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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Como a Lei Geral de Proteção de Dados impacta na experiência do seu cliente?



Após longos debates com a sociedade civil, que levaram quase nove anos, a Lei Geral de Proteção de Dados, mais conhecida pela sigla LGPD, foi promulgada em agosto de 2018, cuja eficácia plena se dará em agosto de 2020. Baseada em sua “irmã mais velha”, a europeia GDPR – General Data Protection Regulation – vai ao encontro de uma tendência já apontada pelo Gartner em 2017, na sua pesquisa anual Iconoculture Values and Lifestyle.

Esta pesquisa já apontava, na época, que a privacidade, representada por fatores como segurança e serenidade, passava a prevalecer sobre a conveniência como preocupação ou experiência desejada por consumidores em todo o mundo. Este resultado, de certa maneira, surpreende os especialistas, já que, durante a última década, a tendência sempre foi acumular informações sobre o cliente para surpreende-lo com ofertas e serviços personalizados. Com isso, imaginaram eles, fidelizariam e encantariam seus clientes.

Na esteira deste pensamento, tecnologias emergentes vieram para facilitar e tornar viável não só a coleta e armazenamento destas informações, mas, principalmente, seu uso efetivo para atrair e reter clientes. Enquanto isso, as fontes de informação passaram daquelas disponíveis somente nas bases de dados das próprias empresas para a infinidade e abrangência das informações que transitam nas redes sociais e blogs. Big data, machine learning e, finalmente, a inteligência artificial passam a ser a ordem do dia para utilizar ao máximo toda essa informação e melhorar a experiência do cliente.

Neste fim de década, as empresas enfrentam agora um desafio: o cliente passa a exigir a privacidade no tratamento de suas informações. Não aceitam mais a troca delas por conveniência. Querem a garantia de que será cuidada e protegida. Mais do que isso, querem saber o que fazem com ela. O direito à privacidade e à segurança de suas informações é um tema quente. Não tenham dúvidas disso.

Uma frase que li outro dia na internet, “se você dá sua confiança a alguém que não a merece, estará concedendo-lhe, na verdade, o poder de destruí-lo” talvez mostre porque a questão da privacidade se tornou tão importante. Se você fornece suas informações a empresas ou instituições que não são capazes de protegê-las em troca de conveniência, benefícios de uma oferta boa, ou um produto interessante, estará correndo o risco de ter sua vida virada de ponta a cabeça. Seja em um mau uso, vazamento de dados ou outro incidente causado pelo desleixo ou falta de preocupação com o assunto. É isso que a pesquisa do Gartner parece ter concluído.

Assim, minha recomendação às empresas é que entendam a lei, não como um estorvo ou motivo para tirar dinheiro, mas como uma oportunidade de criar condições para proteger as informações de seus clientes, ganhar sua confiança e usufruir de todo o poder que ela trará em termos dos benefícios do seu uso consistente.

Ao confiar que seu potencial fornecedor protege suas informações, potenciais consumidores e clientes entregarão um poder a sua empresa para lhe vender cada vez mais. E este poder, acreditem, será um diferencial importante daqui para a frente. Entender o uso da LGPD como uma ferramenta para melhorar a experiência do seu cliente nestes aspectos pode ser uma boa ideia. Vale uma reflexão.





Enio Klein - CEO da Doxa Advisers; Professor de Pós-Graduação na Business School SP; Especialista em Transformação Digital


5 Mitos da Energia Solar Que Você Precisa Conhecer


Energia solar é um dos assuntos mais comentados hoje no Brasil, todos querem saber como funcionam os sistemas que geram energia elétrica a partir da luz do sol e se eles realmente trazem a economia e demais vantagens anunciadas.

O assunto se espalha na boca da população na mesma proporção com que os sistemas são comercializados e instalados no Brasil, número que já ultrapassa os 53 mil geradores, segundo os dados oficiais da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Isso, no entanto, é bom e ruim ao mesmo tempo, pois embora muito se ouça sobre a energia elétrica solar, várias vezes essas informações vêm de pessoas que não conhecem a fundo o funcionamento da tecnologia e, assim, alguns mitos acabam sendo criados.

Mas é fato que alguns mitos são apenas construções do Vox Populi e não possuem nenhum embasamento real, razão pela qual listamos abaixo 5 mitos sobre os sistemas de energia solar que você precisa conhecer antes de decidir pela compra do seu gerador. Confira:


#1 Sistemas Solares Não Geram Energia no Inverno 

Esse é um dos mitos mais disseminados sobre a tecnologia e prova de quem não entende muito bem do assunto. Os sistemas de geração solar fotovoltaica não utilizam o calor do sol para gerar energia, mas sim a sua luz. Desse modo, mesmo que no inverno os dias costumem ser mais curtos e a luz não chegue com tanta intensidade, o sistema ainda irá gerar energia.


#2 Sistemas Solares Requerem Muita Manutenção

Mentira. Um sistema bem projetado e instalado irá demandar, no máximo, uma revisão por ano, necessária para que se acompanhe as condições de cabeamento e segurança dos equipamentos. Fora isso, a limpeza do painel também pode ser necessária, mas apenas para lugares com muita poeira e sem chuva, uma vez que esta já se encarrega desse trabalho.


