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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Interesse por apadrinhamento afetivo cresce 40% no Grande ABC

Iniciativa busca oferecer convivência familiar e comunitária para crianças e adolescentes que vivem sob a tutela do Estado


O número de interessados em participar do apadrinhamento afetivo no Grande ABC aumentou 40% em janeiro de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado. A iniciativa desenvolvida pelo Projeto Fênix, da ONG Ficar de Bem, existe desde 2016, e oferece convivência familiar e comunitária a crianças e adolescentes de 6 a 18 anos que vivem sob a proteção do Estado. Atualmente, 20 crianças e adolescentes aguardam na fila para serem apadrinhados na cidade de São Bernardo do Campo.

“O aumento na procura do apadrinhamento reflete como mais pessoas estão compreendendo que, além de necessidades básicas, essas crianças precisam de afeto, referências e um vínculo estável fora do abrigo. Cada nova inscrição representa a possibilidade de um vínculo que pode transformar vidas, tanto das crianças quanto dos padrinhos”, afirma Ariane Bravin, psicóloga e coordenadora de projetos da ONG Ficar de Bem.

O Projeto Fênix conta com o apoio da organização alemã KNH (Kindernothilfe), que tem como missão global apoiar crianças e jovens vulneráveis por meio de projetos sustentáveis e educacionais. A iniciativa é respaldada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), especificamente no artigo 19-B, que estabelece a importância do fortalecimento de laços comunitários e afetivos para crianças e adolescentes em situação de acolhimento. 

Os interessados em apadrinhar precisam atender a alguns requisitos como não estar inscrito na lista de adoção, assim como demonstrar estabilidade emocional e familiar. Ter no mínimo 25 anos e uma diferença de idade de pelo menos 14 anos para o afilhado além de residir em São Bernardo do Campo. 

A preparação inclui ainda entrevistas individuais, visitas domiciliares e treinamentos sobre o desenvolvimento infantojuvenil, formação de vínculos afetivos e expectativas reais sobre a convivência. É preciso também participar de uma palestra com uma defensora pública para esclarecer direitos e deveres. O processo dura cerca de três meses e exige a entrega de documentos, como RG, CPF, comprovante de residência e certidão negativa de antecedentes criminais.

As crianças e adolescentes também passam por um preparo especial, com oficinas que explicam o processo e reforçam que o apadrinhamento não é adoção, mas uma relação afetiva positiva e duradoura. 

“Os encontros com os padrinhos começam de forma mensal, podendo se tornar mais frequentes com o tempo. O processo completo, desde a inscrição até a primeira noite da criança na casa do padrinho, leva cerca de seis meses. Apesar da burocracia, cada etapa é pensada para garantir a segurança emocional e física tanto da criança quanto da família”, reforça Ariane.

As inscrições para o programa seguem até o dia 18 de fevereiro. Os interessados podem participar de reuniões informativas antes de efetivar a inscrição. Os encontros acontecem de forma presencial e online nas seguintes datas: 12 de fevereiro (presencial, às 18h), 15 de fevereiro (presencial, às 10h) e 20 de fevereiro (online, às 20h). As reuniões ocorrem na sede do projeto, no bairro Ferrazópolis, em São Bernardo do Campo.

Mais informações podem ser obtidas na ONG Ficar de Bem: https://ficardebem.org.br/ ou pelo WhatsApp: 99862-4355


Sobre Ficar de Bem

A ONG Ficar de Bem é uma organização não governamental, sem fins lucrativos e sem vínculos políticos ou religiosos, que há 36 anos defende os direitos e oferece apoio integral a crianças, adolescentes e suas famílias vítimas de violência física, psicológica, sexual e negligência. Fundada em 1988 como CRAMI – Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD – pelo pediatra Emílio Jaldin Calderon, a instituição atualmente é presidida pelo empresário Evenson Robles Dotto e conta com núcleos de atuação em Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema. Com 18 projetos voltados para prevenção, acolhimento e suporte social, além de coordenar o Bom Prato na região do ABC, a ONG mantém parcerias com o poder público que possibilitam a ampliação e sistematização do atendimento, rompendo ciclos de violência e promovendo relações de cuidado e respeito. Reconhecida por sua transparência e eficiência, a Ficar de Bem possui certificações e prêmios e é declarada Utilidade Pública em níveis municipal, estadual e federal, atuando conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), reafirmando seu compromisso com uma sociedade justa e igualitária. Além disso, a instituição está pelo terceiro ano consecutivo na lista das 100 melhores ONGs do Brasil.


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