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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Dia Mundial do Coração: Falta de Cuidado com a Boca Pode Prejudicar a Saúde do Seu Coração

A maioria das pessoas pensa que cuidar da saúde bucal é somente para manter o sorriso bonito e o hálito fresco. Mas, os cuidados com a boca vão muito além da questão estética, pois uma má higiene bucal pode aumentar o risco de aparecimento ou complicações de doenças no coração. 

Segundo estudo do Instituto do Coração (InCor), 45% das doenças cardíacas têm início na cavidade bucal, devido a cáries profundas, gengivas inflamadas, restos de dente e abscessos.
 

Por qual motivo esses fatores estão relacionados?
“A saúde bucal e a doença cardíaca estão conectadas pela disseminação de bactérias e germes, a partir de sua boca para outras partes do corpo através da corrente sanguínea.” Esclarece a cirurgiã-dentista e especialista em saúde bucal e periodontia Dra. Bruna Conde. 

Quando essas bactérias alcançam o coração, elas se aderem a qualquer área lesionada e causam inflamação. Isto pode resultar em doença como a endocardite (uma infecção do revestimento interno do coração). Essa doença, embora seja rara, é grave. Afeta o revestimento interno do coração, podendo ser fatal. A prevenção por meio de uma boa higiene bucal, boa escovação, uso frequente de fio dental, ida com regularidade no dentista é de extrema importância. 

Outros problemas cardiovasculares como a aterosclerose (artérias entupidas) e AVC (acidente vascular cerebral) também estão ligados a inflamações provocadas por bactérias bucais, conforme estudos científicos da American Heart Association, associação cardíaca dos Estados Unidos. 

Segundo levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares representam 20,5% das mortes no Brasil. A doença periodontal (inflamações gengivas) acomete um número expressivo de pessoas em todo o mundo, com prevalência de 5-20% na população adulta. 

A Dra. Bruna Conde explica que a doença periodontal se constitui numa interação entre o biofilme dental (placa bacteriana), os tecidos periodontais e a resposta do hospedeiro, resultando em processo inflamatório com consequente destruição dos elementos de suporte dentário.


A saúde do coração começa pela boca

“Nossa boca abriga aproximadamente 50 bilhões de bactérias, de diversos tipos, como as que provocam cáries, gengivite e periodontite. Esses microrganismos podem entrar na corrente sanguínea e ir parar no coração.” alerta a especialista.
 

Outra possibilidade é que essas bactérias disseminadas na corrente sanguínea provoquem o acúmulo de gordura nas paredes das artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo. Com isso, há um risco maior de problemas como aterosclerose, arritmia, acidente vascular cerebral e até mesmo infarto. Portanto, cuidar da sua boca é, também, cuidar do coração.
 

Problemas na gengiva são fatores de risco para doenças cardiovasculares
Pesquisas mostram que doenças periodontais, como gengivite e periodontite, podem estar ligadas a alterações cardíacas em pacientes predispostos. Estima-se que as chances do indivíduo desenvolver doenças cardiovasculares ou ter um derrame cerebral aumentam até três vezes. 

De acordo com a periodontista Dra. Bruna Conde, os principais sintomas das doenças periodontais são, sangramentos ao escovar e passar o fio dental, amolecimento dos dentes, retração gengival, inchaço e vermelhidão na gengiva. Ao observar algum desses sinais é muito importante consultar um dentista capacitado para o diagnóstico e tratamento adequado, no caso o periodontista.
 

Cuidados com a saúde bucal para prevenir problemas no coração

“É fundamental visitar o dentista, periodontista, para saber se a gengiva esta saudável. Sangramento nunca é normal.
Não é normal ter raiz exposta e sensibilidade nos dentes. O tempo de retorno ao dentista deve ser selecionado de forma individual, no máximo seis meses para realizar raspagem profissional, profilaxia dental (limpeza) e exames quando necessário. Para quem já sofre de qualquer doença cardiovascular, o acompanhamento com o dentista deve ser mais frequente, a cada três ou quatro meses, conforme a recomendação do profissional.” finaliza a Dra. Bruna Conde.

 

Dra. Bruna Conde - Cirurgiã Dentista.
CRO SP 102038


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