Fatores de risco,
como histórico familiar, fumo, hipertensão e diabetes, além do nível de
estrogênio, que diminui consideravelmente após a menopausa e enfraquece a
parede arterial, aumentam a chance de desenvolver o aneurisma cerebral
Os aneurismas cerebrais não são uma exclusividade
das mulheres, mas, levando-se em conta alguns fatores, são mais frequentes no
gênero feminino. O principal aspecto a se considerar é a idade. Estudos apontam
que durante a infância e a adolescência, os aneurismas são mais comuns em
homens. Entre os 20 e 30 anos, a distribuição é parecida entre os dois gêneros.
Mas, o cenário muda após os 40 anos de idade, quando a doença passa a ser mais
frequente nas mulheres, chegando à proporção de 3:1. “E é justamente a partir
dessa faixa etária que os casos são mais abundantes, porque os fatores de risco
que causam a doença, bem como que levam ao rompimento do aneurisma, já estão
instalados. E a situação é preocupante”, alerta o Dr. Renato Tosello,
Neurorradiologista Intervencionista, especializado em doenças cerebrovasculares
e doutorando na área pela UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo.
Segundo Dr. Tosello, existe um consenso médico em
apontar, como fatores de risco para o aneurisma cerebral, a hipertensão
arterial, dislipidemia, tabagismo, diabetes e rins policísticos, além de
histórico familiar da doença. Mas, no caso das mulheres, além dos hábitos,
histórico familiar e as outras comorbidades, diferentes elementos devem ser
levados em consideração. Um deles é o nível de estrogênio, que diminui
consideravelmente após a menopausa e enfraquece a parede arterial, devido a
redução do colágeno e da elastina reduzindo a elasticidade da parede da
artéria, o que aumenta o risco de desenvolver o aneurisma cerebral.
Prevenção
Sabendo que estão mais suscetíveis a ter um
aneurisma, as mulheres devem ter atenção máxima em determinados aspectos da
saúde. Para a prevenção dos aneurismas cerebrais, necessita-se de um controle
rigoroso da pressão arterial, ao redor de 120 x 80 mmHg, manutenção dos níveis
normais da glicemia (açúcar no sangue), colesterol e triglicérides, associado a
uma alimentação saudável à base de vegetais, frutas, fibras e carnes magras,
assim como praticar regularmente exercícios físicos, não fumar e não ingerir
bebida alcoólica em excesso.
Pessoas com história familiar positiva para
aneurisma cerebral devem visitar um Nerorradiologista Intervencionista
periodicamente para o rastreamento, pois o risco de desenvolver esta doença é
maior do que naquelas sem história familiar. “O exame de detecção do aneurisma
é simples, e pode ser feito pela angiotomografia ou pela angiorressonância
magnética arterial do crânio, que podem salvar a vida do paciente, porque é
possível fazer o diagnóstico precoce e realizar um procedimento preventivo, que
evitará o rompimento do aneurisma. É a neurocirurgia endovascular, minimamente
invasiva, também chamada de embolização”, explica Dr. Tosello.
O Aneurisma Cerebral
Tendo tudo isso em mente, é importante entender o
que é a doença. O aneurisma cerebral é uma “dilatação” que se desenvolve em um
local de fragilidade da parede de um vaso sanguíneo (artéria ou veia) que
irriga o cérebro. Frequentemente, se forma na bifurcação das artérias
intracranianas. Por causa da dilatação, a parede do vaso fica mais enfraquecida
e afilada à medida que aumenta de tamanho, como se fosse a borracha de uma
bexiga que vai ficando mais fina e frágil enquanto se enche de ar até romper.
Ao se romper e sangrar, o aneurisma causa um AVC hemorrágico sendo o do tipo
subaracnóide, o mais comum.
Sintomas
O aneurisma normalmente não causa sintomas enquanto
está pequeno, não comprime tecido cerebral ou nervos adjacentes e mantém sua
parede íntegra (ou seja, quando não há ruptura).
Dependendo da localização e do tamanho do
aneurisma, ele pode pressionar o tecido cerebral e os nervos ao seu redor,
podendo gerar alguns sintomas como dor de cabeça; dor acima e atrás de um olho;
dilatação da pupila de um olho; mudança na visão ou visão dupla e dormência de
um lado do rosto e do corpo.
Se a pessoa não procura assistência médica, mas o
aneurisma cresce e um dia se rompe e sangra, os sintomas podem variar conforme
a seriedade do quadro.
Das pessoas que sofrem de aneurisma roto cerca de
40 – 50% morrem e ao redor de 20 – 25% ficam com algum déficit neurológico
moderado ou grave.
Por que o diagnóstico ainda é pequeno
Os diagnósticos precoces do aneurisma cerebral são
poucos porque, justamente, não existe uma recomendação médica para um check-up
neurológico preventivo – um erro que pode custar uma vida. “A cada dia,
percebemos que é necessário fazer uma correlação entre doenças e as
cardiológicas estão diretamente ligadas às cerebrais. Por isso, é importante
realizar um checkup cardiológico e um neurológico anualmente”, aconselha o Dr.
Tosello.
Clínica Tosello
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