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quinta-feira, 26 de julho de 2018

Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho – Um marco na luta por melhores condições


No dia 27 de julho é celebrado o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho – um marco da luta dos trabalhadores por melhores condições de saúde e segurança no exercício de suas funções. Na década de 70 o país era o campeão mundial de acidentes do trabalho, estimativas da época calculam que anualmente ocorriam 1,7 milhão de acidentes, 40% deles com lesões.

Pressionado pelo Banco Mundial, que ameaçava cortar os financiamentos para o Brasil, caso o quadro de acidentes de trabalho não fosse revertido, em 1972, o então ministro do Trabalho, Júlio Barata, regulamentou a formação técnica em Segurança e Medicina do Trabalho, através das Portarias nº 3.236 e nº 3.237, que regulamentaram a formação técnica e criaram o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), atualizando o artigo 164 da CLT. A partir da mudança na legislação o Brasil se tornou o primeiro país a ter um serviço obrigatório de Segurança e Medicina do Trabalho em empresas com mais de 100 funcionários.

Passados quase 50 anos o quadro mudou bastante, o empresário moderno sabe que a segurança do trabalho está diretamente ligada à qualidade e produtividade de seus funcionários. Os investimentos na área não são mero cumprimento da lei, mas uma aplicação com retorno garantido. Se por um lado treinamento e infraestrutura de segurança têm custos, por outro evitam gastos com processos, indenizações e tratamentos de saúde. 

Segundo a Previdência Social e com o Ministério do Trabalho, desde 2012, a economia brasileira já sofreu um impacto de R$ 22 bilhões por causa de pessoas afastadas de suas funções após sofrerem ferimentos durante o trabalho.

Atualmente regido pela NR 4 – Norma Regulamentadora nº 4, que dentre outras atribuições lhe outorga a responsabilidade por implementar as políticas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) nas empresas o SESMT é responsável por assegurar a integridade física dos trabalhadores, mas também de alertar a equipe contra novas doenças e ajudar a tomar precauções contra acidentes de pequeno porte, que podem prejudicar os trabalhadores. 

Cada profissional desta equipe desempenha uma função específica, de acordo com a sua formação. O médico do trabalho atende os empregados em diversas questões de saúde, com o apoio dos enfermeiros. Já os engenheiros e técnicos são responsáveis por garantir o bom funcionamento dos equipamentos de proteção individual e coletiva para prevenir acidentes.

Os fatores mais importantes na Segurança e Saúde do Trabalho são a conscientização, a capacitação e o treinamento de cada trabalhador, independente da sua posição na hierarquia da empresa. É primordial que cada um deles entenda sua responsabilidade no cuidado da segurança de seus colegas, e juntos construam um ambiente seguro e em condições adequadas para a produção.









Antonio Carlos Vendrame — Diretor da Vendrame Consultores Associados, referência nacional em Segurança do Trabalho, Medicina Ocupacional, Meio Ambiente e na capacitação de profissionais através de treinamentos de formação e reciclagem.

A cultura organizacional como alicerce na transformação digital das organizações


Em meados da década de 90 as empresas passaram por uma grande mudança, oriunda das fusões e aquisições que aquele período demandou. As estatísticas da época evidenciaram que as maiores dificuldades para o sucesso - ou a falta dele - nestas aquisições, se deram pela cultura organizacional. Quase 20 anos se passaram e ainda nos deparamos com o mesmo paradigma quando falamos em transformação digital. 

 O primeiro passo necessário é entender que ser digital não significa ter um site, estar nas redes sociais ou mesmo ter uma plataforma como um aplicativo. A transformação digital vai além da tecnologia – ela reinventa o modelo de negócio, a estratégia da empresa e requer mudanças não apenas de tecnologia e de processos, e sim, comportamentais. Neste momento, o papel do RH é de extrema importância para conhecer quais são os novos desafios do negócio e desenvolver e adequar a cultura organizacional de forma a colaborar que o resultado desejado seja atingido. Especialistas afirmam que nos próximos 15 anos todas as empresas serão digitais.

