Fisioterapeuta Walkyria Fernandes explica tratamento para patologia que afeta 8% da população mundial
A Síndrome do Túnel do Carpo é uma neuropatia que
ocorre pela compressão do nervo mediano do punho. A doença acomete,
proporcionalmente, mais as mulheres do que homens, sendo mais comum em pessoas
com mais de 50 anos. O túnel de carpo, onde acontece a doença, fica localizado
entre o punho e as mãos, mas os incômodos, no entanto, podem se alastrar para
os braços e até os ombros. Segundo a fisioterapeuta e Dra. Walkyria Fernandes,
essa patologia pode aparecer por alguma disfunção musculoesquelética gerando
desequilíbrio no corpo, mas existem alguns fatores de risco, como: diabetes,
obesidade, artrite reumatoide, fraturas, gravidez, entre outras causas.
“Os principais sintomas podem ser formigamento e
dormência, em especial a noite, dor na mão, no punho e nos dedos. É importante
destacar que a síndrome do túnel do carpo pode acometer qualquer pessoa, mas as
mulheres são mais propensas a patologia. Outro ponto de atenção é que de acordo
com a anatomia do nervo mediano, ele começa desde a cervical, portanto pode
haver pontos de compressão, com alterações no pescoço, ombro, cotovelos, até
chegar ao túnel do carpo”, explica a especialista.
O diagnóstico da síndrome do túnel do carpo é realizado
por meio de testes clínicos, no consultório de um ortopedista ou fisioterapia,
e também através de exames de imagem, como ultrassonografia. Além disso, pode
ser feita uma eletroneuromiografia, que irá avaliar se o nervo mediano tem
alguma alteração. “Realizado o diagnóstico da síndrome, é necessário começar o
tratamento da paciente de uma forma global, ou seja, cuidar de todos os pontos
de compressão, que podem estar em toda a estrutura que compõem essa anatomia,
da cervical até o túnel do carpo. Ou seja, não basta apenas tratar o local da
dor. É necessário melhorar a mobilidade e fortalecer as estruturas do corpo da
paciente, para tratar a patologia”, alerta a Dra. Walkyria Fernandes,
fisioterapeuta clínica.
Na ausência de qualquer tratamento, a síndrome do
túnel do carpo pode evoluir progressivamente e culminar em uma lesão permanente
do nervo mediano. Evidências científicas alertam que, o tratamento adequado
interrompe esta evolução da patologia, e, na maioria dos casos, proporciona uma
recuperação completa dos sintomas de compressão do nervo mediano no túnel do
carpo. Em casos moderados ou severos, pode ser necessária a intervenção
cirúrgica, que fará a liberação do nervo mediano do túnel do carpo. Essa
cirurgia é feita por técnicas de endoscopia, que podem ser pouco invasivas ou
abertas.
A fisioterapeuta clínica Walkyria Fernandes
ressalta ainda que é possível prevenir a síndrome do túnel do carpo, com um
estilo saudável e a prática regular de exercícios físicos, que consequentemente
pode evitar os fatores de risco como, por exemplo, a obesidade e o diabetes.
Evitar trauma nas mãos e punhos também é importante. Também seria ideal evitar
movimentos repetitivos com sobrecargas, que podem ser uma das causas da
síndrome, mas ainda há evidências científicas contraditórias sobre esse tema.
Walkyria
Fernandes - graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste
(Paraná) há 18 anos. Tem especialização em ortopedia e traumatologia
desportiva, pela Faculdade Evangélica do Paraná. Além disso, conta com uma
especialização em osteopatia pela Escuela de Osteopatía de Madrid (EOM) e D.O.
reconhecido pela Scientific European Federation of Osteopaths (SEFO). É mestre
em Tecnologia em Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC),
e fez doutorado sanduíche -- parte na Uninove, em São Paulo e parte na
Universidade de Sevilla, na Espanha. A fisioterapeuta clínica ainda é
idealizadora do método “Raciocínio Clínico Avançado -- RCA 360”, curso on-line
que já conta com mais de 5 mil alunos no Brasil e em nove países. Já foi
proprietária de uma grande clínica de fisioterapia no estado do Mato Grosso,
onde também atuou durante 7 anos como professora de anatomia, na Universidade
Federal do Mato Grosso do Sul (UFMT), no curso de Medicina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário