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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Pedidos de falências são os menores em 10 anos, segundo levantamento da Serasa Experian

De janeiro a setembro de 2020 o número somou 754 pedidos

 

Os pedidos de falências requeridas de janeiro a setembro desse ano somam a menor quantia em dez anos (2011 a 2020), de acordo com levantamento da Serasa Experian. No período, foram 754 solicitações, bem abaixo dos 1.100 pedidos feitos de janeiro a setembro de 2019 e quase 50% menor que o registrado no mesmo período em 2011. Para o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, o fato de os pedidos de falências serem os menores dos últimos 10 anos é muito positivo. Principalmente, porque mostra que, ao invés de pedir falência, as empresas têm procurado usar ferramentas que permitem recuperar créditos de uma forma mais eficiente e menos custosa do que por meio de vias judiciais.


 “O pedido de falência está caindo em desuso. Antes, quando uma empresa atrasava os pagamentos era muito comum o pedido de falência. Hoje, existem diversas ferramentas que a ajudam a evitar essa medida. A Serasa Experian, por exemplo, dispõe de várias ferramentas que ajudam a concedente de crédito a recuperá-lo de forma mais eficiente, mais rápida e menos custosa do que mediante processos judiciais”, explica Rabi.

“Estamos tendo um ano bem diferente em todos os sentidos. Com o isolamento social as empresas tiveram que se redescobrirem e inovarem, pensando em estratégias para sobreviverem num momento tão difícil. Além disso, a ajuda emergencial do governo e a queda da taxa de juros ajudaram as empresas a se manterem”, avalia.


Pedidos mensais de falências


Na comparação apenas mensal, foram realizados 82 pedidos de falência, uma queda de 19,6% ante agosto, quando foram verificados 102 pedidos.

Tendo como base a comparação de setembro contra agosto também ocorreu queda em todos os portes. Em setembro, foram verificados 47 pedidos de falência de micro e pequenas empresas ante 54 em agosto. Entre as médias, houve queda de 24 para 15 pedidos e, entre as grandes, de 24 para 20.

Já em relação ao setor no confronto mês a mês, a Indústria apresentou alta no número de pedidos, passando de 20 para 25. Comércio e Serviços caíram de 102 para 82 e, de 49 para 28, respectivamente.


Recuperação judicial


O número de pedidos de recuperação judicial no acumulado em 10 anos atingiu 955, mas não é o menor do período. No entanto, na comparação mensal houve queda de 34,1%, passando de 132 em agosto para 87 em setembro.

Por porte, na comparação mensal houve queda nas micro e pequenas empresas de 95 para 58 e nas grandes de 18 para 10. Já os pedidos das médias ficaram estáveis em 19.

Quando considerado por setor, os pedidos do Comércio cresceram de 31 para 33. Já Indústria e Serviços apresentaram declínio de 19 para 11 e de 83 para 32, respectivamente.

Serasa Experian disponibiliza material para impulsionar a saúde financeira
Para cuidar da saúde financeira da empresa e atravessar esse período desafiador, é importante pensar em ações a curto e longo prazo, sem deixar de ser cauteloso com as finanças pessoais. Pensando nisso, os especialistas da Serasa Experian dão algumas dicas importantes para PMEs que podem impulsionar vendas e aumentar a clientela!



 

 

Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br


Como será a Black Friday em meio ao "Novo Normal"?

Assim como mudanças no mercado de trabalho, a pandemia também modificou a forma em que as pessoas consomem os produtos; especialista em Direito do Consumidor esclarece as principais dúvidas sobre o assunto e lista os cuidados que os consumidores devem tomar na Black Friday 2020

 

 

Mesmo sendo uma data de origem americana e muito famosa por lá, a semana do dia 29 de novembro, também ficou marcada pela Black Friday aqui no Brasil. Sempre realizada em uma sexta-feira, é um evento que acontece após o feriado de Ação de Graças, com o intuito de “limpar” os estoques para os lançamentos do Natal e movimentar a economia do país em torno das promoções. Com a pandemia e a mudança na forma em que as pessoas passaram a consumir, a Black Friday deste ano, no dia 27 de novembro, será uma incógnita.


Porém, algumas projeções já estão sendo realizadas. Para se ter uma ideia, de acordo com as buscas do Google obtidas pelo O Estado de S. Paulo, a Black Friday deste ano promete ser maior do que a do ano passado. “Tudo será diferente, até porque os estabelecimentos não vão poder receber filas ou mesmo aglomerações. No ano passado, vários vídeos rodaram na internet de pessoas disputando as últimas unidades de produtos em grandes lojas, tudo muito lotado. Os comerciantes que não respeitarem as regras de distanciamentos, este ano, poderão levar multas ou até mesmo interdição e cassação de alvará de funcionamento”, explica Plauto Holtz, advogado, especialista em Direito do Consumidor e sócio-fundador da Holtz e Associados.

 

Abaixo, ele esclarece algumas dúvidas e explica os principais cuidados que devem ser tomados na Black Friday 2020. Confira:

 

Muitas pessoas vão optar por comprar pela internet. Quais são os principais cuidados que devem ter? 

 

Sem dúvidas a maioria dos consumidores irão optar por compras online - isso já acontecia em outras datas como essas, mas agora a tendência é aumentar ainda mais. Por isso, é preciso tomar cuidado com golpes. “Não acesse links de sites desconhecidos. Eles podem ter mecanismos que roubam dados e senhas. Além disso, minha dica é dar preferência aos sites que tenham aquele famoso cadeado do lado esquerdo ao endereço eletrônico”, aconselha o especialista.

 

Além da pandemia também temos a LGPD, qual o impacto da lei na Black Friday? Tanto nas compras online como presenciais? 

