Iniciativa busca oferecer convivência familiar e comunitária para crianças e adolescentes que vivem sob a tutela do Estado
O número de interessados em participar do
apadrinhamento afetivo no Grande ABC aumentou 40% em janeiro de 2025, em
comparação ao mesmo período do ano passado. A iniciativa desenvolvida pelo
Projeto Fênix, da ONG Ficar de Bem, existe desde 2016, e oferece convivência
familiar e comunitária a crianças e adolescentes de 6 a 18 anos que vivem sob a
proteção do Estado. Atualmente, 20 crianças e adolescentes aguardam na fila
para serem apadrinhados na cidade de São Bernardo do Campo.
“O aumento na procura do apadrinhamento reflete
como mais pessoas estão compreendendo que, além de necessidades básicas, essas
crianças precisam de afeto, referências e um vínculo estável fora do abrigo.
Cada nova inscrição representa a possibilidade de um vínculo que pode
transformar vidas, tanto das crianças quanto dos padrinhos”, afirma Ariane
Bravin, psicóloga e coordenadora de projetos da ONG Ficar de Bem.
O Projeto Fênix conta com o apoio da organização
alemã KNH (Kindernothilfe), que tem como missão global apoiar crianças e jovens
vulneráveis por meio de projetos sustentáveis e educacionais. A iniciativa é
respaldada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), especificamente no artigo
19-B, que estabelece a importância do fortalecimento de laços comunitários e
afetivos para crianças e adolescentes em situação de acolhimento.
Os interessados em apadrinhar precisam atender a
alguns requisitos como não estar inscrito na lista de adoção, assim como
demonstrar estabilidade emocional e familiar. Ter no mínimo 25 anos e uma
diferença de idade de pelo menos 14 anos para o afilhado além de residir em São
Bernardo do Campo.
A preparação inclui ainda entrevistas individuais,
visitas domiciliares e treinamentos sobre o desenvolvimento infantojuvenil, formação
de vínculos afetivos e expectativas reais sobre a convivência. É preciso também
participar de uma palestra com uma defensora pública para esclarecer direitos e
deveres. O processo dura cerca de três meses e exige a entrega de documentos,
como RG, CPF, comprovante de residência e certidão negativa de antecedentes
criminais.
As crianças e adolescentes também passam por um
preparo especial, com oficinas que explicam o processo e reforçam que o
apadrinhamento não é adoção, mas uma relação afetiva positiva e
duradoura.
“Os encontros com os padrinhos começam de forma
mensal, podendo se tornar mais frequentes com o tempo. O processo completo,
desde a inscrição até a primeira noite da criança na casa do padrinho, leva
cerca de seis meses. Apesar da burocracia, cada etapa é pensada para garantir a
segurança emocional e física tanto da criança quanto da família”, reforça
Ariane.
As inscrições para o programa seguem até o dia 18
de fevereiro. Os interessados podem participar de reuniões informativas antes
de efetivar a inscrição. Os encontros acontecem de forma presencial e online
nas seguintes datas: 12 de fevereiro (presencial, às 18h), 15 de fevereiro
(presencial, às 10h) e 20 de fevereiro (online, às 20h). As reuniões ocorrem na
sede do projeto, no bairro Ferrazópolis, em São Bernardo do Campo.
Mais informações podem ser obtidas na ONG Ficar de
Bem: https://ficardebem.org.br/ ou pelo WhatsApp: 99862-4355
Sobre Ficar de Bem
A ONG Ficar de Bem é uma organização não governamental,
sem fins lucrativos e sem vínculos políticos ou religiosos, que há 36 anos
defende os direitos e oferece apoio integral a crianças, adolescentes e suas
famílias vítimas de violência física, psicológica, sexual e negligência.
Fundada em 1988 como CRAMI – Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na
Infância do ABCD – pelo pediatra Emílio Jaldin Calderon, a instituição
atualmente é presidida pelo empresário Evenson Robles Dotto e conta com núcleos
de atuação em Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema. Com 18 projetos
voltados para prevenção, acolhimento e suporte social, além de coordenar o Bom
Prato na região do ABC, a ONG mantém parcerias com o poder público que
possibilitam a ampliação e sistematização do atendimento, rompendo ciclos de violência
e promovendo relações de cuidado e respeito. Reconhecida por sua transparência
e eficiência, a Ficar de Bem possui certificações e prêmios e é declarada
Utilidade Pública em níveis municipal, estadual e federal, atuando conforme o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Único de Assistência
Social (SUAS), reafirmando seu compromisso com uma sociedade justa e
igualitária. Além disso, a instituição está pelo terceiro ano consecutivo na
lista das 100 melhores ONGs do Brasil.
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