ESET alerta para os riscos a que estão expostas as crianças e adolescentes ao interagir por meio das redes sociais
Nos últimos anos, a presença online de crianças e adolescentes cresceu no Brasil. De acordo com dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil, a proporção de usuários de Internet de 9 a 17 anos passou de 89% em 2019 para 94% em 2020. A ESET, empresa líder na detecção proativa de ameaças, alerta para o fato de a maioria das plataformas de redes sociais e jogos online permitirem que qualquer pessoa possa acessar de forma anônima a grandes comunidades online, atraindo stalkers, trolls e assediadores sexuais. Nesse sentido, para aconselhar e proteger os menores, é preciso primeiro reconhecer os ricos e conhecer melhor esses grupos, suas motivações e métodos.
Para
auxiliar os adultos a compreenderem os perigos que permeiam o ambiente online,
a plataforma de educação em segurança da ESET, Digipais,
destaca estes como principais riscos:
Assediadores sexuais: quando novos amigos online não são quem parecem
Os
assediadores sexuais entram em contato com crianças pela Internet com o
objetivo de forçá-las a realizar alguma atividade de natureza sexual. Eles usam
plataformas como mensagens instantâneas, redes sociais e até jogos online, onde
podem permanecer anônimos, muitas vezes fingindo ser outra pessoa, geralmente
mais jovem. Os adolescentes geralmente correm maior risco porque são curiosos e
buscam aceitação. Eles costumam conversar com estranhos de boa vontade, apesar
de sentirem que é algo perigoso.
Aqui estão três das táticas psicológicas que eles usam:
- O aliciamento (assédio sexual de
menores) baseia-se no estabelecimento de uma ligação emocional com a
vítima com o objetivo de abuso sexual. Os agressores gradualmente
constroem um relacionamento com os menores para ganhar sua confiança. Eles
podem fazer isso dando presentes e elogios, agindo de forma gentil ou
mostrando que entendem suas inseguranças. Uma vez que as inibições das
crianças são reduzidas, é mais provável que elas possam ser coagidas a
fazer o que é solicitado, seja dando mais informações sobre si mesmos e
suas vidas, ou até mesmo enviando fotos nuas, que podem ser usadas contra
elas.
- Os assediadores sexuais costumam usar um
método de coleta de informações pessoais específicas sobre a criança,
conhecido como phishing, que lhes permite
formar uma imagem mais completa da vítima.
- Uma vez que os agressores tenham informações
sobre a criança, coletadas por meio de mensagens diretas ou de suas
observações, eles podem usá-las para manipulação adicional, como mirroring
(espelhamento). Como o próprio nome em inglês sugere, é uma maneira de
imitar o que eles veem na vítima. Eles podem fingir estar na mesma faixa
etária da criança, compartilhar interesses, gostos ou preocupações –
qualquer coisa que os ajude a reforçar uma conexão emocional.
Bullying
e trollagem: é fácil ferir os outros online
O cyberbullying é baseado em escrever textos ofensivos, espalhar rumores e falsas acusações, ameaçar e chantagear, expor informações privadas ou íntimas da vítima, humilhar e ridicularizar, assediar e perseguir, ou fingir ser outra pessoa para prejudicar alguém. Como no mundo físico, tudo isso geralmente é direcionado a um único indivíduo.
Os trolls, por outro lado, causam interrupções na rede, criam conflitos e geralmente provocam outros. Eles obtêm satisfação em fortes reações às suas postagens ofensivas, irritantes ou falsas. Eles tornam impossível ter discussões construtivas e positivas de propósito.
“Quando valentões e trolls postam algo em uma rede social, eles não obtêm uma reação imediata, o que lhes dá uma sensação de impunidade. Ainda mais quando usam perfis falsos ou anônimos, para que não possam ser rastreados e se sintam acima da lei. Além disso, ao contrário de dizer algo cara a cara e ver a reação imediata, escrever comentários e postagens de ódio ou para ridicularizar é muito mais fácil, porque o ambiente online reduz a necessidade percebida de empatia com os outros”, diz Camilo Gutiérrez Amaya, laboratório de pesquisa da ESET na América Latina.
No
mundo digital, o que piora é a dinâmica de grupo, pois é
impossível estimar o tamanho da multidão de testemunhas que veem a publicação,
o que aumenta a ansiedade da vítima. Além disso, o conteúdo pode se espalhar
rapidamente, ampliando o número de pessoas que sabem sobre o assédio, mas não
fazem nada a respeito. Como os usuários sabem que ninguém os vê lendo o post,
muitas vezes eles não se sentem responsáveis ou envolvidos
na situação a ponto de combater a injustiça.
Leia essas 3 dicas e saiba como acompanhar os pequenos:
- Procure sinais de que algo está errado: preste atenção a quaisquer sinais que indiquem que eles podem ser vítimas de cyberbullying ou estar em contato com alguém que possa causar danos a eles. Há perguntas para ajudar a orientar, por exemplo: eles parecem ter problemas emocionais frequentes ou mudanças repentinas de humor? Seu perfil de mídia social foi excluído de repente? Eles estão fingindo estar doentes para evitar ir à escola? Da mesma forma, mudanças de humor ou comportamento, bem como a falta de interesse pela família ou amigos, podem significar que algo não está certo, embora não esteja necessariamente relacionado às causas mencionadas.
- Fique por dentro de suas atividades online: não seja intrusivo, apenas certifique-se de ter uma ideia geral de como eles passam o tempo em seus dispositivos. Tente descobrir as últimas tendências que moldam a vida das crianças no mundo digital. Algum deles segue um influenciador? Você também pode segui-lo. Existe um novo jogo multiplayer? Peça que expliquem o que é. Isso lhe dá a oportunidade de reagir às questões atuais e talvez ter conversas interessantes, compartilhar outro ponto de vista e construir uma ponte sobre a lacuna de gerações. Lembre-se de que ouvir e mostrar interesse genuíno pode ser mais importante do que falar e instruir. Mas, idealmente, tente encontrar um equilíbrio entre os dois.
- Cultive uma relação de
confiança:
quando os jovens sentem que podem dizer aos mais velhos o que estão em
suas mentes, isso lhes proporciona uma perspectiva saudável e um terreno
seguro em que sempre podem confiar. Quando este não é o caso, eles ficam
mais suscetíveis a serem vitimizados por alguém que quer desempenhar esse
papel para eles. Além disso, um relacionamento caloroso e aberto permite
conversas mais honestas. Assim como você procura preparar os mais jovens
para a vida no mundo físico, você também deve fornecer a eles ferramentas
para navegar com segurança no mundo online.
ESET
https://www.welivesecurity.com/br/
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