Saiba mais sobre o modelo de negócio
usado por empresas de serviços digitais que oferecem produtos de graça para
fisgar bons clientes
Quem se lembra daqueles CD-ROM
de programas de computador que vinham como brindes em revistas de informática
vendidas em bancas de jornal na década de 1990?
Em muitos casos, os programas,
como softwares de antivírus, operavam por tempo determinado ou em uma versão
limitada. E, para ter acesso a todas as funcionalidades, era necessário comprar
a versão premium.
A junção de produtos e serviços
gratuitos (free) com funcionalidades pagas (premium) deu origem
ao conceito Freemium, que hoje é um modelo de negócio muito popular
usado em startups e outras empresas de serviços digitais.
Saiba mais sobre o termo.
QUANDO
SURGIU
O modelo freemium já
era usado antes do termo ser cunhado em 2006. O criador da expressão foi Fred
Wilson, fundador da Union Square Ventures, empresa de capital de risco que
investiu em empresas como Facebook e Kickstarter.
Em um artigo publicado em seu
blog, Wilson descreveu como seria o seu modelo de negócio favorito: oferecer um
produto de graça para conquistar muitos clientes e crescer por meio do
burburinho causado pelos próprios usuários.
Na época, Wilson citou o
exemplo do Skype, em que os usuários realizam chamadas de voz gratuitamente
dentro da plataforma, mas pagam para ligar para telefones comuns.
Em 2009, o modelo de
negócio freemium ganhou ainda mais popularidade ao ser um dos
temas do livro Free, de autoria do físico e jornalista Chris Anderson, autor
de A Cauda Longa.
De acordo com Anderson, a
solução para uma empresa que, mesmo investindo em publicidade, possui
dificuldades para vender é oferecer versões básicas de seus produtos
gratuitamente – e cobrar de usuários que precisam de aplicações mais complexas.
Neste caso, uma minoria pagante
pode gerar receitas suficientes para bancar toda a operação.
AS
VANTAGENS E RISCOS
A vantagem do modelo freemium é
a rapidez com que capta usuários – para isso, além de gratuito, o serviço
precisa ser fácil de usar, intuitivo, e, se possível, gerar certo grau de
dependência no usuário.
E se poucos usuários optarem
pela versão Premium e a empresa não obter grandes lucros?
Para evitar esse risco, o
empreendedor precisa oferecer um produto suficientemente bom para
atrair clientes, ao mesmo tempo em que disponibiliza recursos adicionais
e exclusivos que serão necessários para determinados segmentos de
usuários.
De acordo com Chris Anderson,
um dos motivos que levam os usuários a pagar pela versão premium é a
comodidade.
O autor cita o exemplo do
iTunes, serviço de compra de música virtual da Apple. Anderson diz que os
usuários poderiam baixar músicas gratuitamente em diversos sites, mas escolhiam
o iTunes devido à qualidade da música, segurança contra vírus e facilidade de
busca de faixas na plataforma.
EMPRESAS
COM MODELO FREEMIUM
O modelo freemium é
bastante usado por empresas de produtos digitais. Nessas empresas, não há
o custo de produção unitário. A partir do desenvolvimento do produto, o custo
de produção não muda se a empresa atender 100 ou 1 milhão de pessoas.
O Linkedin é uma das maiores
referências em modelo freemium. Grande parte dos usuários
brasileiros frequenta a plataforma gratuitamente. Há, porém, planos pagos
que são segmentados de acordo com interesses específicos.
Outra empresa que adota o modelo freemium é o Spotify, plataforma de música digital, em que usuários premium têm acesso a recursos exclusivos, como músicas em alta qualidade, acesso ao serviço off-line e ausência de volumosa propaganda – chatice reservada apenas aos usuários free.
Italo Rufino
https://www.dcomercio.com.br/publicacao/s/glossario-do-empreendedor-o-que-e-freemium
Nenhum comentário:
Postar um comentário