A voz pode transmitir diversas
características e causar inúmeras impressões. No mundo corporativo, o tom certo
da voz pode colaborar com o sucesso e o engajamento que se espera ao passar uma
mensagem. Isso porque a voz vai além do conteúdo da fala. Ela imprime sensações
que são imediatamente decodificadas pelos receptores.
Com a pandemia, as pessoas passaram a
falar mais alto. A voz aumentou nas vídeo chamadas, nos trabalhos presenciais e
o uso da máscara reduz o tom em até 5 decibéis em média, o que faz as pessoas
falarem mais alto de máscara. Esse ‘novo normal’ da voz mais alta pode ser um
gerador de estresse na volta ao trabalho presencial.
Domínio, agressividade, suavidade,
interesse etc., todas essas emoções podem ser transmitidas na voz. Este é um
recurso importante para humanizar as relações. No passado recente, os
teleoperadores de atendimento ao cliente tinham como hábito falar de forma
mecânica e sem emoção, deixando o tom da conversa o mais robotizado possível,
com abuso de gerúndio e atitudes repetitivas.
Mas hoje, o que vemos é exatamente o
contrário. Cada vez mais as empresas se empenham em fazer seus robôs de
atendimento ao cliente se aproximarem da voz humana. Isso porque as empresas se
deram conta de que esse formato é importante para seu público e não foi à toa
que as coisas mudaram.
O mais importante é estar atento ao
poder da voz para fazer as escolhas certas de acordo com a mensagem que se quer
passar. Para ajudar um público cada vez mais focado em humanizar as relações no
trabalho a realizar boas escolhas quanto ao uso da voz, fiz uma adaptação de
uma tabela originalmente criada por Mara Behlau e Paulo Pontes.
Com base em minhas experiências de mais
de 30 anos atuando para o aperfeiçoamento da comunicação de profissionais
cheguei a um modelo atual e que pode ajudar a compreender as mensagens que cada
escolha de voz carrega e a emoção que pode despertar:
A voz é como a roupa. Saber o que vestir em cada ocasião é parte de um trabalho pessoal de imagem e perfil que cada profissional deseja seguir. Assim como a roupa a voz também requer cuidados para poder usufruir desse cardápio de oportunidades para incrementar, reforçar e receber o engajamento esperado.
Mais que um recurso de liderança, a voz
reflete a imagem da sua marca pessoal ou de uma empresa, reforça seu
compromisso como líder, sobretudo espelha nossas atitudes e propósitos como
empresa e como profissionais. Saber usá-la como aliada é uma estratégia
vitoriosa. Para todas as ocasiões, o mais importante é sempre saber escolher a
melhor ‘voz de ir’.
Juliana
Algodoal -Especialista em Comunicação Corporativa, professora PhD em Análise do
Discurso em Situação de Trabalho - Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem
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