Sem que tenham praticado nenhuma ilicitude
castigou-os um juiz de togas
puídas e bocejos.
Corroeu-lhes as nervuras
íntimas dos corpos
a maioria já exaurida pelo
passar dos tempos.
E nem o féretro das magoas os
levou aos céus
nem a última procissão do
óbito tensa
conquistaram na prolação da
última sentença
carcomidos pela infausta e
insólita doença.
Poderia ser um sábado, uma
manhã ou uma tarde,
banhados pelo sol que nos dá
vida e alento
desciam às ínferas terras do
apodrecimento.
Os corações saudosos choraram
injuriados
dezenas vezes os milhões
sepultos
solitariamente, não eram
mortos, apenas vultos.
Amadeu
Garrido de Paula -
poeta e ensaista literário, é advogado, atuando há mais de 40 anos em defesa de
causas relacionadas à Justiça do Trabalho e ao Direito Constitucional,
Empresarial e Sindical. Fundador do Escritório Garrido de Paula Advocacia e
autor dos livros: “Universo Invisível” e “Poesia & Prosa sob a Tempestade”.
Ambos à venda na Livraria Cultura.
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