipadamente quem era a ilustre passageira à sua frente) a mesma solicitação de mudança de assento na aeronave, qual você acha que seria a atitude desse funcionário? Atenderia prontamente e com muita simpatia a solicitação, seria a sua resposta, não é mesmo? Bem... então o problema não foi de conhecimento e nem de habilidade de atendimento. O funcionário sabia atender bem. Ele apenas não viu necessidade dessa prática com a passageira Lívia, ou melhor, ele não quis atender bem. Então, o problema não está em “saber”, coisa que o treinamento resolve, mas em “querer”, coisa que o treinamento não resolve. 
Essa questão ou diferença é bem sutil, mas é importante o seu entendimento. Como eu disse, não me importo muito quando os clientes atribuem às deficiências de treinamento diante de um atendimento ruim, porém me incomoda muito quando gestores insistem nesse discurso. O problema não está no treinamento ou na falta dele, mas na forma como as operações que envolvem clientes são gerenciadas. Algum gestor estava preocupado quanto a forma com que os passageiros estavam sendo tratados?  Se a passageira não tivesse reclamado, algum gestor teria se importado com as atitudes do funcionário? Haveria alguma consequência em se atender mal? Um atendimento nota dez e um nota dois faria diferença para o gestor?
Está evidente que o caso aqui relatado mostra claramente um problema de gestão e não uma deficiência de treinamento. Quem faz um funcionário “querer” atender bem é um gestor engajado e comprometido com a excelência em serviços e que faz o seu papel, não apenas olhando para o resultado final, mas se importando muito com a forma de como esse resultado está sendo construído! 



Paulo Cesar Silva - consultor de empresas na área de gestão de serviços e excelência na satisfação do cliente da Mais Cliente. Professor da ESPM, atuou por mais de vinte anos nas áreas de vendas e marketing em funções gerenciais de empresas como: Xerox do Brasil, Kodak, Pantanal Linhas Aéreas, etc. Foi aluno e pesquisador do Núcleo de Análise Interdisciplinar de Política e Estratégia da USP. Foi vice coordenador do Ciclo de Estudos de Política e Estratégia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, da qual é membro. É pós-graduado pela ESPM. Mais informações:  http://maiscliente.com.br


Funcionários endividados têm menor produtividade no trabalho, mostra pesquisa


 80% dos trabalhadores brasileiros enfrentam dificuldades financeiras; endividamento diminui produtividade das empresas em 15%

Um profissional deve deixar os problemas pessoais do lado de fora da empresa que trabalha. Certo? Errado. Com o aprofundamento da crise no país, muitas empresas se depararam com funcionários desconectados da rotina profissional e o principal motivo é preocupação com dívidas, nome sujo ou acúmulo de contas. De acordo com dados da The Employer´s Guide to Financial Wellness - EUA, o endividamento dos profissionais diminui a produtividade em 15%, refletindo também na saúde financeira das empresas.

Neste cenário, algumas ideias de negócio já surgem no mercado e propõem não só tirar o profissional do vermelho, mas também torná-lo um poupador. A H3R - empresa brasileira que oferece soluções financeiras para CLTs - tem como principal objetivo orientar trabalhadores que têm pouco acesso à tecnologia a terem uma vida financeira equilibrada. A empresa atua por meio de crédito consciente e produtivo, com taxas personalizadas ao perfil do funcionário, e educação financeira - consultorias.

“O conceito de crédito consciente deve ser aplicado com o seu uso planejado, com propósito e educação financeira, fomentando o empreendedorismo e evitando o endividamento excessivo. O Brasil vive uma crise econômica em que os principais prejudicados são os trabalhadores e a H3R propõe ajudar a resolver esses problemas financeiros para que todos os lados se beneficiem”, destaca Fernando Ferraz, sócio-fundador da H3R.


80% dos trabalhadores brasileiros enfrentam dificuldades financeiras

A H3R já emprestou meio bilhão de reais e atualmente é fomentada pelo FIDC NeoCred - focado apenas em operações de empréstimos para funcionários de empresas privadas. Fundada em 2005, a empresa se tornou o braço direito dos RHs, atuando como consultora e ajudando a resolver os principais problemas dos funcionários com o orçamento doméstico. Estima-se que mais de 80% dos trabalhadores brasileiros enfrentam dificuldades financeiras, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Para Fernando, RHs enfrentam dificuldades para reconectar profissionais com o trabalho em razão do acúmulo de dívidas e problemas financeiros. “O aumento das dívidas é um problema comum entre os trabalhadores brasileiros e não deve ser ignorado. Consome o tempo e a energia das pessoas e é por isto que oferecemos não só o crédito consciente e personalizado para sair do vermelho, mas também educação financeira de como melhor utilizar este benefício. Trabalhamos para que o colaborador não volte a ficar endividado e comece a criar uma cultura de poupar com consciência”, finaliza Fernando.





H3R 


Reflexão necessária


Reforma tributária requer cuidados para não prejudicar recuperação econômica, produtores e compradores de imóveis

As projeções para a taxa de crescimento do PIB neste ano já caíram de 2,5% para 0,9%. E poderão cair ainda mais, se não se restabelecer a confiança dos investidores. Para tanto, só a reforma da Previdência não basta.

Por isto, a próxima medida do governo, a reforma tributária, será estratégica. Terá sucesso se conseguir aliviar efetivamente a carga tributária que hoje recai sobre a produção, e simplificar o sistema de arrecadação. Atrairá investimentos se proporcionar mais racionalidade ao cipoal de impostos, taxas e contribuições, e arejar o ambiente de negócios.
Para tanto, é preciso muita atenção. Os princípios da reforma em estudos no governo vão na direção correta, mas exigirão sensibilidade, pois não se pode nivelar tributariamente atividades tão díspares como produção de aplicativos, fabricação de sapatos e edificação de empreendimentos imobiliários.

Esta sensibilidade é requerida no caso da construção. O PIB deste setor caiu 2,2% no primeiro ao primeiro trimestre de 2018 – sendo esta a 20ª queda consecutiva da atividade. Em vez de crescer 2%, a construção projeta aumento de mero 0,5% neste ano, alavancada apenas por obras de reformas e autoconstrução que não geram emprego formal.

Uma vez que mais da metade dos investimentos no Brasil passam pela construção, estas quedas impactam diretamente o resultado já pífio do PIB nacional. Portanto, elevar a carga tributária da construção travará o setor ainda mais e tolherá o crescimento da economia como um todo.

Hoje a produção imobiliária é baseada em SPEs (Sociedades de Propósito Específico), quando duas ou mais empresas se juntam para edificar um empreendimento. A tributação desta produção é simplificada por meio de um RET (Regime Especial Tributário). Para dar segurança jurídica ao investidor, utiliza-se o Patrimônio de Afetação, blindando cada unidade do empreendimento de eventuais problemas que a SPE venha a sofrer durante a construção. Além de estimular os investidores, este modelo proporciona segurança jurídica aos bancos que financiam a produção e a comercialização imobiliária.

Se a reforma tributar indiscriminadamente os lucros, haverá dupla tributação, da SPE para a contratante principal, e desta para seus sócios e/ou acionistas. Isto obrigaria os investidores a elevarem a taxa de retorno, elevando preços e inviabilizando negócios. Fundos estrangeiros ansiosos por investir no setor desistiriam de seus projetos.

Também não sobrariam recursos para investir no aumento da produtividade, contrariando os anseios do setor da construção e da equipe econômica.

A produção imobiliária seria ainda mais abalada se o governo levar adiante a intenção de acabar com todos os RETs. O aumento da tributação derivado desta medida acabaria sendo repassado aos preços dos imóveis, restringindo o universo de compradores e gerando sucessivas quedas do PIB da construção.