 

A Lei de Proteção de Dados (LGPD) visa, entre outras medidas de segurança, evitar o uso abusivo e ilícito de cruzamento de dados, para oferecer e ofertar produtos relacionados às pesquisas do consumidor, sem que ele tenha autorizado. “Como é uma lei nova, ainda muitas empresas estão desrespeitando”, explica Plauto.

 

Quais os principais cuidados que os consumidores devem tomar ao fazer compras na Black Friday? 

 

A dica nesse item é comprar com antecedência. “É importante verificar com antecedência os preços dos produtos, para evitar a armadilha do "desconto do dobro". Registre, por meio de fotos ou prints, os preços praticados. Além disso, tenha calma ao comprar. Compre com a razão, e não com o coração, pois a conta pode ser grande. Tenha juízo no bolso”, comenta.

 

Quais as principais fraudes que já aconteciam na Black Friday e que podem ser potencializadas?

 

Problemas de fraudes na Black Friday não são novidade. Alguns até utilizam o termo “Black Fraude”. “Evite acessar links que prometem ofertas milagrosas. Muitas vezes o consumidor acaba se encantando com produtos de lojas desconhecidas e acaba caindo em um golpe. De preferência, compre com cartão de crédito, pois havendo uma fraude, poderá haver contestação da despesa. Evite também depósitos bancários ou pagamentos à vista”, diz o advogado.

 

Caso o consumidor caia em um golpe online, como ele pode agir? 

 

Se não tomar cuidado com os pontos citados acima, o consumidor pode cair em um golpe, ainda mais na Black Friday que existem várias pessoas se aproveitando do momento. “Dificilmente a pessoa terá acesso ao dinheiro perdido. Mas é necessário fazer um boletim eletrônico de ocorrência policial” finaliza Plauto Holtz. 

 

 



Plauto Holtz - É advogado, ex-presidente da comissão de direito do consumidor da OAB Sorocaba. Com 16 anos de experiência, também é especialista em direito previdenciário, ex professor Universitário pela faculdade UNIP e perito Grafotécnico. Também é sócio-fundador do Holtz Associados um escritório de advocacia focado em oferecer soluções jurídicas sólidas e multidisciplinares na área do direito, medicina e segurança do trabalho,  atende clientes dos mais variados setores da economia, seja no campo da indústrias como também pessoas físicas e clientes do setor do comércio varejista, educação, tecnologia e instituições financeiras.


A dificuldade de empreender em um país que não investe na educação

Há anos, os empreendedores da área industrial têm se ressentido da falta de qualificação da mão-de-obra. Vivemos uma dicotomia do enorme exército de desempregados contra a falta absoluta de profissionais qualificados nos diversos setores da indústria.

No início desse ano, um estudo feito pela CNI – Confederação Nacional da Indústria indica que, no Brasil, apenas 9,7% das matrículas do ensino médio são em cursos de educação profissional. Na Alemanha, na Dinamarca, na França e em Portugal esse percentual é superior a 40% e alcança cerca de 70% na Áustria e na Finlândia. Entre as empresas ouvidas pela CNI e que relatam a falta de trabalhador qualificado, 96% afirmam que têm dificuldades para contratar operadores.

Ainda na área de produção, 90% das empresas dizem que enfrentam dificuldades para encontrar trabalhadores de nível técnico. Também há falta de profissionais qualificados para as áreas de vendas e marketing (82%), administrativa (81%), engenharia (77%), gerencial (75%) e pesquisa e desenvolvimento (74%). Essas informações estão na Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De outro lado, de acordo com os dados do Projeto Indústria 2027, realizado pela CNI e o IEL, em pouco menos de 10 anos, somente 20% das indústrias estarão no patamar da indústria 4.0, o que aponta o descaso da educação brasileira, e também o desinteresse de algumas empresas em aplicar uma parte da renda em segmentos de tecnologia e atualização técnicas. Com experiência superior a 15 anos no mercado de conectores elétricos, tive que passar por diversas melhorias, tanto em minha gestão quanto no aprendizado de minha equipe, principalmente por se tratar de um campo de atuação que exige constante progresso.

Nós aqui na KRJ, conscientes destas deficiências iniciamos há 04 anos um programa de financiamento de graduação e pós graduação para os nossos colaboradores, apesar de não termos nenhum benefício tributário destas despesas, uma vez que nosso sistema tributário é pelo lucro presumido. Visamos apenas o aperfeiçoamento profissional e que os ensinamentos sejam aplicados nas atividades na empresa.

Cobramos destes profissionais apenas os conhecimentos adquiridos e sua aplicação em suas atividades na empresa.

Desde a implantação deste programa tivemos graduados e prós graduados nas diversas áreas da empresa: 


  • Engenharia

Fundação Carlos Alberto Vanzolini FGV Management SP.

MBA em “Gerenciamento de Projetos”.

 

Universidade São Caetano do Sul.

Pós Graduação em “Engenharia de Sistema Integrado”.

 

Universidade Federal do ABC.

Nível Mestrado - Pós Graduação em “Engenharia Mecânica”.

 

  • Administração

Universidade Nove de Julho.

Graduação Técnica em “Gestão Financeira”.

 

  • Tributário

Instituto Presbiteriano Mackenzie

Pós Graduação “Especialização em Controladoria”.

 

A busca incessante pela eficiência máxima de nossa empresa somente será possível com treinamento e capacitação de nossos colaboradores, afinal o mercado não paga por nossa ineficiência!

O setor de energia representa uma enorme importância na economia do país e também socialmente, pois inúmeras atividades do cotidiano necessitam do abastecimento elétrico, como shopping, escritórios, consultórios médicos ou odontológicos, estabelecimentos públicos e a sua própria residência!

Compreende como a eletricidade está conectada a praticamente tudo na vida das pessoas e até mesmo no mercado de trabalho, que faz a roda da sobrevivência girar? Então, a partir dessa perspectiva, é possível enxergar os perigos de não investir nessa área e nas outras que tem igual relevância.

