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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Causas de blecaute no sistema elétrico devem ser minuciosamente investigadas, para evitar oportunismos e conclusões equivocadas, diz ABSOLAR

Para a entidade, é necessário aguardar a apuração pericial e técnica dos órgãos competentes para entender as causas da ocorrência
 
Fonte solar nas grandes usinas e na geração própria em telhados e pequenos terrenos contribui para diversificar e aumentar a robustez da matriz elétrica, com sustentabilidade



As causas que levaram ao blecaute no sistema elétrico brasileiro, na manhã da última terça-feira (15/8), e que deixou diversos estados sem eletricidade, devem ser diligentemente investigadas pelas autoridades, para evitar oportunismos e conclusões equivocadas. O alerta é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Para a entidade, é necessário aguardar a apuração pericial e técnica dos órgãos competentes, para entender de fato as causas da ocorrência.
 
Na visão da ABSOLAR, a fonte solar contribui para diversificar e aumentar a robustez da matriz elétrica, com sustentabilidade. Além disso, a fonte solar é altamente versátil, possui ágil implantação e oferece rápida recomposição da operação dentro do Sistema Interligado Nacional (SIN) em casos de desligamentos.
 
A versatilidade dos empreendimentos solares fotovoltaicos, que operavam fora do horário médio de pico no momento do blecaute ontem, também é observada na diversidade geográfica das usinas no território nacional, com centrais geradoras espalhadas em todas as regiões do País. A operação em conjunto e de forma diversificada das fontes renováveis abundantes no Brasil, em especial usinas hidrelétricas, solares, eólicas e termelétricas movidas a biomassa e biogás, contribui para uma maior segurança de suprimento e resiliência da matriz elétrica nacional.
 
Especificamente, no caso da fonte solar, a geração própria instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos, diretamente nos centros urbanos e de consumo, ajuda a fortalecer e traz mais resiliência à rede elétrica, ao concentrar a produção de eletricidade próximo dos locais de consumo. Isso reduz o uso da infraestrutura de transmissão, aliviando pressões sobre sua operação e diminuindo perdas em longas distâncias, o que contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos.
 
A maior presença das fontes renováveis na matriz elétrica nacional é ambientalmente desejável, tecnicamente sólida e economicamente viável, conforme demonstrou o projeto “Sistemas Energéticos do Futuro: Integrando Fontes Variáveis de Energia Renovável na Matriz Energética do Brasil”, com participação do Ministério de Minas e Energia (MME), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Operador Nacional do Sistema (ONS), em parceria com a entidade do governo alemão Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).
 
A iniciativa foi fruto de três anos de intensos trabalhos técnicos de especialistas do setor e analisou, em detalhes, a inserção de grandes quantidades de energia solar e eólica na matriz elétrica brasileira. As conclusões confirmaram que é possível aumentar significativamente a participação destas renováveis a um patamar de mais 40% do total, mantendo a confiabilidade, segurança e estabilidade, com equilíbrio técnico e econômico para a expansão e operação, do sistema elétrico brasileiro. As conclusões derrubam o mito de que as fontes renováveis, por serem variáveis, representem risco ao sistema elétrico.
 
Para Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR, o sistema elétrico brasileiro, com dimensões continentais e devidamente interconectado por linhas de transmissão, é robusto e seguro para as usinas renováveis em operação. “Além de garantir segurança aos consumidores brasileiros, o sistema interligado nacional também se beneficia das usinas solares fotovoltaicas, que fornecem energia limpa e barata para a população”, comenta. “Obviamente, nenhum sistema está livre de falhas e acidentes. No caso do blecaute de ontem, os órgãos competentes atuaram de forma rápida para minimizar os danos e agora precisam esclarecer à sociedade brasileira as causas da falha de suprimento”, acrescenta.
 
Já Márcio Trannin, vice-presidente da ABSOLAR, lembra que, na atual composição do sistema elétrico nacional, não há desbalanço entre oferta e demanda, e a maior inserção das fontes renováveis, em especial a solar fotovoltaica, fortalece a sustentabilidade do País. “Também é fundamental para o Brasil reforçar a sua economia e impulsionar o processo de descarbonização da economia e transição energética sustentável”, conclui.


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