No Brasil, cerca de 8 milhões de
indivíduos podem ser inférteisFreepik
No Brasil, muito se fala a respeito de doação de sangue e da
doação de orgãos. Mas e quanto a doação de gametas? Este tipo de ação
possibilita o sonho da paternidade e da maternidade para casais que enfrentam
problemas na fertilidade. Conforme os últimos dados da Sociedade Brasileira de
Reprodução Assistida (SBRA), no Brasil, cerca de 8 milhões de indivíduos podem
ser inférteis.
Tanto os espermatozóides (gameta masculino), quanto aos óvulos
(gameta feminino), ambos envolvem processos de doação com uma série de etapas,
desde a seleção rigorosa dos doadores até a realização dos procedimentos médicos
necessários.
Segundo a Dra. Cristiane Hagemann, médica especialista em
Reprodução Assistida da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do
Brasil (AMCR), muitos fatores podem levar à infertilidade. Ela cita doenças da
infância, como por exemplo a caxumba, ou então um câncer, que não
necessariamente precisa ser nos órgãos genitais, mas que pode comprometer a
saúde reprodutiva por meio dos tratamentos realizados (quimioterapia ou
radioterapia).
“Temos também doenças cromossômicas que interrompem a produção
natural de óvulos e sêmen e também os casais homoafetivos, que possuem o desejo
da concepção e precisam dessa doação”, afirma a médica.
Alguns países têm legislação própria no que diz respeito à
Reprodução Humana e Assistida. No Brasil, não existe uma legislação específica
e as condutas dos centros de reprodução são ditadas por normas do Conselho
Federal de Medicina (CFM). Neste caso, não pode haver caráter lucrativo ou
comercial quando envolve a doação.
“A doação é anônima e voluntária, no caso da doação de sêmen ou de
óvulos. Nos óvulos, também existe a possibilidade de ser compartilhada, em que
um casal, com problemas de fertilidade, pode se beneficiar de uma doação de uma
mulher fértil”, comenta a Dra. Cristiane. “No caso de doações não anônimas, é
permitido apenas de parentes de até quarto grau”, completa.
Por meio dessas normas, as etapas seguintes envolvem o
preenchimento de formulários a respeito de características físicas: cor do
cabelo, cor dos olhos, peso, histórico de saúde familiar, etc. Ao preencher o
cadastro, existem exames laboratoriais que precisam ser feitos: avaliação
genética, tipagem sanguínea, investigação infecciosa, entre outros.
No caso da idade, o limite para doação é de mulheres até os 37
anos de idade, enquanto para homens é aceito até os 45 anos. Além disso, um
único doador pode ser vinculado ao nascimento de até duas crianças de sexos
distintos dentro de uma área de 1 milhão de habitantes. Se uma clínica utiliza
o sêmen de um banco de doadores, é obrigada a fornecer um retorno sobre o
resultado do nascimento associado a esse material genético.
“Essa ação se traduz como um grande ato de amor ao próximo e de generosidade. É um ato de se deixar tocar pela história do outro. Poder permitir com que outros se tornem pais e mães e realizem o desejado sonho de ter uma família”, finaliza a médica da AMCR.
AMCR – Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil
Para saber mais informações, acesse o site.
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