No começo de 2020, foi publicado pela imprensa que o setor de energia elétrica deveria receber R$ 456 bilhões em investimentos, sendo R$ 303 bilhões em geração centralizada, R$ 50 bilhões em geração distribuída e R$ 104 bilhões em transmissão. Óbvio que tais aplicações são importantíssimas, porém precisamos avaliar a possibilidade de investir ainda em educação e capacitação dos profissionais. A mesma lógica pode ser sobreposta em outros modelos de indústria, como alimentícia, transformação, higiene e demais.

Ampliando essa observação, chego à conclusão que, se houvesse um melhor aproveitamento com foco em educar a comunidade da indústria, inúmeros problemas seriam resolvidos. O primeiro seria os erros de comunicação, hoje 38 milhões de pessoas são considerados analfabetos funcionais, com idades entre 15 a 64 anos, e vale lembrar que o setor industrial emprega desde os mais jovens até os indivíduos de mais idade, então nos faz ficar em alerta. Saber ler não é suficiente, o mercado pede seres mais críticos, curiosos, com ambição aguçada, atenciosos e com comportamento empreendedor. Tudo isso só é possível com uma população qualificada e com índices maiores de educação.

Quando alertamos a respeito de capacitação profissional, não é somente em relação à mão de obra qualificada e treinada, claro que isso é importante, especialmente quando falamos do chão de fábrica, pois essas pessoas são importantíssimas, porém, é necessário “criar” profissionais que saiam do automático, que contribuam para o futuro das empresas e do país, consequentemente. Indivíduos dispostos a evoluírem também estão dispostos a melhorar o que está em volta de si, e são esses cidadãos que contribuem para uma economia mais estável, para mudanças positivas e que, lá na frente, vão investir exatamente na área que fez com que eles crescessem.

 

 


Roberto Karam Jr. - engenheiro elétrico e diretor presidente da KRJ


Como varejistas e consumidores podem se preparar para a Black Friday

Pedro Rabelo, CEO do Bagy, dá dicas de como se planejar para uma das campanhas mais importantes do varejo brasileiro

 

A tradicional Black Friday acontece no dia 27 de novembro. Muitos lojistas estendem as promoções para uma semana ou mais, mas o fato é que tanto eles como os consumidores precisam estar preparados para tirar o maior proveito possível do evento.

Para Pedro Rabelo, CEO do Bagy, plataforma que ajuda pequenos e médios varejistas a criarem seus e-commerces, o faturamento desta Black Friday deve ser inferior em relação à edição do ano passado, devido à crise sanitária provocada pela Covid-19 que afetou a economia mundial. “No entanto, é o momento do varejo recuperar o que perdeu no início do ano e já garantir as vendas do Natal”, pontua.

De acordo com o executivo, o consumidor precisa se preparar com antecedência para a Black Friday e não esperar o dia do evento para decidir o que vai comprar. “Definir os itens que deseja adquirir e acompanhar quanto custam antes e durante a campanha, além de minimizar a possibilidade de comprar apenas por impulso, também é a melhor forma de saber se os descontos são verdadeiros e se valem a pena”, diz Pedro. “Mapear os sites mais confiáveis para fazer as compras também ajuda para não cair em armadilhas, já que às vésperas da Black Friday é comum surgir lojas apenas para aplicar golpes”, completa.

Outra dica interessante, especialmente em sites desconhecidos, é desconfiar de preços três vezes menores e empresas que oferecem cupons de desconto e cashback. Por exemplo, a Black Friday costuma ser uma boa oportunidade para renovar o guarda-roupa, pois os descontos oferecidos nessa categoria chegam a 70%. “É raro ver equipamentos robustos como geladeiras, fogões, celulares e computadores com descontos percentualmente grandes, mas, por já serem caros, talvez mesmo um desconto menor já faça a compra valer a pena”, diz Pedro. 

Para os varejistas, Pedro também recomenda planejamento e organização e o primeiro passo é definir qual o objetivo de participar da Black Friday, se é para zerar estoque encalhado, por exemplo. A partir disso, criar um plano de divulgação antecipado para que dê tempo do seu público ser impactado. Outras dicas são: garantir estoque para atender a demanda, oferecer descontos em kits de produtos, venda de vouchers para usar quando desejar, promoção paga um e leve dois e desconto em frete. Essas são algumas ações que podem levar muitos consumidores a comprar na sua loja não apenas na Black Friday, mas fidelizá-los pós evento”, finaliza Pedro.

 

Carreira feminina: secretariado virtual traz vantagens e permite horário flexível

Durante a pandemia, profissionais se viram obrigados a se aventurarem em diferentes áreas, seja pelo desemprego ou em busca de uma renda extra. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), as mulheres foram as mais afetadas nesta crise, sendo que sete milhões delas deixaram o mercado de trabalho - um número 25% maior em relação a mão de obra masculina. Por conta disso e a flexibilidade em questões de horário, local e tempo, uma das opções de trabalho que ganhou muitas caras novas neste período, foi o Secretariado Remoto.

Acredito que, em meio a este período de isolamento social, os profissionais precisaram abrir os olhos para novas oportunidades de trabalho. Nessa profissão, realizamos a execução de tarefas burocráticas para empresas e profissionais liberais, como por exemplo, nas áreas de secretariado (gerenciamento de agendas, planejamento de viagens, assessoria executiva, atendimento personalizado aos clientes, elaboração de propostas e relatórios, etc.), nas áreas administrativa e financeira (cobranças, negociação de dívidas, fluxo de caixa, pagamentos de contas, etc.), e  na área comercial (prospecção, captação de leads, elaboração de propostas, pesquisa de satisfação, etc.). São atividades personalizadas que dependem muito do que o cliente quer e necessita. Existem grandes oportunidades de crescimento para quem deseja trabalhar com o Secretariado Remoto, além de realizarmos as atividades de forma virtual e remota e o trabalho ser home office.

