Não houve uma única empresa que não adequou seu modelo de negócios durante a pandemia. Importantes processos que, timidamente são discutidos há anos, foram impulsionados durante o isolamento social, abrindo portas para novos critérios de seletividade de vagas e valorização de benefícios complementares – que superam até mesmo o salário ofertado. Dentre tantos requisitos, a escolha do seu futuro emprego deverá ser pautada em uma análise criteriosa e balanceada entre vários pontos.
Obviamente, todos queremos ser recompensados
financeiramente por nossos esforços no trabalho. Mas, de nada adianta focarmos
apenas no nosso desenvolvimento e crescimento pessoal, se deixarmos de lado o
tempo para descansarmos e termos uma melhor qualidade de vida. As progressões
de cargo e maiores remunerações logo perderam espaço para um maior desejo pela flexibilidade
na jornada, metas mais bem definidas e, acima de tudo, lideranças inspiradoras
que estimulem o desenvolvimento constante.
Como prova dessa nova busca, uma pesquisa feita
pelo LinkedIn identificou que 78% dos profissionais confirmam que a pandemia
despertou seus interesses por mais flexibilidade no trabalho. Ainda, cerca de
30% afirmaram que deixaram seus empregos pela falta de políticas flexíveis e,
quase 40% já consideraram essa possibilidade em algum momento de suas
carreiras. Um grande alerta para os empregadores.
A ascensão do home-office foi um tremendo
contribuinte para esse crescente desejo. Sendo implementado por grande parte do
mundo corporativo durante a pandemia, mostrou a possibilidade de profissionais
manterem seu desempenho excepcional mesmo à distância, sem prejuízos em sua
produtividade ou qualidade do trabalho. Não à toa, cerca de 58% dos brasileiros
preferem mudar para o trabalho híbrido ou totalmente remoto neste ano, segundo
um estudo feito pela Microsoft.
Toda mudança traz desafios de adaptação para a
empresa e os funcionários – mas, com disciplina e organização diárias, é
possível se adequar perfeitamente, indo ao encontro destes novos anseios dos
profissionais e conseguindo atrair os melhores talentos do mercado para impulsionar
um negócio.
Ao iniciar esse estudo, é importante compreender a
fundo os reais motivadores destas mudanças, assim como se os desejos dos
candidatos estão de acordo com as aspirações da empresa. Em momentos de
aquecimento extremo do mercado, um match perfeito entre estes perfis será
um grande passo na escolha pelo emprego ideal.
Muitos profissionais estão mudando de emprego em
alta velocidade atualmente – atraídos pela possibilidade de benefícios mais
flexíveis, oportunidades de crescimento e viabilidade de terem mais qualidade
de vida. Mesmo se tratando de um desejo compreensível, tantos benefícios podem
até soar como algo negativo para a empresa que o está avaliando. Por isso, é
importante compreender exatamente o que a empresa está buscando, a fim de encontrar
um alinhamento adequado entre as partes.
Toda companhia necessita de um grupo de pessoas
convergindo para um mesmo objetivo e propósito, o que torna este entendimento
fundamental em todo processo seletivo. É preciso encontrar o profissional mais
preparado e que agregará valor para a companhia, trazendo crescimento e
desenvolvimento para ambos no médio e longo prazo.
E, se de um lado a empresa precisa oferecer mais
flexibilidade, por outro, os profissionais também precisam fazer por merecer.
Aqueles que buscam especialização, cursos e experiências para complementar sua
área de atuação, têm cada vez mais se destacado por sua amplitude de
conhecimento e visão de negócio. O mais importante é buscar um equilíbrio entre
as partes, deixando as expectativas bem alinhadas. Assim, ficará mais fácil
encontrar seu próximo emprego.
Fábio Steren - sócio da Wide, consultoria
boutique de recrutamento e seleção.
Wide
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