#3 Sistemas Solares Geram Muito Ruído

Outra grande falácia. Diferente dos geradores a diesel ou até mesmo eólicos, os sistemas fotovoltaicos não geram energia através de processo mecânico, mas sim por meio de um efeito de fotoemissão totalmente silencioso que acontece no interior de cada célula fotovoltaica contida dentro da placa solar. 


#4 É Possível Fabricar e Instalar Um Sistema Caseiro

Verdade e mentira. Embora existam sim vídeos e manuais que expliquem a fabricação de placas de energia solar caseiras, você não irá conseguir utilizá-las em sua casa da mesma maneira que um painel comercial. Isso porque, para poder ser conectado à rede da distribuidora e participar do sistema de créditos energéticos, o sistema deve conter somente equipamentos com número de registro e selo de qualidade do INMETRO. 


#5 O Painel Solar É Muito Frágil e Quebra Fácil

Imagine uma pedra de grazino do tamanho de uma bola de golge. Seria um belo estrago se caísse sobre o seu carro, não? Mas fique tranquilo que sobre o seu painel solar ele não irá causar nem um arranhão. Mas é claro, as placas são feitas para ficarem expostas ao ar livre e, por isso, são fabricadas para suportar as mais variadas condições climáticas. Ou seja, mesmo que esteja "caindo o mudo" lá fora, o seu painel ainda estará salvo.


O LUXUOSO BERÇÁRIO DA MISÉRIA


 “Quanto mais te cavo, e em ti me aprofundo, mais descubro que em ti não há fundo”. Henrik Ibsen.

       O que pode ser muito pior do que a corrupção, esse câncer financeiro e moral que tanto dano causa ao país? Que obra nefasta sepulta mais oportunidades, desemprega mais, afasta maior número de investidores, e desqualifica a educação tanto quanto, ou ainda mais do que os desvios de finalidade a que é submetida?
        Refiro-me à irresponsabilidade fiscal. Ela é companheira de um setor público que se agigantou sobre os ombros da sociedade. Aliás, o Estado brasileiro não leu Esopo e sacrifica, todo dia, poedeiras de ovos de ouro. Nos altiplanos na pátria, os poderes de Estado se expandem incessantemente, acumulando uma casca sobre a outra, qual cebola, como talvez a descrevesse Ibsen com a analogia da frase em epígrafe.
        Os números da corrupção vão dos milhares de reais aos bilhões de reais. É dentro dos limites bem amplos dessa escala que eles podem ser contados. Já os números do gasto público financiado com endividamento se medem em trilhões de reais. Se amortizados, como deveriam ser, consumiriam metade do orçamento da União; se rolados, custam a cada virada de folhinha, centenas de bilhões de reais. Todo ano, fazem sumir valor muito superior ao da corrupção acumulada em muito tempo.
        Uma face visível desse monstro pode ser apreciada nas 12 mil obras paradas (metade das quais sob responsabilidade da União). Mas há outra, mais pérfida, que se expressa na indigência, no abandono e na miséria a que vivem submetidos dezenas de milhões de brasileiros que deveriam ocupar o foco da atenção desse mesmo Estado, desse mesmo setor público. Isso é injustiça que dói na pele da mais tosca sensibilidade.
        No entanto, em que pesem os números, chamou-me a atenção a falta de eco, por exemplo, às manifestações de uns poucos novos congressistas por austeridade, por redução das despesas autorizadas e de seus quadros de assessores. Os montantes assim obtidos fazem pouca cócega no fundo em que se cava, para dizer como o poeta norueguês, mas atitude – ah, a atitude! – elegeu Bolsonaro, mobilizou dezenas de milhões, e tem poderoso efeito multiplicador.
        Pense na força das poderosas corporações funcionais; pondere o modo leviano como medidas saneadoras dormem nas gavetas de alguns ministros do STF; reflita sobre como, em tantos níveis, o Poder Judiciário e seus órgãos auxiliares expedem determinações que envolvem gasto público sem qualquer cobertura; imagine a barragem que desaba quando 11 ministros majoram os próprios vencimentos; avalie a facilidade com que se criam conselhos nacionais, conselhos superiores, órgãos colegiados, agências nacionais, que logo terão seus palácios em Brasília e extravagantes folhas de pagamento; dê uma olhada no preço final das vinculações e isonomias; atente ao quanto tem custado comprar apoio parlamentar mediante favores prestados com recursos públicos; calcule os preços de deliberações parlamentares arrancadas por lotadas galerias cujo único interesse é enviar a todos os demais a conta de suas postulações.
        Vejo no governo e vi em alguns congressistas atitude avessa a isso. Mas falta testemunhá-la no recinto dos grandes privilégios, no âmbito das grandes decisões. Ou seja, no luxuoso berçário da miséria. Diante do Palácio da Alvorada, a escultura “As Iaras” (duas mulheres puxando os próprios cabelos), talvez representem, sem querer, uma antevisão do desespero que, por tanto tempo, se iria abateria sobre sucessivas gerações de brasileiros.



Percival Puggina  - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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