Além disso, é importante deixar claro que, como em todos os trabalhos, há suas vantagens e desvantagens. Neste caso, a principal desvantagem é a falta de apoio dos amigos e familiares no início da carreira. Ficar ciente desde o começo é o que ajuda a não desanimar. É um processo de adaptação tanto para quem começa a trabalhar, quanto para seus amigos e familiares, então o respeito mútuo é o principal aliado nesse momento. 

Precisamos também deixar claro que as coisas não acontecem de uma hora para outra. Os profissionais não podem começar achando que no segundo dia de trabalho já terão grandes resultados, os clientes são conquistados com persistência, foco e calma. Para motivar quem tem interesse em trabalhar no ramo do Secretariado Remoto, listo as principais vantagens da área:

 

1. Mobilidade: quando estamos falando em mobilidade significa que, como profissionais remotos e virtuais, podemos executar as nossas tarefas diárias em qualquer lugar, desde que você tenha um computador, celular e wifi. Para quem gosta de trabalhar em diferentes locais ou às vezes precisa fazer uma viagem de urgência, o trabalho remoto pode ser uma das melhores opções.

 

2. Tempo: trabalhando de forma remota, o tempo é algo que podemos administrar à nosso favor. Como Secretária Remota, estipulamos as horas que pretendemos trabalhar por dia ou semana. Essa flexibilidade proporciona mais tempo livre para cuidar de assuntos pessoais, ficar com a família e amigos, cuidar dos filhos e nos dá a oportunidade de aproveitar mais a vida do que quando estamos trancadas em um escritório todos os dias.

 

3. Salário: assim como o tempo, o salário também é algo que temos o privilégio de definir. Vale ressaltar que, quanto maior for a renda que você estipula ganhar, maior será o seu trabalho para conquistá-la. É possível que o profissional tenha uma renda muito satisfatória no final do mês, mas tudo isso também depende da sua qualificação, suas experiências, o nicho do mercado que ele pretende atuar, força de vontade e determinação para alcançar seus clientes de uma forma assertiva e eficiente.

 

Por fim, acredito que a profissão de Secretariado Remoto ganhará cada vez mais espaço e força no mercado. Não somente porque temos profissionais qualificados exercendo a profissão, mas pelo fato desta nova forma de trabalho atrair tanto as pessoas que executam quanto as pessoas que contratam (temos uma demanda significativa de profissionais liberais, empreendedores, empresas de pequeno e médio porte adotando esta nova forma de trabalho).

 



Anna Oliveira - Secretária Remota Especialista e sócia-fundadora da Remottas. Atua em segmentos empresariais ajudando profissionais liberais, empreendedores e empresários a gerir os seus negócios de forma descomplicada, organizada e com alta eficiência. Possui 15 anos de experiência nas áreas de gestão administrativa, financeira, comercial e de secretariado. Bacharela em Secretariado Executivo Trilíngue (UNINTER/PR), Especialista em Assessoria Executiva (UNINTER/PR), Graduada em Processos Gerenciais (FATEC). 


SBGG ressalta a importância de discutir ações para combater a violência contra os idosos

Entidade chama atenção para a situação dos idosos durante a pandemia e o novo número de casos de violência doméstica

 

O número de denúncias de violência e de maus tratos contra os idosos cresceu 59% no Brasil durante a pandemia, de acordo com dados do Disque 100. Entre março e junho deste ano, foram 25.533 denúncias. Em 2019, foram 16.039. São Paulo é o estado com maior número de denúncias, seguida de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Carlos André Uehara, afirma que, mesmo com o aumento, ainda existe muita subnotificação dos casos e que muitas vezes o idoso não reconhece que existe uma violência sendo cometida contra ele.

Além da dificuldade em denunciar, outro desafio é o reconhecimento do problema por profissionais de saúde. "O médico, enfermeiro ou assistente social que atende aquele idoso acaba não identificando a violência. Existe o costume de procurar marcas pelo corpo de violência física, e a violência emocional passa despercebida", diz Uehara.

 

Os tipos de violência contra os idosos são:

Violência física

Abuso psicológico

Negligência

Abandono

Violência Institucional

Abuso Financeiro

Violência Patrimonial

Violência Sexual

Discriminação

 

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia -SBGG


Pix: primeiras transações começam hoje (03/11)

Serviço chega oficialmente em 16 de novembro e permitirá transações financeiras em seis segundos; e estará disponível 24h por dia, sete dias por semana


Começam nesta terça-feira (03/11) as primeiras transações do Pix, o novo meio de pagamento que operará de forma instantânea. Na prática, esta nova tecnologia permitirá pagamentos em até dez segundos, em um serviço disponível 24h por dia, sete dias por semana. Para o período de testes, o Banco Central selecionou alguns clientes das 762 instituições já aprovadas para trabalhar com o Pix. E a partir do dia 16 de novembro, a inovação estará disponível para todos os interessados.

“Os outros meios de pagamento continuarão a existir, como DOC, TED, boletos e cheques, mas há um entendimento de que o Pix poderá substituir determinados comportamentos financeiros conforme a popularização do seu uso”, explica José Luiz Rodrigues, especialista em regulação do mercado financeiro e sócio da JL Rodrigues & Consultores Associados. “Por ser mais rápido, o Pix poderá diminuir os prazos de entrega de compras feitas pela internet. Enquanto o boleto bancário demora um dia ou dois para registrar o pagamento, o Pix fará isso em segundos. Isso é positivo também para varejo, que terá em mãos um sistema financeiro mais rápido, prático e seguro, o que deverá impactar positivamente na gestão dos negócios na própria prestação de serviços”.