Pagamento via QR Code é a aposta do varejo para um futuro próximo, afirma estudo da SBVC


Levantamento mostra que 82% dos varejistas pretendem oferecer QR Code como meio de pagamento nos próximos 12 meses

Cartões de crédito e débito, ao lado do dinheiro, são onipresentes no varejo brasileiro. Com a digitalização da sociedade, porém, novos meios de pagamento vêm ganhando espaço. Do uso de aplicativos aos QR Codes, passando por carteiras digitais, biometria, dispositivos contactless e wearables, novas possibilidades se abrem, com foco na conveniência dos clientes. Segundo o estudo “Meio de pagamento: QR Code – Na visão dos consumidores e das empresas varejistas”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e pela AGP Pesquisas, 82% dos varejistas pretendem adotar aplicativos e QR Codes como meios de pagamento nos próximos 12 meses.

“O uso de aplicativos e de QR Codes abre para o varejo possibilidades inéditas de interação e conhecimento dos clientes. Em uma economia cada vez mais movida a dados, isso é fundamental”, afirma Eduardo Terra, presidente da SBVC. O estudo mostra que pagamentos via App (24%) e Qr Code (17%) já aparecem com números significativos como meios de pagamento usados em lojas físicas. No estudo “Novos meios de pagamento”, realizado pela SBVC em 2018, pagamentos via App apareciam com apenas 4% e QR Code sequer obtiveram respostas. “A relevância do meio de pagamento é muito mais cultural do que tecnológica e a sua evolução dependerá do comportamento das próximas gerações (nativas digitais) e de sua aceitação de meios de pagamento mais convenientes, integrados ao smartphone ou a wearables”, explica Terra.

O estudo verificou que, apesar da utilização de QR Codes por parte dos consumidores, o varejo ainda não adotou esse recurso. As principais barreiras apontadas são a pouca utilização pelo mercado (50%), por ser de difícil implementação (25%) e a falta de informação (25%). Para superar essas barreiras, o varejo e os provedores de soluções de pagamento devem investir na expansão da rede de lojas que aceitam esses meios de pagamento. Estimular a utilização, incorporando benefícios como descontos e pontuação em programas de fidelidade, fará com que as barreiras do desconhecimento e da desconfiança sejam derrubadas. “Consumidores que não têm o hábito de comprar online têm menor propensão a adotar meios de pagamento mais inovadores. O momento ainda é de desenvolvimento do mercado e, por isso, o foco no público mais digitalizado tende a oferecer um melhor retorno”, analisa o presidente da SBVC


Metodologia

O estudo ouviu os mais importantes segmentos do varejo nacional, entre eles Supermercados, Moda, Eletromóveis, Lojas de departamento e Foodservice. Também foram entrevistados 500 consumidores em todo o país, sendo que 91% deles costumam fazer compras online. O estudo teve como objetivo quantificar aspectos relacionados à utilização dos meios convencionais e eletrônicos de pagamento, aprofundando meios de pagamento aceitos pela loja física e online, hábitos de pagamentos dos consumidores e pagamentos via QR code na visão das empresas e dos consumidores.

A íntegra do estudo está disponível no site da SBVC: http://sbvc.com.br/qrcode/



A importância de dar e receber um bom feedback


  Por meio dessa ferramenta são realizados o direcionamento e ajuste de habilidades de qualquer ser humano em qualquer estágio da vida


O feedback, resposta dada a uma ação, uma espécie de avaliação de alguma tarefa realizada, é essencial para aprimorar uma relação, no âmbito pessoal e, principalmente, na esfera profissional. De acordo com a psicóloga Fernanda Tochetto dar ou receber feedback é uma das atividades mais delicadas e importantes que podem ser realizadas por pessoas que convivem. “Isso porque é através dessa ferramenta que ocorrem grandes construções, assim como, são realizados o direcionamento e ajuste de habilidades de qualquer ser humano em qualquer estágio da vida”, explica Tochetto.

