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sexta-feira, 7 de março de 2025

Com direção de Clara Carvalho, Escola de Mulheres faz temporada popular no Teatro Itália



A comédia clássica de Molière simboliza uma transgressão ao patriarcado e ao conservadorismo, além de trazer à tona com ironia, leveza e elegância, a sagacidade feminina. Brian Penido Ross interpreta o protagonista em cena

 

Um texto clássico de mais de 360 anos de Molière que evoca a sagacidade feminina em uma trama cheia de humor. Sucesso visto por mais de 12 mil pessoas e permeado por esse universo,  Escola de Mulheres chega com temporada popular no Teatro Itália.  A nova temporada acontece de 8 de março a 20 de abril, com sessões aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h.

 

Sob direção de Clara Carvalho, a obra é um gesto de transgressão ao patriarcado e ao conservadorismo, além de trazer à tona com ironia, leveza e elegância, a sagacidade feminina.A montagem é protagonizada por Brian Penido Ross, prêmio Bibi Ferreira, que está em cena ao lado de Ariell Cannal, Felipe Souza, Fulvio Filho, Gabriela Westphal, Nando Barbosa, Leandro Tadeu, Paulo Marcos, e Vera Espuny.

 

“Este é um texto escrito em 1662, quando Molière tinha 40 anos e estava na plenitude de sua potência criativa. Ele também fazia o papel de Arnolfo, personagem que repele frontalmente a ideia de ser traído e, para isso, educa a jovem Inês para que ela se torne sua esposa ideal, criando-a na mais absoluta ignorância. Mas, como em muitas de suas peças, as personagens femininas de Molière são perspicazes, inteligentes e descobrem como se empoderar numa circunstância a princípio desfavorável e o plano de Arnolfo mostra-se muito difícil de implementar. Sente-se no texto a simpatia de Molière pelas mulheres. O machismo patológico é escancarado, ridicularizado e, sentimos um viés francamente feminista. É esse viés que colocamos em cena”, comenta Clara Carvalho.

 

A peça, que foi um sucesso estrondoso na sua estreia em Paris, e gerou infindáveis discussões sobre a polêmica comportamental que trazia, é exemplarmente clássica, com unidade de tempo – tudo se passa em 24hs – espaço e ação e a encenação busca mesclar sugestões do século XVII com traços contemporâneos. Tudo se passa numa praça e, ao fundo, um painel com o sol nos remete a Luís XIV, patrono das artes e da trupe de Molière. Por conta da polêmica que seu texto gerou, Molière escreveu logo, depois da estreia, uma outra peça para responder a seus detratores, A Crítica à Escola de Mulheres.

 

Brian Penido Ross comenta as características de seu personagem e as comparou com outros clássicos do autor: “Arnolfo é um burguês de meia idade e está sujeito às convenções do amor e do casamento, ao contrário do comportamento libertino dos homens e mulheres da corte de Luís XIV. Ele faz toda sorte de intrigas sobre homens que foram traídos e deseja obsessivamente não se tornar um deles. Molière tem uma galeria genial de personagens com comportamentos compulsivos, como Argan, de O Doente Imaginário, ou Harpagão, de O Avarento. Num momento em que o Brasil está lidando com pautas conservadoras e repressivas, rir de Arnolfo e acompanhar a rápida e comovente evolução de Inês em sua compreensão do mundo é muito salutar."

 

Ariell Cannal, um dos idealizadores, ressalta a atualidade do texto clássico: “É incrível que um texto escrito há 360 anos converse tanto com a nossa realidade contemporânea. Numa sociedade onde as mulheres precisam de projeto de lei para conquistarem a igualdade salarial, um autor tão feminista como Molière pode mostrar à plateia que as vontades e desejos femininos têm, sim, força e razão de existir. Molière é um autor necessário”.

 

Durante a preparação da peça a equipe se inspirou em filmes como A Viagem do Capitão Tornado, (1990, de Ettore Scola; Molière, (1976, de Ariane Mnouchkine); O Rei Dança, (2000, Gérard Corbiau); Vatel – Um Banquete para o Rei, (2000, Roland Joffe, além montagens disponibilizadas pela Comédie-Française e pelo Teatro Odéon. 

 

FICHA TÉCNICA – Escola de Mulheres

Idealização: Ariell Cannal, Brian Penido Ross e Clara Carvalho.

Autor: Molière.

Direção / Tradução / Adaptação: Clara Carvalho.

Elenco: Ariell Cannal (Horácio), Brian Penido Ross (Arnolfo), Felipe Souza (Cupido), Fulvio Filho (Crisaldo), Gabriela Westphal (Inês), Leandro Tadeu (Oronte), Nando Barbosa (Alain) , Paulo Marcos (Henrique), Vera Espuny (Georgette).

Direção de Movimento: Guilherme Sant'Anna.  

Músicas / Letras / Direção Musical: Gustavo Kurlat. 

Arranjos / Produção Musical: André Bedurê. 

Violão / Baixo / Instrumentos Virtuais: André Bedurê.

Violino: Naianne Cunha.

Desenho de Luz: Wagner Pinto.

Assistente de Iluminação: Gabriel Greghi. 

Cenógrafo: Chris Aizner.

Design Gráfico do Cenário: Adriana Alves. 

Cenotécnico: Denis Chimanski.

Figurinista: Marichilene Artisevskis.

Costureiras/Modelistas: Judite Geronimo de Lima, Ateliê Bella Modas.

Modelista Casacos: Paula Gaston.

Alfaiate: Pedro Almeida Barre.

Envelhecista: Foquinha Cris.

Design Gráfico da Divulgação: Mau Machado.

Fotógrafo: Ronaldo Gutierrez. 

Redes Sociais: Renato Fernandes.

Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes.

Produção Executiva: Nando Medeiros.

Assistentes de Produção: Nando Barbosa e Paula Stricker.

Direção de Produção: Ariell Cannal / Cannal Produções.

 


Serviço: 

ESCOLA DE MULHERES

Teatro Itália (Av. Ipiranga, 344 - República, São Paulo - SP)

Temporada: De 8 de março a 20 de abril de de 2025. Sábados, às 20h; e domingo, às 19h

Ingressos:: R$40 (Inteira) / R$20 (Meia) (Promoção de Carnaval)

A partir de 15/3: R$60 (Inteira) / R$30 (Meia)

Compra Online: https://cannal.link/escolaIngressos

Classificação: 12 Anos. Duração: 85 Minutos



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