A nova modalidade de pagamento poderá ser usada para qualquer tipo de transação, como transferências de dinheiro entre pessoas ou empresas, pagar contas de água e luz e até a quitação de taxas públicas, como a de passaportes ou impostos. “O Pix poderá ser utilizado em todos os dispositivos eletrônicos das instituições financeiras ou de pagamento, como aplicativos para smartphones e caixas eletrônicos. Isto traz para instituições de pequeno porte, fintechs e demais startups a possibilidade de disputar espaço no mercado”, complementa o especialista.

Para a empresa de tecnologia LiveOn, que oferece toda a base digital para a prestação de serviços financeiros, já é perceptível o aumento de empresas que desejam ofertar o Pix aos consumidores. “Hoje, atuamos com 28 clientes, sendo 25 bancos. Nossa equipe também cresceu para atender a alta demanda: passamos de 8 para 40 pessoas no time. É um crescimento em cadeia. Com a proximidade do lançamento do Pix e de demais tecnologias, houve um aumento de consumo. Em um comparativo de junho a agosto, as transações financeiras realizadas em nossas plataformas passaram de R$ 150 mil para R$ 40 milhões”, detalha Lucas Montanini, CEO da companhia.

Criada em 2015, a empresa surgiu para desenvolver soluções web e mobile, com foco em startups. Nos últimos dois anos, ao acompanhar as renovações tecnológicas e os debates sobre a estrutura financeira nacional, a LiveOn passou a direcionar seu conhecimento digital para o desenvolvimento de plataformas financeiras e soluções de pagamentos. Entre seus cases de sucesso está a Conta Black, uma conta 100% digital direcionada para pessoas que não têm acesso a serviços financeiros nas instituições bancárias tradicionais. 

“Quando se pensa em banco, um dos primeiros pensamentos é voltado à burocracia. As filas, os processos longos. Existe um debate sobre otimização e quebra desse cenário e, ao acompanharmos o panorama tecnológico mundial e as demandas da sociedade, percebemos que o universo bancário deve absorver essas soluções digitais em pouco tempo”, pondera Lucas.

O especialista em regulação José Luiz Rodrigues complementa: “Será cada vez mais comum o surgimento de novos produtos ou empresas no cenário financeiro. Porque a modernização do Sistema Financeiro Nacional, provocada pela chegada de inovações como o Pix, open banking e sandbox, está fazendo com que o mercado se estruture para atender às novas demandas de consumidores. Isso vem gerando novos processos de fusão, incorporação, parcerias, compra e venda, entre outros modelos de organização ou reorganização”.

 

JL Rodrigues & Consultores Associados

https://jlrodrigues.com.br/

 

Como a LGPD afeta a vida do cidadão

Medidas simples ajudam a preservar dados pessoais

 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) acaba de entrar em vigor e, embora esteja ligada às empresas que possuem as informações, vai afetar diretamente a vida dos cidadãos. Hoje em dia, qualquer organização pode solicitar diversas informações aos clientes, ainda que essas informações/dados não tenham relação com os serviços oferecidos por ela. Muitos desses dados pessoais eram fornecidos sob a promessa de confidencialidade, entretanto, acabam sendo comercializados sem o devido consentimento dos clientes, causando ainda uma série de transtornos, como envio de spams em e-mails, telemarketing etc. A lei surgiu com a necessidade de justamente evitar estes problemas.

A principal dúvida dos consumidores é se, de fato, a lei vai proteger seus dados de forma segura, sem vazamentos. Segundo Luciana Sterzo, superintendente jurídica da Tecnobank, o que se espera para os cidadãos é que o tratamento desses dados finalmente seja feito com medidas de segurança. “São medidas técnicas e administrativas, aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou ilícito”, explica. 

De modo geral, a ideia é tornar a vida das pessoas mais privada e com menos invasores indesejados. "De qualquer forma, é importante também que os brasileiros comecem a rever seus modos de exposição, pois muita gente costuma deixar livres seus dados por conta própria em suas redes sociais, como telefone, e-mail e até endereço, o que dificulta ainda mais a preservação dessa privacidade tão buscada por todos", ressalta Luciana.

Sendo assim, a grosso modo, o consumidor passa a ter mais proteção. Mas, como isso vai acontecer? Indiferente de ter uma lei em vigor ou não, é importante seguir algumas dicas para evitar o acesso indesejado aos dados pessoais.

  1. Cuidado com as informações passadas em redes sociais e aplicativos de relacionamento: é costume expor informações demais nas redes sociais e isso pode, sim, prejudicar. Cuidado com os conteúdos postados (check-in em endereço residencial, telefones e endereços em seu perfil, datas de nascimento, documentos em geral, saber quais locais públicos você costuma frequentar e fotos de crianças com uniformes escolares), pois eles podem, muitas vezes, ser grandes pistas para intrusos.
  2. A segunda dica pode até ser um complemento de segurança para a primeira: busque, ao máximo possível, gerenciar as configurações de privacidade das redes e buscadores usados. Filtre o acesso e a utilização dos dados pelas empresas, pois isso dificulta a descoberta dos invasores.
  3. Cuidado com os aplicativos de celular e também com acessos à internet por computador. Não aceite as políticas de privacidade sem ler totalmente e entender se aquilo pode acabar invadindo seus dados para uso em outros fins.
  4. Atente-se às sugestões de cadastros em restaurantes, lojas diversas, mercados e até mesmo via telefone. Evite preencher muitos cadastros, pois quanto mais informações fornecer, você mesmo pode ajudar a fazer com que seus dados sejam usados para outros meios.
  5. Não use wi-fi público para acessar aplicativos de bancos, pois há um grande risco de que seus dados sejam vistos por algum monitoramento. Caso seja inevitável usar a rede compartilhada, procure instalar um app de VPN (software virtual privado que praticamente impossibilita o acesso a seus dados na internet) no celular ou computador. 




Tecnobank

 

domingo, 1 de novembro de 2020

Ensaio sobre a lágrima

“Chora, Tistu, chora. É preciso.

