Mononucleose infecciosa provocada pelo vírus
Epstein-Barr é transmitida pela saliva e afeta principalmente jovens de 15 a 24
anos
Conhecida
como “doença do beijo”, por ser essa uma via importante de transmissão, a
mononucleose infecciosa é caracterizada por dor e inflamação da garganta,
aumento dos linfonodos do pescoço, sensação de fadiga e febre. Os sintomas
podem inicialmente ser confundidos com outros quadros infecciosos, mas sua
evolução tem características particulares e por não se tratar de doença
bacteriana não responde a antibióticos.
O diagnóstico pode ser feito clinicamente, a partir de exame físico e análise dos sintomas apresentados. Normalmente, o aumento dos linfonodos no pescoço ou aumento do fígado e baço (hepatoesplenomegalia) são achados sugestivos de mononucleose infecciosa. Exames laboratoriais complementares são úteis para confirmação diagnóstica e monitoramento de eventuais complicações.
No hemograma, a presença de linfócitos atípicos é um achado sugestivo. Testes sorológicos, nos quais se busca a presença de anticorpos contra o EBV (IgM e IgG), permitem a confirmação do diagnóstico conforme sua evolução. Em casos específicos, pode-se detectar a presença do EBV por meio de exames que utilizam técnica de biologia molecular.
Causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), um tipo de herpesvírus, sua transmissão ocorre, geralmente, pelo contato com secreções orais (ex. saliva) e não há vacina nem método 100% seguro de prevenção. A transmissão mais comum ocorre de pessoa para pessoa ou pelo compartilhamento de utensílios, como copos e talheres. Adolescentes e adultos jovens - 15 a 24 anos – são os mais acometidos. Nem todas as infecções são sintomáticas e estima-se que até 90% da população mundial seja infectada até a vida adulta.
Inchaço e placas esbranquiçadas nas amigdalas são frequentes e também outros achados como erupções cutâneas e aumento de órgãos (fígado e baço) podem ocorrer. O quadro dura em torno de 1 a 4 semanas, precedido pelo período de incubação de cerca de 4 a 6 semanas (intervalo entre a infecção e o início dos sintomas). Por isso, “convém prestar mais atenção àquela dor de garganta persistente, associada a cansaço excessivo e febre, após períodos de muita exposição ao contato físico como o Carnaval”, destaca a médica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Sylvia Freire.
Não há medicamentos específicos para tratar a mononucleose infecciosa por EBV. O tratamento é de suporte para melhoria dos sinais e sintomas, por meio de medicamentos analgésicos e antitérmicos na maioria dos casos. Também são aconselhados repouso e evitar a realização de exercícios físicos, enquanto as anormalidades no baço e fígado estiverem sendo detectadas. A infecção aguda em pessoas previamente saudáveis tem curso autolimitado, ou seja, tende a se resolver após alguns dias ou semanas.
“O acompanhamento médico é importante para monitorar os sintomas da doença e eventuais complicações, possibilitando uma plena recuperação”, alerta a médica do Sabin, acrescentando que além da doença aguda, o EBV pode estar relacionado a implicações a longo prazo como algumas doenças autoimunes e alguns tipos de linfoma. Pacientes imunossuprimidos podem apresentar sintomas prolongados e têm maior risco de desenvolver complicações.
“O EBV, assim como
outros herpesvírus, tem a habilidade de se tornar latente no organismo. Os
mecanismos que levam uma infecção latente benigna a uma doença de origem
autoimune ou neoplásica ainda não estão completamente esclarecidos e parecem
depender de diversos fatores”, explica.
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