De acordo com a psicóloga, o feedback é relevante e transformador para as duas pontas do processo, ou seja, tanto para o emissor quanto para o receptor. Quem fornece a avaliação tem mais chances de obter uma evolução no resultado referente às tarefas que foram designadas. Já quem é avaliado, tem a oportunidade de adquirir um melhor entendimento do ambiente externo e, se for o caso, introduzir um nova maneira de executar as atividades, a fim de que elas sejam mais bem-sucedidas.


Dar o bom feedback

Conforme Tochetto, é muito comum que as pessoas evitem dar feedback sob o pretexto de pouparem o outro de opiniões possivelmente constrangedoras e desagradáveis, evitando assim o desgaste da relação. Para a psicóloga, ao fazer isso, adota-se uma postura duplamente limitante.  “Além de restringir o acesso do outro a informações relevantes, limita-se o direito de expressar-se livremente”, explica.

Nesse sentido, muito melhor do que evitar o feddback, é escolher com cuidado o que se diz. Segundo a psicóloga, para isso é necessário exercitar a empatia: colocar-se no lugar do outro, procurando o melhor momento e as palavras mais adequadas para se expressar. Para Tochetto, a avaliação deve ser feita após um processo de observância, análise, ponderação e compreensão. “Quando se entende o que vê, ouve e sente no ambiente, gera-se compreensão através da empatia”, destaca.

“O bom feedback abre a aceitação do outro para o que está sendo transmitido, estreitando a relação. Por sua vez, o mau feedback faz com que o outro se feche, proteja-se e, finalmente, afaste-se”, afirma a psicóloga. Tal diferenciação é importante, pois, conforme Tochetto, o feedback deve ter como meta um efeito positivo, acarretando melhorias no modo de fazer determinada tarefa ou até mesmo mudanças drásticas no jeito de realizá-la, tornando o processo inovador.

A psicóloga ressalta ainda como muito importante para que o feedback seja efetivo, o exemplo dado por quem avalia.  Conforme Tochetto, o modo como a pessoa age, o que ela faz, quem ela é, inspira os demais, criando um efeito cascata de bons hábitos e boas relações. “Comece inspirando o ambiente através do seu comportamento e o processo de mudança será mais fácil de ser aplicado”, diz.

A melhor maneira de receber o feedback
O termo feedback causa pânico em muitos, que associam a palavra a algo danoso. Afinal, as pessoas buscam por aprovação e reconhecimento, não querem errar e, na iminência de um julgamento, acabam se cobrando demais.

Contudo, de acordo com Tochetto, em algum momento o feedback passará pela vida das pessoas, que precisam estar preparadas para recebê-lo, sem ficar presas aos sentimentos de medo e rejeição, tornando, dessa forma, o processo especial e desafiador. Nesse sentido, a psicóloga oferece algumas dicas para que as pessoas, principalmente em ambientes profissionais, recebam o feedback da melhor maneira possível.

Faça uma autoavaliação – analise seus pontos fortes e os pontos que precisam ser melhorados. “Observe o ambiente e perceba o que mais ele necessita além do que você já está entregando”, diz Tochetto.

Reflita sobre as suas metas – pense a respeito do seus objetivos, do lugar onde você deseja chegar. “Isso irá ajudá-lo a ter clareza sobre seu desempenho profissional e seu trabalho em equipe”, destaca a psicóloga.

Não se justifique – permita-se ouvir. Perceba o que está sentindo enquanto recebe o feedback e entenda como essas emoções influenciam a sua entrega no dia a dia.

Reflita sobre o que foi dito – não é necessário solucionar as novas questões imediatamente. É preciso apenas perceber o que mudou ao redor e agarrar a oportunidade de fazer de uma maneira mais eficiente e eficaz. “Por isso, pense bem sobre o que foi dito, tornando-se responsável sobre tudo que é impactado por você no ambiente”, conclui Tochetto.

