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sexta-feira, 1 de março de 2024

Entenda o que é Endometriose, como tratar e qual a sua relação com a infertilidade

 Ginecologista Ricardo Bruno explica os principais sintomas e consequências da doença, além de citar quais são os tratamentos indicados

 

A endometriose é uma doença que, de tempos em tempos, ganha destaque na mídia devido ao fato de alguma famosa ter desenvolvido. Recentemente Wanessa comentou, dentro do programa Big Brother Brasil, que precisou fazer cirurgia em virtude do problema, mas, antes dela, Anitta, Paloma Duarte, Larissa Manoela e muitas outras já haviam declarado ter a enfermidade. Isso porque cerca de 10% da população feminina brasileira tem a doença, segundo dados do Ministério da Saúde. 

De uma forma simplificada, a Endometriose é quando o tecido do endométrio, que reveste a cavidade uterina, está posicionado fora do útero, podendo atingir vários locais como os ovários, as trompas, a bexiga e os intestinos. O principal sintoma são as cólicas, que geralmente, ocorrem no período pré-menstrual, cerca de três ou quatro dias antes da menstruação, e vão se intensificando a cada ciclo, devido à progressão da doença. 

“A endometriose provoca muitas dores na mulher e a tendência é que elas progridam a cada ciclo, de tal forma que os analgésicos mais fracos precisem ser substituídos por medicamentos mais fortes, para terem efeito. A doença impacta tanto a qualidade de vida que muitas mulheres sofrem de depressão por conta dela”, explica o ginecologista Ricardo Bruno (que é Mestre e Doutor em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Chefe do Serviço de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ e Diretor Médico da Exeltis Brasil). 

O especialista também esclarece quais são os tipos de endometriose. “Essa é uma condição médica crônica que pode ser classificada como leve, quando as lesões são em menor número ou superficiais, ou profunda, que é quando já está acometendo órgãos importantes como o reto, a bexiga e o ureter, sendo que nesse segundo caso a paciente pode, além da cólica, sentir dores durante a relação sexual”, declara Dr. Ricardo. 

Ainda de acordo com o ginecologista, há mais um tipo, que, apesar de raro, pode acontecer. “Também há a possibilidade da endometriose ser ‘a distância’, ou seja, quando têm a disseminação da doença, geralmente por via sanguínea, podendo acometer os olhos, o pulmão, o umbigo… Ou seja, em lugares distantes do útero, que é o ciclo original do endométrio”, conclui. 

Dentre as principais consequências da doença está a infertilidade ou a dificuldade de engravidar. “Porém, quando a mulher com endometriose deseja ter filhos, é possível fazer um tratamento por estimulação da ovulação ou técnicas de inseminação intrauterina. Caso ela já tenha as trompas comprometidas ou obstruídas, que seria um caso profundo, a principal indicação é a fertilização in vitro”, explica o doutor. Ele também ressalta que “Por se tratar de uma doença progressiva, é importante que a paciente engravide o mais rapidamente possível, para não comprometer tanto os órgãos internos como o útero, as trompas e os ovários”. 

Vale destacar que o diagnóstico de endometriose, normalmente, é clínico, feito através da observação da cólica menstrual progressiva, sendo que alguns médicos também podem solicitar exames, como a ressonância nuclear magnética. “Por isso é sempre indicado que as mulheres façam um acompanhamento constante com um ginecologista. Com a frequência, o especialista pode identificar essa doença e diversas outras”, enfatiza Dr. Ricardo. 

Já o tratamento principal, tem foco no alívio dos sintomas e na preservação da fertilidade. “Ele é realizado a partir do uso de contraceptivos hormonais, que são fundamentais para conter a doença. Porém, é importante destacar que o uso de anticoncepcionais não leva à cura, mas alivia muito a dor e reduz o fluxo menstrual. Se for o caso, também pode ser prescrito um método contraceptivo que interrompa a menstruação”, explica o ginecologista, esclarecendo que para mulheres com endometriose profunda, também pode ser recomendada a cirurgia, indicada com o objetivo de reverter um processo de infertilidade ou para conter os avanços da doença em órgãos importantes. 

Para finalizar, o Dr. Ricardo Bruno ressalta que o diagnóstico precoce é fundamental para reduzir o avanço da endometriose e deixa um recado para todas as mulheres: “Se você perceber que está tendo cólicas muito fortes, diferentes do que estava acostumada, é importante procurar assistência médica para investigar!”.


Exeltis

 

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