As pessoas grandes não querem chorar, e fazem mal,
porque as lágrimas gelam dentro delas, e o coração fica duro.”
(Maurice Druon, em “O menino do dedo verde”)


 
 
Sempre apreciei a expressão “olhos marejados”. É, para mim, de uma beleza plástica incrível. Os olhos, as “janelas da alma”. E o mar, com seu ir e vir das ondas.
 
Olhos marejados são assim. Lágrimas que pensam em deixar o conforto dos olhos, mas que se retraem como quem diz: “Ainda não é hora” ou, então: “Ainda não posso me desnudar”.
 
A lágrima revela tudo. Insólita por natureza, carrega consigo dor, tristeza, alegria, emoção. A lágrima marejada contém-se em si mesma. Ela é suficiente para cobrir toda a superfície ocular. Faz os olhos brilharem, refletindo a transparência da alma.
 
Hospitais são locais onde se tratam pessoas doentes. Construções de paredes sólidas e áridas, brancas e gélidas. Uma arquitetura onde o calor naturalmente se dissipa e onde as vozes ecoam assustadoramente – assim como as rodas e rodízios das cadeiras e macas que perambulam pelos corredores.
 
Acho que um dia algum publicitário passou por um hospital e percebeu que ali faltava algo. Resolveu, então, colorir as paredes das alas de pediatria, instalar uma capela no térreo e criar um banco de sangue. Tudo isso para humanizar aquele ambiente – porque o que lhe faltava era vida.
 
Ao contrário do que se faz supor, hospitais, e aqui excluo as maternidades, são moradas não da saúde, mas da doença. A saúde reside no sorriso maroto de uma criança, nas árvores que florescem na primavera, na conjunção erótica dos amantes. Nos hospitais, habitados pela doença, a morte espreita, vagando livremente, rindo-se com sarcasmo do sofrimento de internos e familiares.
 
Os profissionais – médicos, enfermeiros e assistentes – aprendem a ser heróis sem coração. Heróis porque lutam contra a engenhosidade ardilosa da doença que busca refúgio nos recônditos da complexidade do corpo humano, procurando dificultar o trabalho de sua descoberta. É um jogo de caça, de esconde-esconde, no qual o bem luta para triunfar enquanto o mal, uma vez instalado, dá-se por vitorioso desde o início, nada tendo a perder.
 
Entretanto, por atuarem numa batalha tão desigual, muitas vezes patrocinada pelo despreparo, pela desqualificação ou pela desestrutura, estes heróis aprendem a dominar suas emoções. Afinal, são tantos dias, dias após dias, horas e mais horas, enfrentando as adversidades, testemunhando a amargura velada ou silenciosa de seus pacientes, acompanhando o desespero e, por vezes, o destempero de familiares – que transitam com suas faces avermelhadas e seus óculos escuros, e não em decorrência do esplendor do sol –, que tudo aquilo se torna rotineiro. Cena do cotidiano.
 
Quando seu time de futebol vence uma partida, você fica feliz. Até esfuziante. Cada gol é comemorado como se fosse único. Mas se a equipe se torna imbatível, as conquistas perdem o sabor, porque se tornam previsíveis. A felicidade vira alegria. A alegria vira desdém. Assim ocorre com a maioria dos médicos. A sensibilidade se esvai, por hábito e por dever de ofício. E eu os respeito por isso, porque seria incapaz de fazê-lo. Por esse motivo tomei como profissão a mente, e não o corpo das pessoas. Fiz de um lápis, uma caneta ou um teclado meu próprio bisturi.
 
Em uma manhã fria e cinzenta de novembro, de um distante, mas sempre próximo ano de 2004, minha mãe nos deixou. Cinco anos depois, foi a vez de meu pai. No combate à doença, em ambos os casos, não nos faltou empenho, não nos faltou solidariedade, não nos faltou fé. Só nos falta a presença física deles.
 
Os olhos já não estão mais marejados, porque as lágrimas decidiram que era hora de se despir e ganhar o mundo. Tomaram formatos e feições diversas, algumas discretas como o orvalho da manhã, outras intermitentes como garoa paulistana.
 
Por coincidência ou não, os céus, em sintonia, harmonia e deferência, também derramaram suas lágrimas, por meio da chuva, anunciando a purificação, a renovação e a mensagem de que a vida segue.



 
 
 Tom Coelho - educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.

  

Vivenciar o Luto é Saudável

Segundo a neuropsicóloga Leninha Wagner, os sentimentos que emergem com o luto são aqueles mais desafiadores de se lidar: Perda, dor, despedida, vazio. “Por isso muitas vezes nos sentimos tentados a ultrapassar rapidamente este momento para abreviar o sofrimento. Mas nem sempre o atalho é o melhor caminho a seguir. Sobretudo se estamos falando de como nos relacionar com as emoções. As emoções negativas, são extremamente difíceis de serem digeridas, mas se acolhermos e compreendermos a finitude humana, encontraremos uma dimensão curativa na elaboração do luto”.

Além disso, ela detalha que o luto “é um processo que resulta de uma ‘perda’ significativa para a nossa vida, e se refere a um investimento afetivo que não tem mais quem o ‘receba’. Não se trata, portanto, de um obstáculo a ser vencido o mais breve possível!” Leninha lembra ainda que “se não vivermos o luto até o fim, não elaboramos a perda, impedindo o término desse processo”.

Na maior parte das vezes, a sociedade compreende o luto como um processo instaurado pela morte ‘concreta’, de alguém próximo. Mas, destaca Leninha, “ele pode estar relacionado também a rompimentos de outras naturezas, ou ao encerramento de ciclos. Como por exemplo, o término de um relacionamento, o rompimento de uma amizade, a perda de um emprego ou mesmo de um projeto de vida”. Mas, a neuropsicóloga detalha, “em qualquer um dos casos, ele é um momento fundamental porque implica na ressignificação de emoções e na restauração do indivíduo após a perda do objeto amado”.

