![]() |
Crédito: Brendo Trolesi |
Com texto e direção de
Carla Zanini, espetáculo propõe reflexão sobre a insegurança e o medo
enfrentados diariamente por uma professora sobrevivente de um atentado escolar
A violência escolar
tem ameaçado a educação no Brasil e comprometido o aprendizado nos últimos
anos, o que torna a presença em sala de aula um ato de resistência dos
educadores. É justamente essa a reflexão provocada pelo solo Belmira,
estrelado por Angela Ribeiro e escrito e dirigido por Carla Zanini,
que estreia no dia 13 de março (quinta, 21h30), no projeto Teatro Mínimo, do
Sesc Ipiranga. O espetáculo segue em cartaz por lá até 06 de abril,
com apresentações de sexta e sexta, às 21h30; e sábados e domingos, às
18h30.
O trabalho, segundo a
autora e diretora, nasceu dentro do curso piloto de dramaturgia do Instituto
Brasileiro de Teatro (IBT) e foi motivado pela indagação sobre como é possível
aprender e ensinar em um ambiente ameaçado pelo recente crescimento de
atentatos nas escolas do país.
“Foi nesse espaço de
compartilhamento, conduzido por Angela Ribeiro, Silvia Gomez e Guto Portugal,
que criei a primeira semente dessa história que desenvolvemos juntas. Um
pensamento segue pulsando em mim: a resistência incansável de artistas e
professores, que seguem em frente mesmo diante do descaso e do sucateamento da
cultura e da educação. É uma força interna que nos atravessa e nos faz
continuar, apesar da precariedade, do burnout, da instabilidade e do medo”,
revela Zanini.
A trama acompanha
Marta, uma professora paraense que sobreviveu a um atentado escolar e agora
divide com o público suas reflexões sobre educação e o seu vínculo com a
enigmática professora Belmira. Embaladas por ritmos do Pará, as
memórias emergem da relação entre as duas na tentativa de elaboração do trauma
vivido.
A protagonista e a própria história têm
forte influência da figura da cantora paraense Dona Onete, que, antes de ser
reconhecida como a “rainha do carimbó chamegado”, dedicou sua vida à educação.
Ela foi professora de História e Estudos
Paraenses, secretária de Cultura do município de Igarapé-Miri e atuou
ativamente nos movimentos sindicais – inclusive durante a ditadura militar. A
cultura paraense e a forma de ensinar e contar histórias que Dona Onete levou
para suas salas de aula são os mesmos que ecoam na peça”, explica a diretora.
Já para a atriz Angela
Ribeiro, que nasceu em Belém (PA), a peça é um reencontro com suas origens. “É
um resgate da minha essência de tudo aquilo que vivi. Tem sido muito
emocionante voltar às minhas origens, tocar o chão que mais me compõe, nadar
nos rios que mais carrego nas veias. Me lembra que continuar faz parte da minha
história. Que podemos mover as estruturas. Já estamos fazendo isso, aqui e
agora! Me encoraja a seguir, a acreditar que juntos somos sim capazes de alterar,
de inventar um novo cenário. Me renova a esperança de um tempo que eu, você e
todos nós, ainda vamos viver juntos”, revela.
E sobre os desafios enfrentados por quem está diariamente na sala de aula, Ribeiro reflete: “Eu tenho pensado muito nesse modo que é ‘ensinar aprendendo’ e vice e versa. Quais são as possibilidades reais dentro de um panorama tão assustador onde, em sua maioria, só quem está nas pequenas bolhas consegue sobreviver e ter algum prazer em aprender. Estar numa sala de aula hoje em dia é um ato de resistência. Requer coragem e coragem significa “bravura de quem tem um coração forte”. Envolve afeto. Ensinar é muito mais sobre jeito do que sobre força”.
Com produção do Plataforma - Estúdio de Produção Cultural, o espetáculo aposta na força do encontro e do momento presente por meio de uma encenação intimista, na qual o público desvenda, passo a passo, as camadas dessa história. A trilha sonora de Mini Lamers, a luz de Gabi Souza, o cenário de Rager Luan e o figurino de Gui Funari e Andy Lopes integram-se ao jogo cênico entre a atriz e o público, ampliando os imaginários e desdobramentos da narrativa.
A proximidade entre
artistas e público é a marca do projeto Teatro Mínimo, que parte de montagens
de pequeno porte com foco em dramaturgia e interpretação
Ficha
Técnica
Idealização: Carla Zanini e Angela Ribeiro
Elenco: Angela Ribeiro
Direção e Dramaturgia: Carla Zanini
Assistente de direção: Lilian Regina
Produção: Plataforma Estúdio de Produção Cultural
Direção de produção: Fernando Gimenes
Produção executiva: Bruno Ribeiro
Trilha sonora e operação de som: Mini Lamers
Desenho de luz: Gabriele Souza
Operação de luz: Leticia Rocha
Cenografia: Rager Luan
Figurino: Gui Funari e Andy Lopes
Preparação de atuação: Felipe Rocha
Fotografia: Brendo Trolesi
Redes Sociais: Jorge Ferreira
Assessoria de imprensa: Pombo Correio Assessoria de Comunicação - Douglas Picchetti e Helô
Cintra
Sinopse
Marta, uma professora paraense
sobrevivente de um atentado escolar, compartilha suas reflexões sobre educação e
o seu vínculo com a enigmática professora Belmira. Embaladas por ritmos
paraenses, as memórias emergem da relação entre as duas na tentativa de elaboração
do trauma vivido.
Serviço
Belmira, com atuação de Angela Ribeiro
e texto e direção de Carla Zanini
Temporada: 13 de março a 06 de abril. Apresentação na quinta
somente dia 13, às 21h30.
Temporada sexta, às
21h30; e sábados e domingos, às 18h30.
Sesc Ipiranga - Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga
Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena)
Ingressos disponíveis
no aplicativo Credencial Sesc SP, site centralrelacionamento.sescsp.org.br e
presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc SP.
Classificação: 18 anos
Duração: 80 minutos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com
mobilidade reduzida
Nenhum comentário:
Postar um comentário