Entidade disponibiliza para toda a sociedade brasileira material digital e gratuito que esclarece termo cada vez mais utilizado equivocadamente como ferramenta no discurso de ódio aos judeus
O Instituto
Brasil-Israel (IBI) lançou, na quarta, 3, o “Guia
sobre o sionismo”, um material disponível digital e gratuitamente para a
sociedade brasileira que traz um aprofundamento da explicação acerca do que é,
o que não é e outras noções sobre o termo que define a autodeterminação
nacional do povo judeu. A ideia de construir um guia introdutório sobre o tema
foi motivada para servir como base para estudos e reflexões acerca do sionismo,
num momento em que ele tem sido bastante utilizado de forma desconstruída e
como ferramenta para justificar e disseminar o discurso de ódio aos judeus.
“O sionismo,
sobretudo após outubro de 2023, passou a fazer parte dos debates em diversos
meios que influenciam a opinião pública: seja nas redes sociais, nas
universidades, nos meios de comunicação ou em outra esfera. Apesar de ser
polissêmico, o termo adquiriu uma conotação simbólica polêmica, dividindo
opiniões nas discussões sobre o conflito entre Israel e os palestinos. Em busca
de dar subsídios e informações qualificadas, criamos este guia específico sobre
o assunto”, diz Carolline Mello, gerente de Educação do IBI.
O guia trata da
origem, definição e histórico do movimento sionista, suas diferentes correntes,
as disputas políticas em seu interior e as expressões de movimentos juvenis
sionistas em Israel e na diáspora. Já ao abordar os movimentos de
deslegitimação do sionismo no Brasil e no mundo, algo que vem se acentuando nos
últimos anos, sobretudo devido a ausência de uma solução para a questão
palestina, o guia traz ao público informações de qualidade com o intuito de
mostrar os riscos em transformar o sionismo e os sionistas em raiz e causa
corrente de toda a opressão ao povo palestino, o associando ao colonialismo,
como uma forma de ideologia a ser combatida.
“Atualmente,
alguns grupos buscam atacar e deslegitimar o sionismo, em vez de direcionar
suas críticas ao governo de Israel – como fariam com qualquer outro país
inserido em contexto semelhante. É preciso salientar que o sionismo se
constituiu a partir de correntes distintas, projetos nacionais paralelos e até
antagônicos, que vão do socialismo ao messianismo nacionalista. Este guia se
propõe a fomentar, justamente, o debate sobre os sionismos, no plural, uma vez
que tais correntes têm muito mais conflitos do que pontos de interseção. A
compreensão acerca dessa complexidade, com mais informação disponível ao
público, deve ajudar nesse entendimento de que, por se tratar de um movimento
nacional como qualquer outro, admite inúmeras formas”, afirma Carolline.
Carolline conclui:
“O IBI acredita num sionismo que promova igualdade e democracia e que dê ao
povo judeu seu direito à autodeterminação histórica, e que também prevê a
criação de um Estado palestino, através de negociações pacíficas e bilaterais
entre as partes, que atenda à justa demanda dos povos pelo direito à
autodeterminação nacional. Esta é a luta que nós decidimos travar, por um
sionismo democrático, inclusivo e pacífico, com o objetivo de construir uma
realidade sem antissemitismo, racismo, ocupação e opressão.”

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