A inconstitucionalidade da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins e o efeito para os contribuintes



Na o último dia 04 de junho, o Ministério Público, representado pela Procuradora Geral da República Raquel Dodge, manifestou-se através de protocolo o parecer nos embargos de declaração do recurso extraordinário 574.706PR. O recurso apresentado pelo Fisco, visa a reversão da decisão que reconheceu a inconstitucionalidade da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins e primordialmente, a modulação dos efeitos da decisão.

No tangente à modulação dos efeitos, opinou a procuradora pelo efeito “ex tunc”, ou seja, efeito para o futuro, para que os resultados da decisão sejam aplicados após o julgamento dos embargos de declaração, barrando deste modo, a devolução dos valores pagos indevidamente pelo contribuinte nos últimos cinco anos.

De acordo com Procuradoria Geral da República, a não modulação dos efeitos poderá acarretar um alto custo para o Poder Público que terá que restituir os últimos cinco anos do imposto pago indevidamente pelo contribuinte, com as devidas correções.

Cumpre ressaltar que a opinião da Procuradoria Geral da República não é absoluta, e depende necessariamente da análise pelos ministros do Superior Tribunal Federal (STF), bem como a jurisprudência da Corte.

Importante frisar que os contribuintes não devem se ater somente a opinião da PGR, tendo em vista que a mesma foi contrária a decisão favorável do STF que decidiu pela exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins.

Desta forma, pelo histórico e desdobramento da questão, a Procuradoria Geral da República se pronunciou contrariamente à tese apresentada por diversas vezes, sendo que a procedência do pedido prevaleceu pela Suprema Corte, o que indica que o acatamento do parecer seja rechaçado, uma vez que não estão presentes os requisitos para a modulação dos efeitos.

Juridicamente, até o julgamento dos embargos de declaração, os contribuintes que se enquadrarem no pagamento indevido do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins, devem ajuizar a ação o quanto antes, de modo a evitar que eventual modulação afete a restituição dos valores pagos indevidamente nos últimos cinco anos.





Mayara Mariano - advogada e sócia do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados


O risco cibernético é um ‘problema de saúde pública’ e não como um problema técnico, alerta especialista americano


Dale Nordenberg defende que o risco de segurança cibernética para os pacientes deve ser tratado como qualquer outro risco de segurança dos pacientes

A tecnologia tem sido um grande braço no avanço da medicina, mas especialistas alertam que o setor da saúde precisa se preparar para os ricos cibernéticos que surgem junto com ela. Esse tema será alvo das principais discussões da próxima conferência internacional Cyber Security Summit Brasil, que acontece entre os dias 25 e 26 de julho, em São Paulo.

Dale Nordenberg, co-fundador e Diretor Executivo do Consórcio de Inovação, Segurança e Segurança de Dispositivos Médicos (MDISS) e CEO da Novasano Health and Science nos Estados Unidos - convidado também para participar da conferência -, adianta um pouco o assunto e defende que o primeiro passo para melhorar a questão da cibersegurança na medicina é conscientizar as instituições sobre os reais riscos. Para ele, agências de saúde pública deveriam promover o risco cibernético como um "problema de saúde pública" e não como um problema técnico. De acordo com Dale, isso garantiria que as partes interessadas fossem mobilizadas, os dados fossem coletados e compartilhados de maneira segura, a educação e o treinamento da força de trabalho progredissem, as melhores práticas fossem desenvolvidas e verificadas como eficazes, a política pública fosse implementada e houvesse avaliação contínua do risco como um todo.

A Dra. Priscila Raupp da Rosa, Médica do Núcleo de Telemedicina do Hospital Sírio-Libanês e também convidada para falar no Cyber Security Summit Brasil, explica que o assunto vem sendo debatido nos hospitais brasileiros nos últimos 10 anos e se intensificou após os episódios do WannaCry e Petya (2017 e 2018, respectivamente). “O Brasil entendeu que essa é uma ameaça real e muitos hospitais, inclusive públicos, estruturaram comitês para gestão de riscos da informação. A informatização dos sistemas de prontuário eletrônico, embora em muito já tenha avançado na última década, ainda não atinge 100% dos hospitais, clínicas e consultórios e isso justifica porque a comunidade médica ainda não incluiu atitudes para segurança de dados nos preceitos de Boas Práticas Clínicas”.