Para isso os CHRS devem liderar, em conjunto com a equipe de TI, todo o “change manegment” necessário para a mudança. O que já sabemos é que precisamos nos acostumar com o fato de que a verticalização das estruturas organizacionais deixarão de existir. Empresas digitais trabalharão em rede, com equipes horizontalizadas. Os colaboradores desta nova era são pessoas com maior autonomia, autogerenciáveis, inovadoras e criativas, orientada a processos, prontos para atuar de forma sistêmica em uma empresa orgânica e integral.

O cenário empresarial do futuro é claro: mais de 50% dos empregos que existirão até 2030 ainda não foram criados. Por isso, as empresas precisam iniciar uma transformação gradual de postura e exigir que o seu RH esteja alinhado tanto na estratégia, quanto na sua cultura organizacional para que, durante o processo, o DNA da empresa seja mantido e a transformação bem-sucedida. 

As empresas que não se transformarem mesmo que de forma gradativa não sobreviverão. A cultura será o alicerce da transformação digital, que começa por pequenas mudanças como ter um ambiente diverso, de compartilhamento, comunicação, conhecimento compartilhado e confiança, com forte senso de colaboração e agilidade.  

Transformar-se digitalmente vai além da tecnologia: trata-se, de pessoas, dessa forma a área de gestão de pessoas se tornará protagonista, cabe à ela, a responsabilidade de ser inovar ser estratégica e preparar tanto colaborador quanto empresa, deixando -os alinhados e preparados para receber o futuro.







Claudia Santos - especialista em gestão estratégica de pessoas, palestrante, coach executiva e diretora da Emovere You (www.emovereyou.com.br).


Economia da Insegurança


Quem lucra com ataques cibernéticos?


O mercado de segurança da informação é economicamente ineficaz, ou seja, contraria a regra da melhor alocação possível de recursos. A Forbes aponta que serão gastos US$ 93 bilhões em segurança da informação em 2018, um aumento de 14% em relação a 2014.

Mesmo assim, ataques devastadores contra grandes empresas e ameaças globais como WannaCry dominaram as manchetes. O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais acompanha ataques cibernéticos significantes e aponta o aumento de casos em 230% desde 2014. Isso significa que pagamos 14% mais para deter um problema que cresceu 230%.

Esta soa como uma indústria eficiente? A principal causa dessa ineficiência é a má alocação de recursos. Devemos examinar como um antivírus antigo cria respostas para novas ameaças: cada inovação adiciona uma camada de proteção à última.

Embora compreensível esse método não é muito eficaz, pois cria soluções de segurança mais pesadas e que exigem mais recursos do sistema. Cada minuto para processar dados adicionais é um tempo precioso desviado do negócio.

O ataque global do ransomware WannaCry fez manchetes em 2017. Três dias depois foi publicado o aumento das ações de empresas de segurança cibernética. Em seguida, os ataques do NotPetya atingiram a Ucrânia antes de se espalharem para outros 64 países. Dois dias depois, a NASDAQ informou o disparo das ações dessas empresas.

Embora seja contraditório, as empresas de segurança da informação se beneficiam das violações. Alguém pode pensar que esse aumento reflete a preocupação de empresários em proteger seus sistemas.

Se esse fosse o caso do WannaCry, o que explicaria a mesma reação do mercado quando ocorreu o NotPetya? Uma indústria que fornece computação segura não deve se beneficiar de falhas. O público confia nessas empresas para protegê-lo de malwares, mas essa confiança não parece merecida.

Em suma, a natureza reativa da segurança da informação levou à criação de soluções multicamadas ineficazes. As empresas adotaram uma filosofia de que violações são inevitáveis, gerando uma cultura de mediocridade e apatia e, como lucram com essa situação, têm um bom motivo para não mudarem.

O futuro da segurança da informação pede soluções proativas, preventivas e leves, e não um ciclo sem fim de novas defesas sobre os restos quebrados da última. A menos que a visão do mercado mude, essa situação tende a continuar.




Malcolm Harkins - CSTO (Chief Security & Trust Officer)da Cylance



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