Após um tempo, é necessário recolher o investimento afetivo, pois já não há a quem entregar esse sentimento. Para isso, observa Leninha, é fundamental descobrir outras fontes de desejo e de prazer: “Então, o melhor é se permitir passar pelo processo de transformação gerado por esse ‘adeus’ que vai nos preparar para os caminhos que podem surgir no futuro. É importante viver isso para deixar o ‘novo’ chegar”.

 

Não é um caminho fácil

 No entanto, vale lembrar que quando se trata de viver o luto, não existe um padrão de comportamento a ser seguido, acrescenta Leninha: “Algumas pessoas ficam mais à flor da pele, sentem vontade de falar, chorar e de contar com a companhia de alguém. Mas há quem opte em se recolher porque precisa desse isolamento para reorganizar as emoções. Não existe uma maneira ‘melhor’ ou ‘pior’ de vivenciar essa experiência, então o mais importante é respeitar o processo de cada um”. Nesse sentido, Leninha Wagner lembra que “existem várias gradações do luto, em alguns casos ele pode ser mais longo, em outro, ele pode ser mais breve. Se a pessoa sentir que precisa de ajuda, é fundamental que ela possa pedir sem medo, que ela não se furte a esse direito. Nessas horas a postura dos amigos e familiares que estão em volta faz total diferença”.

Mas atenção: Leninha ressalta que “negar a expressão da dor do outro com comandos como ‘não chore’, ‘pare de sofrer, porque ele (a) não quer te ver triste’ são desencorajadores. Você estará ajudando muito mais se demonstrar entender a dor do outro. O outro precisa ver a sua dor ‘legitimada’, afinal aquela morte abriu um ‘rombo de dor e saudade’ em seu coração. Então é preciso deixar a pessoa à vontade para experienciar a dor do seu jeito, sem que seja censurado. Isso é importante para o processo de ‘cura”, explica.


Quando é necessário acompanhamento psicológico?

É difícil medir, mas Leninha observa quando a pessoa fica parada no tempo em que o outro se foi, não consegue falar de marcos de outros tempos, é bom ficar alerta. “Principalmente se percebemos que o tempo passou e nada se realocou. Claro que alguns podem se fortalecer mais rápido, mas a sensação de imobilidade por um longo período é preocupante”. No entanto, o extremo desse comportamento também gera preocupação, isto é, “não entrar em contato com essa dor. Pois estamos conectados o tempo todo, e em época de pandemia esse comportamento se intensificou. E as grandes infelicidades não aparecem nos palcos das redes socais, todos querem parecer e aparentar que estão felizes”. Essa “ditadura da felicidade” pode se esconder, avalia Leninha, “nos bastidores, causando doenças reais, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico etc.”.

A neuropsicóloga ressalta que é importante avaliar cada passo dado, pois “estamos trabalhando remotamente e de forma quase incessante, não ter tempo para elaborar as dores da vida, nos movimentos naturais de perda e finitude é negar vive como humanos que somos, é adoecer!” Assim, a preocupação é pertinente, pois quando “perdemos alguém ou algo que amamos, e entramos novamente na roda da vida, atendendo a demanda do mundo externo sem nos conectarmos com nossos conteúdos internos”, é nos tornarmos estranhos e desconhecidos à nós mesmos.

O luto, completa Leninha, “deve nos permitir entrar em contato com nossa característica mais concreta: a finitude. Somos seres vivos, tudo que é vivo tem um começo, um meio e um fim. Por isso o tempo e a vida, são tão caros. Porque partimos”. “Precisamos viver antes de morrer”, aconselha.

 

Elaboração do luto

 Leninha Wagner destaca que o processo de luto “é instalado para a elaboração de uma perda, consistindo no desligamento da libido a cada uma das lembranças e expectativas relacionadas ao objeto perdido, por isso, é considerado um processo lento e penoso”. E suas fases são:

1- Negação: “Eu estou bem”.

2- Raiva: “Isto não é justo”.

3- Negociação: “Eu faria qualquer coisa pra não passar por isso”.

4- Depressão “Eu estou tão triste”.

5- Aceitação: “Era pra ser assim”.

“A perda de algum objeto amado traz, ainda que momentânea, a fragmentação e desestruturação do sujeito. O luto é um processo de reconstrução e reorganização diante de uma perda, desafio psíquico com o qual o sujeito tem de lidar”, completa a neuropsicóloga. E ela finaliza: “Diante de um luto patológico, da impossibilidade de elaborar uma perda, onde a pessoa não consegue se reorganizar, busque ajuda profissional”, alerta.

 

 

Fabiano de Abreu 

Aos mortos de nosso tempo

Sem que tenham praticado nenhuma ilicitude    

castigou-os um juiz de togas puídas e bocejos.

Corroeu-lhes as nervuras íntimas dos corpos

a maioria já exaurida pelo passar dos tempos.

 

E nem o féretro das magoas os levou aos céus

nem a última procissão do óbito tensa

conquistaram na prolação da última sentença

carcomidos pela infausta e insólita doença.

 

Poderia ser um sábado, uma manhã ou uma tarde,

banhados pelo sol que nos dá vida e alento

desciam às ínferas terras do apodrecimento.

 

Os corações saudosos choraram injuriados

dezenas vezes os milhões sepultos

solitariamente, não eram mortos, apenas vultos.

 



Amadeu Garrido de Paula - poeta e ensaista literário, é advogado, atuando há mais de 40 anos em defesa de causas relacionadas à Justiça do Trabalho e ao Direito Constitucional, Empresarial e Sindical. Fundador do Escritório Garrido de Paula Advocacia e autor dos livros: “Universo Invisível” e “Poesia & Prosa sob a Tempestade”. Ambos à venda na Livraria Cultura.