A médica lembra que a Lei Geral de Proteção de Dados, que entrará em vigor em agosto de 2020, é uma prova de que o Brasil está atento e preocupado com a ação de hackers, mas não é o bastante. “É uma preocupação dos hospitais, mas ainda não é uma cultura da comunidade médica, precisamos divulgar e implementar ações para conscientização dos profissionais de saúde”.

De acordo com a Dra. Priscila Raupp, o sequestro e divulgação do prontuário eletrônico do paciente é o risco cibernético mapeado pelos hospitais brasileiros. Mas existem ainda outras ameaças que colocam em risco a vida do paciente, como, por exemplo, a invasão de bombas de infusão de insulina, bombas de infusão de medicamentos endovenosos em unidades de terapia intensiva, podendo administrar doses letais ou até mesmo descarregar a bateria de uma marca-passo cardíaco levando à cessação de seu funcionamento. 

Outros riscos em evidência seriam com os IoT’s (mais conhecido como Internet das Coisas), que vem ganhando cada vez mais espaço em equipamentos médicos, com o objetivo de trazer benefícios, como, por exemplo, a possibilidade de monitorar o paciente em tempo real, dispondo a informação de seus sinais vitais para seus médicos que está à quilômetros de distância e fornecendo alertas ao paciente em situação de piora do quadro clínicos. “No entanto, oferece risco ao transmitir dados e comandos, muitas vezes não criptografados, usando uma rede wireless”, acrescenta a médica.

Para Nordenberg, o grande perigo está em lidar com desconhecido. “Não se pode gerenciar o 'desconhecido', expressa o especialista. Dale ainda lista as principais brechas encontradas, que causam grandes estragos: Dispositivos médicos sem patches; Senhas fixas para dispositivos médicos que fornecem acesso ao dispositivo; Falta de vigilância cibernética em tempo real de dispositivos médicos; Incapacidade de executar vigilância cibernética em muitos hospitais e empresas de prestação de serviços de saúde; além da falta de tomada de decisão baseada em evidências. Esse último estaria relacionado à necessidade de desenvolver ou amadurecer os dados e a ciência da informática e os métodos epidemiológicos para melhor compreender e administrar esse risco para a saúde.

O especialista explica que, na saúde, o risco de segurança cibernética para os pacientes deve ser tratado como qualquer outro risco de segurança do paciente. Requer uma definição clara, uma base de evidências, criação de programas para detectar o risco, programas que forneçam intervenções para mitigar o risco e, finalmente, os programas de avaliação para apoiar a melhoria contínua desse processo geral.

Dale conclui: “Todo paciente tem o direito de ser exposto a dispositivos médicos que foram otimizados para confidencialidade, integridade e disponibilidade de dados e funcionalidade”.

Setor solar fotovoltaico vai gerar 672 mil empregos com manutenção do marco regulatório


Para a ABSOLAR, geração distribuída é um dos melhores investimentos que o País pode fazer para ampliar as ofertas de trabalho

A energia solar fotovoltaica em telhados, fachadas e pequenos terrenos é uma forte locomotiva de crescimento econômico e um dos poucos setores com potente geração de empregos de qualidade no Brasil.

Segundo estudo divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), caso as regras vigentes para a geração distribuída sejam mantidas, conforme a Resolução Normativa nº 482, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que permite aos consumidores gerar e consumir a sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis, o Brasil poderá ter um incremento de mais de 672 mil novos empregos nos segmentos de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica até 2035.

Até o final de 2018, a microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica já gerou mais de 20 mil empregos no País, espalhados por todo o território nacional, de acordo com mapeamento da ABSOLAR. A estimativa para 2019 é de que, dado o intenso interesse da sociedade na tecnologia, o segmento adicione mais de 15 mil postos de trabalho.

Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, a geração distribuída solar fotovoltaica pode colaborar de forma expressiva para a redução dos altos índices de desemprego no País, além de promover a diversificação da matriz elétrica com uma nova fonte limpa, renovável e competitiva. “Em um País com cerca de 13 milhões de desempregados, segundo os levantamentos oficiais, a energia solar fotovoltaica é um investimento estratégico para a geração de emprego e renda, inclusive em regiões remotas do Brasil”, comenta.

Já Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, esclarece que, para cada megawatt solar fotovoltaico instalado por ano, são gerados de 25 a 30 novos postos de trabalho de qualidade, segundo estatísticas internacionais do setor. “De acordo com os dados publicados pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), as energias renováveis foram responsáveis por mais de 11 milhões de empregos no mundo em 2018. A fonte solar fotovoltaica liderou a geração de empregos, criando 3,6 milhões de postos de trabalho, ou seja, um terço de todos os empregos renováveis do planeta”, destaca Sauaia.



O que realmente é inovação?



O conceito de inovação está cada vez mais popular. Ele nos permite utilizar normas, certificações de melhores práticas, estudos acadêmicos sobre o tema, tudo a favor de ajudar as empresas crescerem através de um novo paradigma. Apesar disso, tudo que se torna popular surge rodeado de falácias, que nem sempre são propositais, mas são fruto de interpretações erradas.

Isso pode ser infrutífero e até prejudicial, gerando perdas para as empresas e uma banalização do termo, afastando as empresas do que realmente pode ser algo positivo. Lidar com novidades sempre exige cuidado. Foi pensando nisso que listei abaixo cinco erros sobre a inovação que vão ajudar o empresário a criar um senso crítico profundo sobre o tema.


Preciso ser tecnológico – para o público geral a inovação é uma tecnologia. Quando eles buscam aplicar a inovação em suas empresas, querem uma aparato tecnológico novo. A verdade é que o importante é a inovação resolver um problema. Muitas inovações analógicas ou mesmo no modelo de negócios podem ser mais relevantes que um novo parque industrial.


Inspiração divina – muitos acham que inovar é sentar e ter grandes ideias, coisa de gênios criativos. A maioria desconhece que há processos, métricas, modelos pensados para inovar. A inovação precisa florescer em um ambiente criado para ser fértil às novas ideias.


Descoberta milagrosa – boas ideias não acontecem num momento de lampejo, o fenômeno. Louis Pasteur dizia que o acaso favorece a mente bem preparada. Então, nada de ficar sentado esperando as ideias surgirem. A inovação acontece como consequência do entendimento de um problema com o cruzamento do seu repertório. Quanto mais profundo você for nesses dois quesitos, melhores ideias terá.   

  
Coisa de gente jovem – muitos gestores acreditam que inovação é coisa de startup, de empresas jovens, cercadas de jovens profissionais. Por mais que as revistas enalteçam os feitos de jovens empreendedores, há muitas pessoas mais velhas trabalhando em startups e esse intercâmbio entre as gerações é decisivo. Quando se tem alguém mais novo olhando um problema, assim como alguém mais velho, temos duas visões que não são antagonistas, mas complementares de como solucioná-lo. Uma equipe multidisciplinar é fundamental para a inovação.




Alexandre Pierro - fundador da Palas, consultoria em gestão da qualidade e inovação, engenheiro mecânico pelo Instituto Mauá de Tecnologia e bacharel em física nuclear aplicada pela USP. Passou por empresas nacionais e multinacionais, sendo responsável por áreas de improvement, projetos e de gestão. É certificado na metodologia Six Sigma/ Black Belt, especialista e auditor líder em sistemas de gestão de normas ISO. É membro de grupos de estudos da ABNT, incluindo riscos, qualidade, ambiental e inovação. Atualmente, cursa MBA em inovação.

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