O feedback, resposta dada a uma ação, uma espécie
de avaliação de alguma tarefa realizada, é essencial para aprimorar uma
relação, no âmbito pessoal e, principalmente, na esfera profissional. De acordo
com a psicóloga Fernanda Tochetto dar ou receber feedback é uma das atividades
mais delicadas e importantes que podem ser realizadas por pessoas que convivem.
“Isso porque é através dessa ferramenta que ocorrem grandes construções, assim
como, são realizados o direcionamento e ajuste de habilidades de qualquer ser
humano em qualquer estágio da vida”, explica Tochetto.
De acordo com a psicóloga, o feedback é relevante e
transformador para as duas pontas do processo, ou seja, tanto para o emissor
quanto para o receptor. Quem fornece a avaliação tem mais chances de obter uma
evolução no resultado referente às tarefas que foram designadas. Já quem é
avaliado, tem a oportunidade de adquirir um melhor entendimento do ambiente
externo e, se for o caso, introduzir um nova maneira de executar as atividades,
a fim de que elas sejam mais bem-sucedidas.
Dar o bom feedback
Conforme Tochetto, é muito comum que as pessoas
evitem dar feedback sob o pretexto de pouparem o outro de opiniões
possivelmente constrangedoras e desagradáveis, evitando assim o desgaste da
relação. Para a psicóloga, ao fazer isso, adota-se uma postura duplamente
limitante. “Além de restringir o acesso do outro a informações
relevantes, limita-se o direito de expressar-se livremente”, explica.
Nesse sentido, muito melhor do que evitar o
feddback, é escolher com cuidado o que se diz. Segundo a psicóloga, para isso é
necessário exercitar a empatia: colocar-se no lugar do outro, procurando o
melhor momento e as palavras mais adequadas para se expressar. Para Tochetto, a
avaliação deve ser feita após um processo de observância, análise, ponderação e
compreensão. “Quando se entende o que vê, ouve e sente no ambiente, gera-se
compreensão através da empatia”, destaca.
“O bom feedback abre a aceitação do outro para o
que está sendo transmitido, estreitando a relação. Por sua vez, o mau feedback
faz com que o outro se feche, proteja-se e, finalmente, afaste-se”, afirma a
psicóloga. Tal diferenciação é importante, pois, conforme Tochetto, o feedback
deve ter como meta um efeito positivo, acarretando melhorias no modo de fazer
determinada tarefa ou até mesmo mudanças drásticas no jeito de realizá-la,
tornando o processo inovador.
A psicóloga ressalta ainda como muito importante
para que o feedback seja efetivo, o exemplo dado por quem avalia.
Conforme Tochetto, o modo como a pessoa age, o que ela faz, quem ela é,
inspira os demais, criando um efeito cascata de bons hábitos e boas relações.
“Comece inspirando o ambiente através do seu comportamento e o processo de
mudança será mais fácil de ser aplicado”, diz.
A melhor maneira de receber o feedback
O termo feedback causa pânico em muitos, que
associam a palavra a algo danoso. Afinal, as pessoas buscam por aprovação e
reconhecimento, não querem errar e, na iminência de um julgamento, acabam se
cobrando demais.
Contudo, de acordo com Tochetto, em algum momento o
feedback passará pela vida das pessoas, que precisam estar preparadas para
recebê-lo, sem ficar presas aos sentimentos de medo e rejeição, tornando, dessa
forma, o processo especial e desafiador. Nesse sentido, a psicóloga oferece
algumas dicas para que as pessoas, principalmente em ambientes profissionais,
recebam o feedback da melhor maneira possível.
Faça uma autoavaliação – analise
seus pontos fortes e os pontos que precisam ser melhorados. “Observe o ambiente
e perceba o que mais ele necessita além do que você já está entregando”, diz
Tochetto.
Reflita sobre as suas metas – pense a
respeito do seus objetivos, do lugar onde você deseja chegar. “Isso irá
ajudá-lo a ter clareza sobre seu desempenho profissional e seu trabalho em
equipe”, destaca a psicóloga.
Não se justifique – permita-se
ouvir. Perceba o que está sentindo enquanto recebe o feedback e entenda como
essas emoções influenciam a sua entrega no dia a dia.
Reflita sobre o que foi dito – não é necessário solucionar as novas questões
imediatamente. É preciso apenas perceber o que mudou ao redor e agarrar a
oportunidade de fazer de uma maneira mais eficiente e eficaz. “Por isso, pense
bem sobre o que foi dito, tornando-se responsável sobre tudo que é impactado
por você no ambiente”, conclui Tochetto.
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