Falando sobre morte com os pequenos: 8 livros para ajudar pais a trabalharem o tema com as crianças

Histórias lúdicas e sensíveis são boa forma de fazer crianças compreenderem mais sobre assunto e aprenderem a lidar com emoções acerca das perdas


A aproximação do dia de Finados faz com que a morte dos entes queridos seja mais lembrada e comentada entre as pessoas e pode acabar sendo uma boa oportunidade para introduzir o assunto e trabalhar esse tema com as crianças. Se para os adultos lidar com a morte é complexo e difícil, para os menores, que ainda não sabem lidar bem com os sentimentos e nem entender o que significa a morte de fato, pode ser ainda mais complicado. 

De acordo com a editora de Literatura da Positivo Soluções Didáticas, Cristiane Mateus, os livros, neste momento, se transformam em uma boa alternativa para auxiliar os pais a conversarem sobre esse tema com as crianças. "O momento da leitura aproxima crianças e adultos. Faz com que os pequenos estejam mais propensos à escuta. Histórias que falam sobre a morte e apresentam a perda sob diferentes ângulos podem ajudar a criar o ambiente ideal -  tranquilo e lúdico - para que os pais falem sobre o assunto com os filhos", explica Cristiane. 

Ela lembra que existem inúmeras histórias que falam sobre a morte, diversas e diferentes entre si. "Para escolher os títulos mais adequados, é essencial levar em conta a idade da criança e o quanto ela já é capaz de compreender sobre o assunto", reforça Cristiane. 

Para ajudar os pais a abordarem o tema em casa, por meio da leitura, segue uma seleção de oito livros infantis que falam sobre a morte e a perda.


1- Menina Nina — duas razões para não chorar, de Ziraldo (de 5 a 8 anos)


Menina Nina narra, de maneira bastante poética, a relação de uma garota com a sua avó. Toda a história é conduzida de forma leve e alegre, até que a dor aparece com a perda da avó. É a partir daí que começam a surgir questionamentos, quando Nina passa a tentar entender o que aconteceu. Ziraldo apresenta aos leitores duas razões do porquê não chorar, com uma linguagem simples, direta e cheia de esperança.



2- Marcéu, de Marcos Bagno (a partir de 10 anos)

Com muita beleza e sensibilidade, este livro de Marcos Bagno trata da relação de dois irmãos, Marcos e Marcéu. Os dois moravam numa casa à beira de um rio. Um rio gigante, que não dava para ver o outro lado de tão largo. Marcéu dizia que do outro lado do rio moravam as ideias. Marcéu, que tem um contato íntimo com a natureza, morre em uma enchente. O mais velho, com a trágica experiência, amplia e aprofunda sua visão de mundo e de si mesmo. Emocionante, poético, sensível e sem drama.


3- Para onde vamos quando desaparecemos?, de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso (a partir de 9 anos)

A partir de uma série de questionamentos, somos levados a refletir sobre a finitude da vida, sobre o tempo e, claro, sobre o aparecer e o desaparecer. Embora, mesmo para os adultos, seja praticamente impossível responder à questão proposta, a narrativa consegue lançar novas hipóteses sobre esse tema, trazendo poesia e respostas mais sérias. Elas variam conforme os casos apresentados, que vão desde as meias que “desaparecem” misteriosamente, até o sol que todos os dias vai embora. 


4- Ficar triste não é ruim, de Michaelene Mundy (de 5 a 8 anos)


Este livro oferece às crianças de todas as idades (e às pessoas que as amam e orientam) uma visão realista e confortadora da perda - cheia de estímulos positivos e alentadores para lidar com a perda na infância. A obra promove o crescimento por meio de um sentimento de pesar honesto e sadio.



5- O Anjo da Guarda do Vovô, de Jutta Bauer (de 4 a 10 anos)

A partir de uma narrativa singela, um avô, que está em seu leito no hospital, passa a recordar e a contar para o neto os principais momentos da sua vida. Por meio dos desenhos, o leitor descobre que, em cada um desses acontecimentos, o vovô não estava sozinho: o seu anjo da guarda sempre estava por perto. Tudo nessa história é “dito sem dizer”, traduzindo o momento da despedida de forma completamente poética, falando sobre temas como experiência, aprendizado, legado e claro, sobre como lidar com a morte.


6- Pode chorar coração, mas fique inteiro, de Glenn Ringtved e Charlote Pardi (a partir de 6 anos)

A obra retrata um delicado processo de despedida vivido por uma avó e seus 4 netos. No centro da história está a Morte, uma figura temida e assustadora que, neste livro, mostra-se generosa e atenta à escuta e ao momento vivido pelos pequenos. E, ao longo das páginas, descobre-se que essa presença acolhedora é quem mostrará que abrir espaço para falar e conversar sobre as despedidas pode tornar algumas travessias mais humanas e possíveis. É dela, inclusive, a maravilhosa frase que dá nome à obra, a qual carrega uma importante lição para vida.


7- Harvey — Como me tornei invisível, de Hervé Bouchard (a partir de 9 anos)

Harvey é um garoto inteligente, mas que vê a sua vida virar de ponta cabeça após a morte do pai. Compelido por um sentimento desolador e desconhecido, o garoto tenta se refugiar, criando um mundo próprio de fantasia. Para isso, imagens e textos caminham lado a lado, ajudando a descobrir esse sentimento tão cruel e terrível que é trazido pela morte e também como aprender a lidar com ele. 


8- A preciosa pergunta da pata, de Leen van den Berg (a partir de 1 ano)

A pata possui uma pergunta preciosa: afinal,o que acontece conosco quando falecemos e para onde vamos? Um questionamento importante para a pata, já que há pouco tempo ela sofrera a perda do seu patinho, algo que a entristece bastante. Buscando resposta para sua pergunta, a pata se encontra com vários personagens e cada um dará uma resposta completamente diferente para a sua dúvida, ajudando a entender de forma poética a morte e o que acontece quando morremos

 

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